domingo, 23 de junho de 2013

PORTO

Hoje é noite de São João.
Há festa, especialmente no Porto.
Aqui fica um hino à "Antiga Mui Nobre Sempre Leal Invicta Cidade do Porto".

sexta-feira, 21 de junho de 2013

"E PUR SI MUOVE"

No dia 22 de Junho de 1633 Galileo Galilei, já envelhecido e doente, abjurou, perante o tribunal do Santo Ofício, as suas convicções científicas, designadamente a teoria que defendia que a Terra e os restantes planetas giravam à volta do Sol, e que a Terra não era o centro do Universo, como defendia a tese de Aristóteles e Ptolomeu, e era consagrado pela Igreja Católica.
Acusado de heresia, o velho Galileo renegou, então, tudo o que dissera e escrevera.
A lenda diz que, no final do julgamento, terá pronunciado, em surdina, para que o Santo Ofício (actual Congregação para a Doutrina da Fé) não o ouvisse, a frase em epígrafe, que se pode traduzir como "E no entanto, ela move-se", aludindo à Terra.
A questão de o Sol ou a Terra serem o centro do Universo era muito mais que uma simples questão astronómica ou de Fé. Veja-se, ou leia-se, a excelente peça de Bertolt Brecht "Galileo Galilei".
O sistema aristotélico-ptolomaico era doutrina assente por mais de 1000 anos. Alterar esse conceito poderia conduzir, por exemplo, a questionar o direito "divino" dos reis, o direito "natural" a explorar servos da gleba, a propriedade "natural" de possuir escravos, a possibilidade "natural" de armar exércitos particulares, a inspiração "divina" de enviar Cruzadas contra os "infiéis", a existência "natural" de ricos e pobres.
No fundo, era colocar em causa todo um sistema de apropriação de bens, fossem eles fundiários ou fiduciários, meios de produção, e força de trabalho, para enriquecimento de muitos poucos.
Se a teoria vingasse, o que poderia suceder se a base da pirâmide começasse a questionar as bases em que a sociedade assentava?
Por isso, e como exemplo, Galileo foi condenado.
Só que ela, a sociedade, ao longo da História foi-se, de facto, movendo.
E continua mover-se.
Não falamos só deste país, com 23,5% da população considerada em situação de pobreza, com o PIB a representar 75% da média europeia (em 2010 era 80,3%...), em que o senhor de Belém diz que a acção do Estado deve ser substituída pela caridadezinha, em que o puto Maduro afirma que a chatice é "tudo ser contestado". É muito mais fácil ao poder despedir pessoas, cortar apoios sociais e alterar a lei da greve. Para a Terra continuar a ser o centro do Universo.
E mentir descaradamente e, pasme-se, sem contestação visível. Exemplo? Eis: O Sr. Coelho, e o puto Maduro têm o desplante de afirmar que o governo está a adiantar o subsídio de férias. Essa a afirmação. O facto é que os duodécimos que os funcionários do estado e empresas públicas têm vindo a receber respeitam ao subsídio de Natal. O de férias é atirado para Novembro (para skiarmos?). Não tapem a floresta com a árvore. Pela sua natureza, pela sua importância económica, pela sua própria designação, subsídio de férias e de Natal são realidades claramente distintas. Não nos anestesiem ou nos tomem por parvos!
Depois admirem-se de 15 de Setembro, greves de professores, ou greves gerais.
Mais do que a estafada dicotomia entre direita e esquerda, são a dignidade, respeito e auto-estima que se devem debater, e lutar por tal.
Tal como na Turquia, em que o movimento popular, de início assumindo uma vertente ecológico, subiu a outro mar, em o que se contesta é a pretensão de minar as bases em que a assenta a sociedade turca, orgulhosamente laica desde a revolução de Kemal Ataturk em 1923, através de uma subtil islamização. Desde a proibição de demonstrar afectos em pública, à proibição de ingestão de bebidas alcoólicas após as 22 horas. Acima de tudo, contesta-se a limitação dos direitos de uma sociedade liberal e as fundações laicas da República.
Tal como no Brasil, em que mais do que protestar contra o aumento dos transportes, se luta pela melhoria da qualidade destes, por mais e melhores hospitais e escolas, pela continuação do erradicar da pobreza, por uma mais racional distribuição das verbas públicas, comparado com os gastos astronómicos com o Mundial de futebol e os Jogos Olímpicos. 
Em qualquer dos casos, luta-se por uma melhor qualidade de vida, pela dignificação de cada um e de todos nós, pelo direito à felicidade, para que o Sol continue a brilhar e as flores a sorrirem-nos.
Para não dizer que não falei das flores...



   
    

21 DE JUNHO

Hoje, 21 de Junho, é um dia muito, muito especial. Para duas pessoas.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

SARAMAGO


Completaram-se ontem 3 anos sobre a morte de José Saramago.
Deixou-nos uma obra única, cheia de vida e de histórias dentro da História.
Deixou-nos uma Língua Portuguesa ( e não "acordês") muito mais rica, versátil e burilada, ele que foi um paciente artífice desse nosso bem supremo.
Deixou-nos, e está sempre presente, fazendo parte intríseca do ADN da nossa cultura, cultura que é a argamassa de um país, de um povo, sem a qual não há passado, nem futuro.
E que nos levanta do chão!


(Nota: o texto que se segue é uma pequena homenagem a José Saramago)


"LEVANTADOS DO CHÃO

*  A José Saramago

            Quando o teu avô pressentiu a companhia gelada da senhora de negro e gadanha nas mãos, saíu para fora de casa, andou pelo caminho e abraçou-se a uma árvore. Não sabia ler nem escrever, diziam. Mas sabia ler a pulsão fervilhante da vida da terra, da natureza, da força telúrica e seminal que emana de todos os seres vivos, dos animais, das plantas, e também das rochas, areias, águas, ares que nos rodeiam e nos enchem, pulsando ininterruptamente.
Não sabia escrever, mas nesse momento escreveu uma das mais belas odes ao sentido da existência, a uma devoção ao natural, que não necessita de grandes interpretações teológicas sobre questões de fé, ou de intermediários entre o humano e o que determina a vida de todos os dias.
Haverá algo que nos transmita tão bem a força da criação melhor do que uma árvore, que começa numa pequena e buliçosa semente, e se transforma num bom gigante de  múltiplos braços abertos para nos acolher.
Por estas e por outras, e por outros exemplos que todos os dias nos são dados por pessoas ditas “analfabetas”, as forças naturais influenciam-nos mais do que nós, os ditos “cultos”, podemos adivinhar. Leiam, por exemplo, “A um deus desconhecido” de John Steinbeck, se estiveres de acordo José.
E existe algum assunto que seja tabu ou não possa ser posto em causa? Só se forem aqueles que, por falta de argumentos, se receie que possam ser alvo de discussão, da qual, segundo os antigos, e sábios, nascia a luz.
A luz que traria a cultura, o conhecimento, a todos nós. Fruto proibido ? Talvez o seja, para os que ainda crêem que o homem não está preparado para todas as revelações. Como são cegos, deixando-se arrebanhar por outros cegos, como melhor se leria no “Ensaio sobre a cegueira”.
Mal sabias, José, vindo da Azinhaga do Ribatejo, serralheiro mecânico como primeira profissão, as andanças em que, felizmente para todos nós, te iriam meter.
O curioso é que, ao mexeres em assuntos em princípio tão delicados como a religião ou a morte, assuntos que muitos não querem ver tocados, porque, sabemo-lo,  é chato, para esses muitos, é que nada é absoluto, e o que ressalta, pelo menos para o escriba agora de serviço, é que a humanização dos actores principais das obras que a tua imaginação, sensibilidade e cultura nos iam oferecendo salta para a ribalta do leitor.
Então a negra, a cruel, a tirânica morte, afinal apaixona-se como qualquer mortal, despindo os trajes executórios com que a cobriam, e vestindo as roupagens de uma bela e sensual mulher, revelando, também, as fragilidades que qualquer simples mortal assume no dia a dia, de acordo com o teu livro “As intermitências da morte”, e onde as fronteiras entre o mal absoluto (a morte) e o bem, ou felicidade,  (o corpo da bela mulher) se confundem se interpenetram. Afinal, onde está fronteira entre o mal e o bem? Existirá? E o que parece horrível sê-lo-á tanto, como o que parece belo, também o será assim tão maravilhoso?  Ou dependerá, apenas, dos olhos e sentidos de quem vê, toca e sente? Ou de como o nosso cérebro descodifica as mensagens que lhe chegam de todos os lados ? Isto é, nada existe de absoluto, e tudo é relativo (o que nos leva, José, e se estiveres de acordo, a esse perturbante filme de Neil Jordan “Entrevista com o vampiro”, e ao mito de a bela e o monstro).

ANIVERSÁRIOS

Sir Paul McCartney, Macca para os amigos, figura incontornável da cultura mundial do nosso século e do século XX, co-responsável por uma das maiores, e mais significativas, transformações culturais e civilizacionais dos dias que vivemos, completou 71 anos.
Ontem.

E hoje completa 69 anos Chico Buarque de Holanda, músico, dramaturgo e escritor brasileiro, também ele nome incontornável da cultura do seu país, da América Latina e do Mundo. Umbilicalmente ligado às transformações democráticas do país de Jorge Amado, a música de Chico ainda hoje, de certeza, será ouvida nas ruas do imenso Brasil, nunca construído, sempre em construção.
  

segunda-feira, 17 de junho de 2013

MANDELA ( E O RUGBY)

Um dia após passarem 37 anos sobre o massacre de Soweto, no qual 4 estudantes negros foram assassinados pela polícia do apartheid, é de justiça, mais uma vez, evocar um Homem com um coração enorme. 
Um coração onde abriga toda a Humanidade.
Os que o amam. Os que o odeiam. A todos acolhe e perdoa.
Falar de Nelson Mandela, é hoje angustiante, dado o seu débil estado de saúde. Já rios de tinta, de debates, de vídeos, vão correndo pelo mundo fora, celebrando a vida e a obra deste Homem único com o qual temos o privilégio de partilhar vários anos e episódios significativos e transcendentes, que mudaram uma nação e um mundo.
Um deles tem a ver com esse desporto de eleição que é o Rugby. A África do Sul ia organizar o Campeonato do Mundo de 1995. Nelson Mandela tinha sido eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, e elementos mais radicais queriam alterar os símbolos da equipa de rugby (conhecida por "Springboks"),  ou mesmo extingui-la, já que este desporto estava muito associado ao apartheid.
Nas vésperas do Mundial, foi a decisiva e firme intervenção pessoal de Mandela que o evitou.
Num país que sarava as feridas da discriminação e do ódio, Madiba (o nome pelo qual Mandela é carinhosamente conhecido - nome em dialecto xhosa da sua tribo originária-) percebeu o alcance que o Mundial poderia ter na união de todo um povo.
Desde o início que acompanhou com interesse a preparação da equipa, visitou os jogadores no estágio (tratando-os um a um pelo nome) e estabeleceu uma sólida relação de amizade com o grande capitão da equipa, o branco François Pienaar (leia-se a autobiografia deste, "Rainbow Warrior", da Waterstones). A amizade estendeu-se para fora dos relvados, uma vez que Mandela é o padrinho do filho mais velho de François.
Motivados, os jogadores sul-africanos fizeram milagres. Contra todas as expectativas, os 9ºs. classificados do ranking mundial iam disputar a final contra a super-favorita Nova Zelândia.
Mandela assistiu à final, vestido com as cores dos Springboks, e o símbolo dos mesmos (uma gazela precisamente conhecida como springbok) junto ao coração, recebendo uma longa e calorosa ovação de todos ( a grande maioria brancos!) e gritos de "Nelson, Nelson"!
E quando Joel Stransky pontapeia o drop final, já em prolongamento, é o delírio!
A África do Sul vencera a Nova Zelândia por 15-12 e era Campeã do Mundo!
Quando o presidente negro Nelson Mandela entrega a taça ao capitão branco François Pienaar, não é o estádio de Ellis Park, em Joanesburgo, que une 65.000 sul-africanos. É toda uma nação que se une. É todo um povo. São todas as raças. É a Nação do Arco-Íris. Madiba construíra um país novo.
Mandela e o Rugby tinham unido uma nação, um continente, um mundo.
O "Mundial de Mandela" mudou, também, e definitivamente a história do rugby. O Mundial, de prova quase envergonhada, transformou-se no terceiro espectáculo desportivo mais visto (só suplantado pelos Jogos Olímpicos e Mundiais de futebol), e o Rugby profissionalizou-se e implantou-se a nível planetário. Até entre nós.
  
Quem queira recordar estes momentos especiais, veja, ou reveja o belíssimo filme de Clint Eastwood "Invictus", de 2009, com Morgan Freeman (Mandela) e Matt Damon (Pienaar), baseado no livro de John Carlin "Playing The Enemy : Nelson Mandela and the game that made a Nation".
"Invictus" é também o título de um poema, que acompanhou Nelson Mandela durante os 27 infames anos de cativeiro, particularmente no inferno de Robben Island.

"Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.




domingo, 16 de junho de 2013

INCOMPETÊNCIA E LEI

As recentes polémicas sobre a greve dos professores ou o pagamento do subsídio de férias aos funcionários, mais do que matéria para encher jornais, radiojornais, telejornais, redes sociais, etc., com divulgação de posições pró e contra, por vezes de maneiras e modos extremados e, muitas vezes, demagógicos, vem-nos despertar para outro fenómeno.
Não se trata apenas da justeza ou da injustiça das decisões tomadas, ou da cortina de fumo que muitos meios de comunicação social, descaradamente alinhados com o governo, deliberadamente lançam para o debate.
Trata-se de uma questão que deve ser trazida a esse mesmo debate, e que tem a ver com algo tão óbvio como a COMPETÊNCIA, ou a ausência dela, que se chama INCOMPETÊNCIA.
Para se decretarem leis, regulamentos, greves, é preciso situarmo-nos no quadro legal em que tais actos podem ter lugar.
No nosso caso, no estrito respeito pela Consituição da República, que é o escopo de todo a nossa jurisprudência e de todos os normativos legais em que assentam as relações dentre os cidadão e entre estes e as diversas instituições.
Podemos discordar de um acto governativo ou sindical, mas se respeitar todos os preceitos legais, tal acto é competentemente legítimo, à face das normas que nos regem. O que não impede que o contestemos, na rua, ou através de greve, se tal for necessário, o que também está constitucionalmente previsto.
Muito diferente será tentar torcer a lei, contorná-la, ignorá-la.
Só por pura INCOMPETÊNCIA se pode tentar governar ignorando a Constituição, quem a interpreta (Tribunal Constitucional), as leis (Quadro de Remuneração da Função Pública), os direitos (Greve), e espalhar uma cortina de dislates para enganar a opinião pública, misturando uma verdade com meia dúzia de mentiras.
Por isso, é muito difícil, para certas ideologias, governar respeitando a lei. Tal exige inteligência, discernimento, dialéctica, e apego aos deveres cívicos, sem esperar outra recompensa que não servir o povo que nos elegeu.
Assim, para quem tudo quer destruir, impor a pobreza generalizada, a sujeição, a lei do mais rico e mais forte, é muito mais fácil, se não estamos de acordo com a lei da greve, alterá-la, se não nos revemos na Constituição, ignorá-la, ou aniquilá-la. Não estamos a dizer que qualquer primeiro ministro ou presidente tenha apetência para ser ditador, apenas para INCOMPETENTE.
Por isso, os INCOMPETENTES só sabem governar quando não há leis ou regulamentos, nem oposição nem opinião pública.
Por isso, as ditaduras, todas as ditaduras, são os regimes dos INCOMPETENTES.
     

sábado, 15 de junho de 2013

HASTA LA VICTORIA, SIEMPRE!


"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira."
"Não quero nunca renunciar à liberdade deliciosa de me enganar."
"Os grandes só parecem grandes porque estamos ajoelhados."
"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."

Se fosse vivo, o autor das frases acima transcritas, Ernesto "Che" Guevara, faria ontem 85 anos.
Não os celebrou. Morreu assassinado a 9/10/1967, na selva da Bolívia, com a mãozinha do CIA.
Revolucionário, ministro, guerrilheiro, polémico, com todas as suas virtudes e todos os seus defeitos, e de que não se podem ignorar as circunstâncias históricas, sociais, económicas e geográficas, fazem falta, nos nossos dias, pessoas da sua craveira, cuja vida e morte se encontram profusamente documentadas.
Para além da extensa bibliografia existente (de que se destaca "Revolução na Revolução", de Régis Debray, 1967), recomenda-se, aos interessados, a visualização do filme de 2004, de Walter Salles, "Diários de Che Guevara", co-produzido pela Argentina (sua terra natal), Brasil, Chile, Peru, Cuba, França, Alemanha, Reino Unido e EUA, e que retrata, durante uma viagem de moto pela América do Sul, a progressiva consciencialização do então jovem médico Ernesto Rafael Guevara de la Serna.
Como curiosidade, refira-se que, nos EUA, para omitir o nome de Che, o filme foi exibido como "The Motorcycle Diaries".
O certo é que, sempre que alguém grita, desesperado, "Vai mas é trabalhar!", o espírito de Che está lá, bem presente! 


  
 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

VAI MAS É TRABALHAR!

"Vai mas é trabalhar! Sinto-me roubado todos os dias!"
Por esta simples frase, um cidadão de Campo Maior, de 25 anos, foi condenado, pelo Tribunal de Elvas, a 200 dias de multa, a € 6,50 euros por dia, pelo "crime de difamação" perpretado contra S. Exª. o Presidente da República, o Sr. Silva, durante as comemorações do 10 de Junho. Sentença só proferida porque a Presidência da República, mesquinha e vingativamente assim o quis!
Ora vejamos:
1) "Vai" , imperativo do verbo ir. Dizer a alguém que se desloque, mova-se em direcção a qualquer sítio. Ou seja, a pessoa a quem se diz "Vai" está imóvel, parado, abúlico. E isto é mentira, tratando-se do Sr. Silva?
2) "mas é", o advérbio "mas" quer indicar que, em oposição ao que faz o sujeito que ao mesmo se refere, este deve realizar qualquer coisa, como o presente do indicativo do verbo ser pressupõe ("é"), ou seja,
3) "trabalhar", o que significa efectuar um trabalho, exercer uma profissão, o que nos leva a concluir que o Sr. Silva não faz népia. Também isto é mentira ou insulto?
4) "Sinto-me", do verbo sentir, ter a percepção, gerar um sentimento."Quem não sente não é filho de boa gente", lá diz o velho aforismo popular. O cidadão em causa teve um sentimento, o que não parece qualquer crime, antes pelo contrário.
5) "roubado", desapropriado, despojado, espoliado. Os cidadãos deste país estão a ser roubados pela subida vertiginosa de impostos, pela descida dos salários, pela retirada, ou pelo custo exorbitante de meros direitos básicos. Também aqui parece não restarem dúvidas de que não foi proferida qualquer imprecisão digna de ser classificada como difamação.
6) "todos", pronome que significa a totalidade, isto é, não há excepção, abrange tudo o que o pronome indica, o que, no caso vertente, será
7) "os dias", isto é, dia a dia. Não há excepção, Não é um mês ou outro, este ano ou para o ano. è a totalidade dos dias. e tal não é nenhum insulto ou mentira.
Todos sentimo-nos roubados todos os dias.
Alguma mentira?
A frase completa não tipifica qualquer crime, insulto ou difamação.
É um sentimento generalizado, a que alguém com coragem deu voz.
Mas a palhaçada não gostou!
A mesquinhez e o reles espírito vingativo são apenas dignos de pessoas indignas!   


quarta-feira, 12 de junho de 2013

CAPITÃO NEMO

Se fosse vivo, Jacques Yves Cousteau teria completado ontem 103 anos.
Cousteau foi, pode dizer-se, o Prémio Nobel da Paz nunca entregue.
Desde operações de comandos ao serviço dos Aliados durante a II Guerra Mundial, à invenção do equipamento autónomo de mergulho, às explorações oceanográficas, tudo fez para nos alertar para a imensa importância dos oceanos, tanto à superfície como, fundamentalmente, debaixo dela, transformando uma embarcação -o mítico Calypso- num verdadeiro laboratório móvel para pesquisa de campo e apoio a mergulho e filmagens, levantamentos geológicos e de relevo submarino.

 
Produziu 120 documentários e publicou 50 livros, sempre chamando a atenção para os problemas ecológicos, antes de a ecologia o ser, para a importância dos mares e para a melhoria da nossa qualidade de vida-
Em 1956, o documentário "O Mundo do Silêncio", produzido por Louis Malle, ganharia a Palma de Ouro do Festival de Cannes e o Óscar para Melhor Documentário.
Membro de diversas Academias- destacando-se a Academia Francesa desde 24/11/88- e colaborador de Universidades e outras sociedades científicas, Cousteau, ao morrer em 19997, deixou-nos a Fundação Cousteau e a Sociedade Cousteau, nas quais, todos os dias, trabalham 300.000 pessoas, em todo o mundo, em prol da protecção ambiental e da qualidade de vida, da nossa e das outras espécies que coabitam com o ser humano.
E há tanto mar para acolher Cousteau...

   

segunda-feira, 10 de junho de 2013

CAMÕES



Camões, hoje, 10 de Junho de 2013, e sempre actual.
Como todos os que se vão da lei da morte libertando:

Não mais, Musa, não mais, que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,

E não do canto, mas de ver que venho

Cantar a gente surda e endurecida,
O favor com quem mais se acenda o engenho

Não no dá a pátria, não, que está metida

no gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.
 

sábado, 8 de junho de 2013

O CIRCO CONTINUA - DANÇA DA CHUVA

"Naturalmente, o comportamento do investimento é muito preocupante, sendo, no entanto, que o investimento no primeiro trimestre deste ano é adversamente afectado pelas condições meteorológicas nos primeiros três meses do ano, que prejudicaram a actividade da construção" (Gaspar dixit).
Ah, que grandes ignorantes que afinal nós somos!!!
Erros graves das análises do FMI, do BCE e da Comissão Europeia? Não!
Imposição de uma austeridade "para além" da troika? Não!
Razia do tecido produtivo e corte absoluto da procura interna, "custe o que custar"? Não!
Corte cego e irracional de salários e pensões e empobrecimento geral, com inerente quebra das receitas fiscais? Não!
Aumento galopante do desemprego, também com reflexo no aumento da despesa e diminuição da receita? Não!
Emigração forçada da nossa melhor geração, com consequências no futuro científico, intelectual e empresarial do país? Não!
Subserviência cega a tudo quanto ditam os "mercados", o turbo-cadeirinha do Reich e a Madame de Washington?
Não!
Afinal a explicação era muito mais simples, e só o luminoso Gaspar a descobriu.
A culpa disto tudo é da...CHUVA!!!
Por amor de Deus, vão lá aos filmes de cowboys arrebanhar meia dúzia de figurantes, mascarem-nos e ponham-nos a dançar a Dança de Chuva, para parar de chover.
E TODOS os problemas ficam resolvidos, segundo Gaspar!
E o circo segue dentro de momentos.    

sexta-feira, 7 de junho de 2013

DESPORTO - ANTÓNIO LIVRAMENTO

Neste dia, em 1999, morria, aos 56 anos, um dos maiores desportistas portugueses de todos os tempos e, sem qualquer dúvida, o melhor jogador mundial de hóquei em patins de sempre.
Falar de António Livramento é, por exemplo, falar de Eusébio ou Maradona, Messi ou Cristiano Ronaldo, no futebol, Gareth Edwards, Dan Carter ou Jonah Lomu, no râguebi, Eddy Merckx no ciclismo, Michael Jordan, Larry Bird ou Kobe Bryant no basquetebol, Bjorn Borg, Pete Sampras ou Roger Federer no ténis.
Ou um traço de Picasso, um risco de Siza Vieira, um acorde de Beethoven, uma pirueta de Nureyev, um plano de Scorcese.
Como jogador, foi 209 vezes internacional pela Selecção Nacional, tendo marcado 425 golos, e sido campeãio europeu por 7 vezes (1961-18 anos-, 1963, 65, 67, 73, 75 e 77) e 3 vezes campeão do mundo (1962, 68 e 74).
Em 1962, frente à Argentina, pegou na bola atrás da baliza portuguesa, fintou os cinco jogadores argentinos (guarda-redes incluído), e marcou um golo único.
Fez uma dupla irrepetível com o também genial Fernando Adrião.  
Ainda como jogador, foi 7 vezes campeão nacional pelo Benfica, tendo também vencido uma Taça de Portugal. Pelo Sporting, ganhou 1 campeonato, uma Taça e uma Taça dos Campeões Europeus (1977).
Além destes clubes, representou também o Hockey de Monza, o Amatori Lodi e o Banco Pinto & Sotto Mayor (secção de hóquei).
Como treinador, o seu palmarés também é impressionante: 2 campeonatos pelo Sporting e uma Taça; uma Taça das Taças europeia em 1981 e uma Taça CERS em 1984.
Pelo FC Porto, 1 campeonato e 1 Taça.
Enquanto seleccionador nacional, conquistou 3 Campeonatos da Europa (1987, 92 e 94) e 2 Mundiais (1982 e 1993).
António Livramento escreveu uma página única e brilhante nos nossos anais desportivos, e partiu demasiado cedo.
Quem teve o privilégio de o ver jogar não se esquece.
Ao hóquei em patins, ao desporto, a todos nós, faz-nos muita falta. 


THE ROLLING STONES - 50 ANOS

No dia 7/06/1963 era lançado um single com as músicas "Come On", de Chuck Berry (Lado A), e "I want to be loved", de Willie Dixon (Lado B).
O grupo que lançou o acetato dava pelo nome de The Rolling Stones, tinha dado os seus primeiros passos no Marquee Club, em Londres, a 12 de Julho de 1962, e era composto, na altura, por Brian Jones, Keith Richards, Bill Wyman, Charlie Watts, e um estudante da exclusiva London School of Economics, que dá pelo nome de Mick Jagger.
As bases do grupo tiveram o seu início numa conversa durante uma viagem de comboio entre Dartford (onde viviam) e Londres, travada entre Mick Jagger e Keith Richards.
Inicialmente também fez parte do grupo fundador o pianista Ian Stewart que, posteriormente, e pela sua completa falta de jeito em público, se tornou no gerente de palco, vindo a falecer em 1985, convertendo-se no "6º. Stone".
50 anos e 240 milhões de álbuns depois, os Stones podem ser classificados, a par dos The Beatles, como expoentes máximos da "Invasão Britânica" musical que, nos anos 60 do século passado, mudou irreversivelmente a nossa maneira de estar no mundo e de o perceber.
Como todo o bom grupo da altura, os "blues" foram a fonte inspiradora dos seus temas, e dos primeiros êxitos.
O primeiro álbum ("The Rolling Stones"), foi publicado em Junho de 1964, e do qual apenas constava uma música da dupla Jagger/Richards : "Tell Me (You're coming back)".
O primeiro grande (e histórico) êxito acontece em 1965, com o álbum "Out of Your Heads", praticamente só com músicas daquela dupla das quais, acima de todas "(I can´t get no) Satisfaction", que já faz parte da nossa história
O empresariado musical, perante o sucesso deste novo grupo, criou. desde logo, uma etiqueta para os caracterizar, verdadeiro chamariz do fruto proibido: "Deixaria a sua filha casar-se com um Rolling Stone?".
Com o lançamento de "After Math", em 15/04/66, os temas passam a ser mais longos e os arranjos mais elaborados (resposta a "Revolver" dos Beatles?). É desse album a "Paint it Black"
Com "Their Satanic Majesties Request" (8/11/1967), os Stones aventuram-se pelas águas do rock psicadélico e experimental (resposta a "Sgt. Pepper´s..." dos Beatles?). Diz o mito urbano que Mick Jagger terá pedido ao empresário dos Beatles os mesmos "drunfos" que dera a Lennon e a McCartney para produzirem o "Sgt. Pepper´s...".
Em 1968 lançam "Beggar´s Banquet", e a polémica estala.
Não tanto por "Street Fighting Man", inspirado numa manifestação em Londres contra a guerra no Vietnam, violentamente reprimida pela polícia (vd., neste blog, a crónica "MAIO DE 68: A IMAGINAÇÃO AO PODER", 2/05/2013).
Mas sim pela genial "Sympathy for the Devil", que valeu aos Stones diversos "mimos", entre os quais o de praticarem sinistros ritos satânicos.
Em 1969, o até aí considerado cérebro do grupo, Brian Jones, abandona a banda, sendo substituído por Mick Taylor, sendo meses depois encontrado morto na piscina de sua causa, suspeitando-se de homicídio ou suicídio por overdose. Segundo parece, a primeira tese terá tido acolhimento, face a uma confissão prestada à polícia em 1993.
No concerto de homenagem que os Stones lhe prestaram, no Hyde Park, perante cerca de 300.000 pessoas, Jagger leria o poema "Adonais", do poeta romântico inglês Percy Shelley.
Problemas, e graves, tiveram com o seu concerto em Altamont, na Califórna, confiando a segurança aos denominados Hell's Angels, que se limitaram a provocar violentamente os espectadores. Em resultado, no final do concerto contaram-se 4 mortos (os Stones só o souberam mais tarde, no hotel), Dai para a frente, os Stones baniram os Angels de todo e qualquer concerto nos Estados Unidos.
Nesse mesmo ano, publicam "Let it Bleed", o último com a colaboração de Brian Jones, que alguém terá dito que era uma piada cruel a "Let it Be" dos Beatles, embora este, já em gravação, só tenha sido oficialmente lançado 6 meses depois. "Let it Bleed" figura entre os 100 melhores discos de sempre, muito aclamado por público e crítica. Quem tenha visto o brilhante filme "Os Amigos de Alex" ("The Big Chill", 1983, Lawrence Kasdan), deve lembrar-se disto:
Com "Get your Ya-Ya´s Out", realizam o primeiro album ao vivo, no Madison Square Garden, Nova Iorque, enquanto, em 1971, Andy Warhol desenha a capa do  album seguinte "Sticky Fingers"
Ficheiro:Sticky Fingers.jpg
Entretanto, parece que os rapazes tinham umas dívidazitas fiscais no Reino Unido pelo que, muito oportunamente "exilaram" para França (sorte a deles, olha se tivessem o Gaspar à perna!), onde Keith e a mulher foram acusados de tráfico de droga, pelo que tiveram de sair do país, iniciando um processo de desintoxicação.
Talvez com base nesta experiência, é lançado em 1972 "Exile on Main St.", com influências rock, soul, gospel, blues, country, e está considerado como um dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame, pela sua consistência, plasticidade e versatilidade.
 
Em 1975 sai Mick Taylor e entra Ronnie Wood.
Nesse mesmo ano, efectuam a grandiosa "Tour of the Americas", com concertos no Canadá e Estados Unidos, mas são proibidos no Brasil, México e Venezuela, devido à sua imagem de "desordeiros" e "drogados". Como mudariam os tempos.
Excepcionais "animais de palco", os Stones revolucionam os concertos, com os seus palcos gigantescos, infraestruturas cénicas, sonoras e visuais. Um espectáculo dos Stones é uma mistura mágica de canto, música, dança, mímica, teatro e cinema. Todas as artes em três horas.
Com "Some Girls", de 1978, e os seus temas rápidos e agressivos, inspiram-se no movimento punk.
Em 1981 lançam "Tatoo You", aclamado pela crítica e incluído entre os 500 melhores álbuns de todos os tempos, e iniciam nova e enorme digressão pelos EUA.
 
A banda passa por alguns desentendimentos entre os seus membros, particularmente Richards e Jagger, os criativos (alguém se lembra dos arrufos entre Lennon e McCartney?), começando a aparecer os seus trabalhos a solo, tal como sucederia com Ronnie Wood.
A reconciliação foi demorada mas aconteceu. Posteriormente, em 1989 lançariam "Steel Wheels" e iniciariam nova tournée, cuja primeira parte era assegurada por uns rapazes que davam pelo nome de Guns N´ Roses.
A partir de 1990, os Stones assumem a administração empresarial autónoma da banda e da marca  "Rolling Stones". Ou não tivesse sido Jagger um brilhante aluno da London School of Economics, como já se disse.
Em 1993, sai Bill Wyman e entra, como contratado e não como integrante da banda, Darryl Jones.
A tournée (mais uma!) "Voodoo Lounge", do nome do novo album, inicia-se em Toronto a 19/7/94 e conclui-se em Roterdão a 30/8/95.
Refira-se, entretanto, que os Stones já passaram por Portugal por 5 vezes: 1990, 1995 e 2007 em Lisboa, Estádio de Alvalade; 2006 no Porto (Estádio do Dragão) e 2003 em Coimbra, no Estádio Municipal, com uma fabulosa primeira parte assegurada pelos Xutos e Pontapés.
Em 1995, homenageiam Bob Dylan, com a versão de "Like a Rolling Stone" no album "Stripped".
Bob Dylan que, aliás, colaboraria activamente no album e digressão de 1997 "Bridges of Babylon", com dois palcos e, finalmente, a ida ao Brasil. Mudam-se os tempos...
Em 2005 inspiram-se no rock and roll, blues e rhytm´n blues para produzirem "A Bigger Bang", geralmente bem aceite pelos críticos.
De novo no Brasil, no dia 18 de Fevereiro de 2006, em plena praia de Copacabana, montam o maior show da banda e um dos maiores concertos de rock de sempre, perante 1.500.000 espectadores. Geniais velhotes!
Em 2008 Martin Scorcese realiza um belissimo filme, "The Rolling Stones - Shine a Light", no qual se assiste a um espectáculo efectuado em Novembro de 2006 no Beacon Theatre, Nova Iorque.
Depois de 29 álbuns de estúdio, 16 álbuns de vídeo, 10 álbuns ao vivo, 31 álbuns de compilações, 107 singles e 57 vídeos musicais, "The Rolling Stones" marcam, talvez como só The Beatles, todo um panorama musical, e cultural, e de mentalidades, que explode nos anos 60 do século XX, e cujas ondas de choque, sempre renovadas, se sentem até hoje.
E atenção, que a 9 de Junho, em Montreal, Canadá, começa a digressão de 2013. E a 26 de Julho Mick Jagger completa 70 anos!
       
 

MAIS PALHAÇADAS

E o Sr. Silva voltou a perorar, agora sobre a anunciada greve de professores:
"Eu tenho alguma dificuldade em compreender bem como é que se podem atingir jovens, crianças, que estão a preparar o seu futuro".
De facto, o Venerando Chefe(?) do Estado(?), tem razão em soltar a sua lágrima de crocodilo.
As crianças, os jovens, são atingidos pela maior vaga de desemprego de que há memória, quando vêm os pais e as mães regressar a casa com o magro e incerto subsídio, graças a uma brutal política de que S.Exª. é o primeiro defensor.
As crianças e os jovens, com os salários familiares mitigados, assistem a aulas muitas vezes com fome, porque lhes faltou uma refeição, porque a política patrocinada por S.Exª. afirma que empobrecendo é que somos melhores.
Ô futuro destas crianças e jovens será negro, já que mesmo que consigam concluir a sua formação académica, sabem que o país não conta com eles, sendo forçados à emigração, empurrados diligentemente por um governo que S.Exª. acarinha.
E as crianças e os jovens são vítimas, tal como o país, do maior crime que se pode fazer a um povo e a uma nação: Roubar a esperança.
Para isso, V.Exª. e o governo que agasalha, têm muita competência.
E, francamente, para palhaços, têm mais competência os do Circo Cardinalli!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

DIA D

Por esta altura, há 69 anos, já teriam desembarcado nas cinco praias da Normandia previamente seleccionadas (com os nomes de código "Gold", "Juno", "Sword", "Omaha" e "Utah"), cerca de 156.000 soldados aliados, enquadrados por uma frota de 6.939 navios (que os nazis diziam ser impossível reunir), apanhando quase de surpresa a Wehrmacht, que, ainda durante o dia, pensava ser o local de desembarque o Pas-de-Calais, iniciando aquilo que seria o crepúsculo do paranóico e criminoso "Reich de 1.000 anos", e a libertação dos povos europeus. 
Honremos, sempre, a sua memória.
A designada Operação Overlord, de 6 de Junho de 1944, foi a maior e mais complexa operação militar da história.
Cuidadosamente preparada durante cerca de dois anos, permitiu, até 11 de Junho, colocar em terra 326.000 soldados, 54.000 veículos e 104.000 toneladas de material diverso e libertar a primeira localidade francesa (Sainte Mère-Église).
Durante a madrugada, 23.500 páraqueditas, designadamente ingleses e americanos, desceram atrás das linhas inimigas, defendendo pontes, cruzamentos, vias de comunicação, enquanto, nos dias anteriores, a Resistência francesa desarticulava linhas ferroviárias, comboios de abastecimento, depósitos de armas, no sentido de facilitar a movimentação das tropas aliadas.
Se o desembarque, nalgumas praias foi quase um passeio, noutras, nomeadamente em Omaha, houve que enfrentar inesperada oposição alemã, deixando os americanos cerca de 2.500 mortos nessa praia, do total de 4.414 soldados aliados abatidos em combate.
Ficou conhecida como "Omaha A Sangrenta", e foi dramaticamente filmada por Steven Spielberg em "Saving Private Ryan" ("O Resgate do Soldado Ryan"), de 1998, com os 27 minutos iniciais mais arrepiantes do cinema
Sugere-se, a quem um dia visitar estes solos sagrados, uma deslocação demorada ao cemitério americano de Colleville-sur-Mer/Saint Laurent-sur-Mer, sobranceiro à praia de Omaha, onde repousam 9.386 soldados mortos durante toda a campanha da Normandia.
A partir desta dia único ("O dia mais longo", também título de um filme-quase-reportagem de 1962, realizado por Ken Annakin, Andrew Morton e Bernhard Wicki), os exércitos aliados iniciaram a sua progressão pela França, Holanda, Bélgica, até ao coração da Alemanha, onde se encontraram com as tropas do Exército Vermelho que, rebentada a bolsa de Estalinegrado, no início de 1943, como rolo compressor, atravessou a União Soviética, Polónia, Roménia, Checoslováquia, Hungria e Alemanha.
Quando se fala no chamado Dia-D, referem-se amiúde os soldados americanos e britânicos.
Mas havia mais. Havia muitos outros soldados nas fileiras aliadas
Da Austrália. Da Nova Zelândia. Do Canadá. Da Polónia. Da França Livre. Da Checoslováquia. Da Bélgica. Da Holanda. E da Grécia, pátria moral e espiritual do nosso velho continente.
A Europa reerguer-se-ia, lentamente, das ruínas e dos massacres da barbárie nazi.
Construiria, privilegiando a paz e a reconciliação, uma União que, mais do que países, se desejaria de povos.
Seria cooperante.
Seria tolerante.
Seria aberta.
Seria solidária.
Seria...
Ao contemplarmos a triste Europa de hoje, subscrevemos as palavras de um deputado britânico, no Parlamento Europeu:
"Não foi para isto que os nossos avós morreram nas praias da Normandia".


quarta-feira, 5 de junho de 2013

PULP FICTION

É das tais coisas.
Um dia, descuidada e langorosamente, vamos fazendo um zapping na nossa TV e, de repente, surgida sabe-se lá de onde, aparece-nos uma obra-prima.
É o caso, e para que ninguém se esqueça: Um dos mais geniais e completos filmes de todos os tempos: "PULP FICTION", de Quentin Tarantino, de 1994.
E a consagração (ou o início da) de um excepcional actor, muitas vezes injustamente criticado: John Travolta!, em grande.
E, com ele, Uma Thurman, Samuel L. Jackson, Bruce Willis, Maria de Medeiros, Tim Roth, Harvey Keitel, Christopher Walken, Ving Rhames.
Um exercício de inteligência, para um filme intemporal.

   

sábado, 1 de junho de 2013

SAMPAIO DA NÓVOA


Vamos fixando este nome, pela sua estatura moral e intelectual, acima de qualquer capelinha, jogos de interesses ou reuniões da terceira idade: António Sampaio da Nóvoa.
Belém ficaria mais limpo!

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

Neste dia, todos os dias, todas a horas, todos os minutos, todos os segundos, em todas as partes do Mundo, as crianças sejam sempre as nossas Meninas e os nossos Meninos de ouro!