segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

PETER O'TOOLE

 
Pois é.
Fala-se de Peter O'Toole, falecido no passado dia 14 de Dezembro e, automaticamente, associamos o actor ao seu grande êxito, "Lawrence da Arábia" (1962, David Lean).
Mas O'Toole, irlandês de Connemara, era muito mais do que essa personagem.
Estudou na prestigiada Academia Real de Artes Dramáticas, sendo colega de actores como Albert Finney ou Alan Bates. Foi figura proeminente de uma geração quase única de grandes actores de teatro e cinema britânicos onde, para além dos citados, se incluem gigantes como Richard Burton, Richard Harris, Oliver Reed ou Terence Stamp.
Começando a carreira no teatro e TV, a sua primeira incursão no cinema, em papéis secundários, acontece em 1960. Quase de imediato, com as renúncias de Albert Finney e Marlon Brando, David Lean oferece-lhe o "Lawrence".
Em 1963 recebeu a primeira das 8 nomeações para o Oscar de melhor actor, que, injustamente, nunca recebeu. O único Oscar seria entregue em 2003, pela sua vasta carreira, onde interpretou personagens marcantes da literatura inglesa, como "Lord Jim", de Joseph Conrad (realizado em 1964 por Peter Brooks) ou "Kim", de Rudyard Kipling (1984, John Davies, para TV), onde compõe um espantoso lama tibetano, para além de muitas outras obras embora, muito possivelmente, nenhuma das composições atingisse o prestígio do "Lawrence".
Em "O que há de novo Gatinha?", de 1967, interpreta um filme cujo argumento foi escrito por Woody Allen, e em "O Último Imperador" (1987) de Bernardo Bertolucci, interpreta um actuante tutor e professor britânico.  
Em 2007, na animação da Pixar "Ratatouille", dá voz ao crítico gastronómico Anton Ego.
Enquanto actor de teatro, considerou a interpretação de peças do seu compatriota Samuel Beckett,  no Abbey Theatre de Dublin, o ponto alto da sua carreira, no ano de 1970.
Mas, como se disse no início, deste homem que já vestiu a pele de D. Quixote ("O Homem da Mancha") ou de Henrique II de Inglaterra ("Becket" e "O Leão no Inverno"), ficará para sempre na memória o seu inesquecível "Lawrence of Arabia".


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