sábado, 30 de março de 2013

MEMÓRIA FUTURA

Sem comentários, para ouvir, pensar e agradecer que ainda haja quem assim nos saiba falar de e com cultura, sem fantasmas nem teias de aranha.
(Intervenção do Prof. António Sampaio da Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa, durante a sessão cultural evocativa do centenário de Álvaro Cunhal, na Reitoria da Universidade- 23/03/2013)


quinta-feira, 28 de março de 2013

TENHAM MEDO, TENHAM MUITO MEDO

A frase que dá título a esta crónica foi retirada da 1ª. página do jornal "i", e reflecte o histerismo pouco civilizado com que foi recebida a notícia do regresso de José Sócrates como comentador da RTP, onde, entre 2004 e 2005 já tinha desempenhado tal tarefa (na altura em conjunto com Santana Lopes), lembra-se.
Histerismo, também pouco democrático, patenteado nas petições pró e contra, ou em pedidos de comparência na Assembleia da República do director de informação da RTP.
Afinal, e legalmente, a estação pública de televisão é livre de contratar quem bem entender, de acordo com os seus estatutos, e ainda por cima pro bono.
Julga-se que a entrevista de ontem de José Sócrates cuja acção, enquanto primeiro-ministro, esclareça-se já, é passível de muitas críticas, deve ter deixado muita gente nervosa, a roer as unhas.
Se bem que não tenha justificado completamente a derrapagem do défice em 2010, nem outros aspectos importantes como as PPP's hospitalares, a tardia resposta ao desencadear da crise (aqui, acompanhado, diga-se, por todos os "inteligentes" da União Europeia) ou a solução para a redução das actuais dívida e défice, no entanto, e ao arrepio de outros, Sócrates chamou claramente os bois pelos nomes, designadamente a postura ambígua e parcial do inquilino de Belém, o sr. Silva, a insistência no aprofundamento do buraco, ao contrário do recomendado por muitos especialistas (ninguém lê Paul Krugman?), e o discurso fatalista, paralisante e desencorajante do ainda actual governo, comparado com a frase de Dante na Divina Comédia: "Abandonai toda a esperança, vós que aqui entrais!".
Caiu, julga-se que, de vez, o mito do "colossal desvio", apesar da sanha quase persecutória dos entrevistadores.
Afinal, como escreveria Edward Albee, "Quem tem medo de Virginia Woolf?".
Fica-nos, por fim, esta frase que resume quase toda a intervenção de ontem:
"Um político que desiste da confiança, de puxar pelas energias do seu país, que desiste do futuro, é um governante que não está à altura das suas responsabilidades"..
 

terça-feira, 26 de março de 2013

DIVINO!

Neste dia, em 1827, morria um dos maiores génios que a Humanidade conheceu: Ludwig van Beethoven.
Truculento, libertário, cidadão , de corpo inteiro, genial, Beethoven revolucionou a música no final do século XVIII, início do XIX, fazendo a ponte entre o classicismo e o romantismo, abrindo novos horizontes e novos caminhos.
Sempre defendeu a liberdade política, a liberdade artística, a liberdade de escolher, a liberdade de culto, e a liberdade individual em todos os aspectos da vida, comungando dos ideias da Revolução Francesa.
E rasgando a dedicatória da 3ª. Sinfonia (Eroica), inicialmente destinada a Napoleão, quando este se coroou imperador.
Compôs para príncipes e nobres, mas nunca foi compositor de príncipes ou de nobres.
Beethoven é um dos pilares da nossa cultura, da nossa identidade, de uma Europa de irmãos.
Como cúmulo da sua obra, escreve, já surdo, a divinal 9ª, Sinfonia, que considero a melhor peça musical escrita por um ser humano, onde, pela primeira vez, alia à música a poesia, neste caso adaptando o poema de Schiller, outro precursor do romantismo, "Ode à Alegria" (An die Freude)
Escolhe-se, para ouvir de olhos bem abertos, parte do 4º. andamento da referida obra, justamente a  Ode à Alegria, comentada por outro nome incontornável da música, da sua divulgação, e de amor à mesma, Leonard Bernstein, juntando-se também uma tradução do poema cantado.
E um conselho: ouçam muito Beethoven. Merecemo-lo, e ele acompanhar-nos-á eternamente.  
   

Ode À Alegria

Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir |
O que o costume rigorosamente dividiu. |
Todos os homens se irmanam | 2X
Ali onde teu doce vôo se detém. |

Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,|
Uma única em todo o mundo. |
Mas aquele que falhou nisso | 2X
Que fique chorando sozinho! |

Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e |
Um amigo leal até a morte; |
Deu força para a vida aos mais humildes | 2x
E ao querubim que se ergue diante de Deus! |

Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

Alegre, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.

DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS...




 FEITO POR ESTUDANTES…….

MTO BOM!  BEM PENSADO!


Vem Miguel Relvas conduzindo aos zigue zagues o seu Mercedes banhado a ouro e sai do carro com o seu diploma na mão. Chegando ao batel infernal, diz:

RELVAS - Hou da barca!
DIABO - Ó poderoso Doutor Relvas, que forma é essa de conduzir?
RELVAS - Tirei a carta de scooter e deram-me equivalência. Esta barca onde vai hora?
DIABO - Pera um sítio onde não hai contribuintes para roubar!
RELVAS - Pois olha, não sei do que falais. Quantas aulas eu ouvi, nom me hão elas de prestar.
DIABO - Ha Ha Ha. Oh estudioso sandeu, achas-te digno de um diploma comprado nos chineses ao fim de três aulas?
RELVAS - Um senhor de tal marca não há de merecer este diploma!

DIABO - Senhores doutores como tu, tenho eu cá muitos.

Miguel Relvas, indignado com a conversa, dirige-se ao batel divinal.

RELVAS - Oh meu santo salvador, que barca tão bela, porque nom eu dir eu nela?
ANJO - Esta barca pertence ao Céu, nom a irás privatizar!
RELVAS - Tanto eu estudei, que nesta barca eu entrarei.
ANJO - Tu aqui não entrarás, contribuintes cortaste, dinheiro roubaste e um curso mal tiraste.

Relvas, sem alternativa, volta à barca do Diabo.

RELVAS - Pois vejo que não tenho alternativa. Nesta barca eu irei. Tanto roubei, tanto cortei, não cuidei que para o inferno fosse.
DIABO - Bem vindo ao teu lar, muitos da tua laia já cá tenho e muitos mais virão. Entra, entra, ó poderoso senhor doutor magistrado Relvas.
Pegarás num remo e remarás com a força e vontade com que roubaste aos que afincadamente trabalharam.


Gonçalo, Filipe e Carolina
Turma 9º D
Escola EB23 Dra. Maria Alice Gouveia
Coimbra






E agora? Também vamos ter petiçõezinhas para retirar Gil Vicente dos programas de ensino ?





























































CHIPRE, OS ANOS DE CHUMBO

A Wehrmacht chegou a Nicósia....


segunda-feira, 25 de março de 2013

É PROIBIDO PROIBIR

Ontem, dia 24 de Março, foi o Dia Nacional do Estudante, criado por decreto da Assembleia da República, em 1987.
Tal data destinava-se a lembrar as revoltas estudantis de 1962 e 1968/69, já amplamente documentadas.
Mas mais do que lembrar, é preciso alertar hoje, amanhã, sempre.
Num momento em que toda uma geração, entre os 25 e os 40 anos, excepcionalmente preparada, é atirada para um desemprego criminoso (mais de 40%) ou "convidada" a emigrar, desqualificando ainda mais este país que deixou de actreditar no futuro, maiores têm de ser a responsabilidade e a mobilização dessa e das futuras gerações.
O "Indignai-vos", de Stéphane Hassel, ganha, de novo toda a actualidade, uma vez que para os actuais estudantes a indignação já é um estado de alma e uma atitude assumidas.
Quem assim despreza o presente e o futuro não pode desejar obediência reverente.
É necessário desobedecer e ser realista, exigindo sempre o impossível (pegando num velho slogan do Maio de 68).
A escola, a universidade, não podem ser tratadas como uma fábrica de enchidos, como o neoliberalismo economicista parece desejar, desprezando a qualidade, e estrangulando as academias.
É urgente lutar pela qualificação, a excelência, e a dignidade, enquanto agentes do processo educativo e cidadãos/cidadãs de corpo inteiro.
Ou será que a juventude quer ser retratada como no cartaz satírico abaixo reproduzido? (Também de Maio/68).

(DES)UNIÃO EUROPEIA

Para os mais distraídos, recorda-se que, neste dia, há 56 anos, era assinado o Tratado de Roma, entre a França, Itália, Luxemburgo, Bélgica, Holanda e República Federal Alemã, que institui a Comissão Europeia de Energia Atómica (EUROATOM) e, acima de tudo, a Comunidade Económica Europeia (CEE), a qual viria a dar lugar, pelo Tratado de Maastricht (1992), à União Europeia.
Mais do que criar um Mercado Comum, almejava-se uma Europa una, pacífica, solidária, sem fronteiras, onde os desequilíbrios e as assimetrias seriam abolidas e a prosperidade alcançada.
Veja-se o que é hoje a "União" Europeia, onde se "castigam" países (Grécia, Portugal) e se violam garantias solenemente ratificadas (esbulho dos depósitos em Chipre).
Como bem disse um parlamentar britânico do Parlamento Europeu, não foi para isto que os avós de muitos europeus (e não só!) morreram nas praias da Normandia.  

domingo, 24 de março de 2013

RUGBY

Embora João Paulo Bessa já a ele se tenha referido no seu blogue, a 30/05/2012, nunca é de mais voltar a recomendar, para os apaixonados desse apaixonante desporto, o livro de João Fragoso Mendes "Rugby-Das Origens Gregas e Romnas à Introdução em Portugal" (editora Prosafeita).
De leitura fácil, até para os menos entendidos na modalidade, é uma excelente iniciação a esse nobre jogo, aguardando-se novos capítulos, num país onde há tão pouca oferta, escrita por portugueses.
Fica a recomendação. 

sábado, 23 de março de 2013

OSCAR LOPES

Morreu ontem uma das grandes figuras da Cultura deste país: Óscar Lopes (1917/2013).
Professor universitário (Faculdade de Letras do Porto), crítico, ensaísta, membro, durante 20 anos do Comité Central do PCP, Óscar Lopes deixou atrás de si uma vastíssima obra de referência na cultura portuguesa, merecendo devido destaque a grande História da Literatura Portuguesa, em colaboração com António José Saraiva, outro grande vulto da Nossa Cultura. Recomenda-se uma visita, tranquila, à sua obra.
Óscar Lopes também se libertou da lei da morte.

sexta-feira, 22 de março de 2013

SUGESTÃO

Amanhã é inauurada uma exposição de Joana Vasconcelos, no Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa.
A não perder! Fica a sugestão.
http://ressabiator.files.wordpress.com/2012/07/o-sapato-joana-vasconcelos.jpg

THE BEATLES - ANIVERSÁRIO

Há 50 anos foi lançado o album "Please Please Me", o primeiro da banda The Beatles.
Um acontecimento que viria  revolucionar a música, a cultura, a sociedade (vd. post de 18/02/13 - THE BEATLES, 50 ANOS DEPOIS).
Muitos vieram antes, muitos outros apareceram depois, mas The Beatles marcaram, de maneira única, uma época, e para além dela.
Junta-se uma breve selecção, cronológica, de algumas peças que ficaram na nossa memória:

1-1963 - Album PLEASE, PLEASE ME - "TWIST AND SHOUT" (primeiro album - 22/03/1963)

2- 1964 - Album A HARD DAY'S NIGHT - "AND I LOVE HER" (obra citada por Leonard Bernstein)

3- 1966 - Album REVOLVER - "HERE, THERE AND EVERYWHERE"

4- 1967 - Album SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND - "SHE'S LEAVING HOME"

5- 1969 - Album ABBEY ROAD - "HERE COMES THE SUN" (de George Harrison)

6 - 1970 - Album LET IT BE (último disco de The Beatles) - "LET IT BE"


Desfrutem, ouçam as músicas, as palavras e, se for caso disso, emocionem-se. All you need is love!

quinta-feira, 21 de março de 2013

ZÉ POVINHO

A 21 de Março de 1846 nascia Rafael Bordalo Pinheiro.
Tornado famoso pelo seu Zé Povinho e, também, pela fábrica de loiça situada nas Caldas da Rainha, este homem foi muito mais do que isso.
Falamos de um desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, jornalista, ceramista, caricaturista, precursor do cartaz artístico e do cartoon político.
O que ele poderia caricaturar e satirizar se hoje fosse vivo!
Recomenda-se visita ao Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa, ao lado direito do topo norte do Campo Grande e, também, ao Museu do mesmo nome nas Caldas da Rainha
Foto de Zé Povinho

(Tomem Cavacos, Passos, Gaspares e Relvas!)

I HAVE A DREAM

Hoje é o Dia Mundial da Eliminação da Discriminação Racial.
Nestes tempos conturbados, especialmente na Europa, em que o racismo se manifesta não só de raça contra raça mas, também, no seio de cada raça, convirá lembrar duas grandes figuras que sempre se bateram contra a discriminação racial: Martin Luther King e Nelson Mandela.
Dois lutadores e dois pacifistas, cuja vida e obra se recomenda que seja lida, vista e estudada, e de onde se pode concluir que o perdão e a reconciliação valem mais que mil palavras ou mil armas.
Que o seu nobre exemplo frutifique, contra tudo e contra todos:.


Invictus (poema "adoptado" por Nelson Mandela na prisão de Robben Island)

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.


VERDE

Comemoram-se hoje os Dias Mundiais da Floresta e da Árvore.
Cabe aqui mencionar que, neste âmbito, comemora-se, também, a atenção que, cada vez mais, merece a preservação da natureza e de todas as espécies vivas, vegetais e animais, até como condição para a sobrevivência da espécie humana.
A esse propósito, deixa-se uma palavra para a Liga da Protecção da Natureza, criada em 1948 por iniciativa de Sebastião da Gama e, entre outros, Caldeira Cabral e Baeta Neves, e que teve como motivo mobilizador a preservação da Serra da Arrábida. É a primeira organização ecologista da Península Ibérica.
No entanto, e neste dia, seria injusto esquecer o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles (nascido em 1920), e toda uma vida dedicada à preservação do ambiente e da paisagem. Aquando das trágicas cheias de 1967, e desafiando o regime, de quem foi feroz opositor, não hesitou em condenar a criminosa política de solos, e os favores concedidos aos "patos bravos", como tendo contribuído para o agravamento da tragédia.
A Ribeiro Telles se devem a Reserva Agrícola Nacional e a Reserva Ecológica Nacional, o Corredor Verde de Monsanto e as bases dos Planos Directores Municipais.
E quem queira apreciar a sua obra de arquitecto paisagista, passeie pelo Jardim Amália Rodrigues (no Parque Eduardo VII) ou pelos jardins da Fundação Gulbenkian, prémio Valmor de 1975. E, já agora, aproveite para visitar dois dos melhores museus nacionais: o Museu Gulbenkian e o Centro de Arte Moderna.
Gonçalo Ribeiro Telles é monárquico.
De facto, é um verdadeiro Nobre, no melhor sentido da palavra.
 

A POESIA ESTÁ NA RUA!

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Poesia.
Mesmo com o desvario e desespero a que nos condenam, tentem arranjar um bocadinho de tempo para ler poesia. Portuguesa, de preferência. Há muita e de elevada qualidade: João Roiz de Castelo Branco, Sá de Miranda, Bocage, Antero de Quental, Mário de Sá Carneiro, Florbela Espanca, António Botto, Eugénio de Andrade, José Gomes Ferreira, João José Cochofel, Alexandre O'Neill, David Mourão Ferreira, Sophia de Mello Breyner, Ary dos Santos, Manuel Alegre, e tantos outros e outras. E, claro, os princípes da nossa poesia e da nossa língua (sem "aborto" ortográfico): Luís de Camões e Fernando Pessoa.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
 (Luís de Camões)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração. 
(Fernando Pessoa)



AYRTON SENNA

Há 53 anos atrás nascia, neste dia, Ayrton Senna da Silva.
Senna é considerado um dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos, a par de figuras como Juan Manuel Fangio, Stirling Moss, Jim Clark, Jackie Stewart, Gilles Villeneuve ou Michael Schumacher.
Para muitos, foi mesmo o maior de todos.
Recorda-se a alucinante 1ª. volta do Grande Prémio da Europa de 1993, corrido no circuito de Donington Park, Inglaterra (nesses tempos ainda se corria à chuva...).
 

HOMO NEANDERTHALENSIS - II

Nem de propósito!
Passados dois dias das bacoradas do Sr. Belmiro, eis que o director geral da AutoEuropa, António Melo Pires, afirma, para quem o quiser ouvir, que as empresas verdadeiramente competitivas e que queiram criar empregos, têm que se apoiar em mão de obra qualificada, o que também passa por formação dispensada pela empresa e, claro, por remunerações condignas.
Este é o mesmo país, percebeu Sr. Homo Belmirus Neanderthalensis Vulgaris? Vulgar mesmo....

quarta-feira, 20 de março de 2013

HOMO NEANDERTHALENSIS

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9b/Neanderthaler_Fund.png 



Numa altura em que, no âmbito da concertação social, tantos as centrais sindicais como as confederações patronais estão de acordo no aumento do salário mínimo nacional, como uma primeira medida de relançar o consumo interno, eis que aparece o "Homem Shoné", Engº. Belmiro de Azevedo, tonitruante, a afirmar que para haver emprego terão que existir baixos salários, entre outros dislates, como o Carnaval das manifestações nas quais os desempregados se passeiam (deveria referir-se às "oportunidades" geradas pelo desemprego, como diria o Coelho..).
Para este cavernícula, a produtividade e a motivação adquirem-se a pão e água e, já agora, à chicotada.
Num momento em que todos estão de acordo quanto ao facto de as exportações não poderem ser a única alavanca da economia, até porque a esmagadora maioria das pequenas e médias empresas (o núcleo duro do tecido produtivo) produz, também, e muito, para o mercado interno e, em consequência, haverá obrigatoriamente de dinamizar, e ressuscitar, tal mercado, eis que um dos ícones do empresariado vem dizer o contrário. O que levou o presidente da Confederação do Comércio e Serviços, João Vieira Lopes a questionar se pessoas sem dinheiro iriam comprar nas mercearias do Sr. Belmiro.
Mas gente desta ainda não ouviu falar em aumento de produtividade e motivação através de acções proactivas de encorajamento, apoio, aumento de capacidades, motivação para o objectivo, aumento das capacidades de acção, consciencialização dos valores do indivíduo, do grupo, da empresa, controlo emocional, fixação de objectivos ambiciosos e tangíveis, etc. Aquilo a que poderíamos chamar de coaching executivo e coaching de performance. Estamos no século XXI, não no tempo da escravatura. Trabalhadores qualificados são trabalhadores bem remunerados, e vice-versa.
Se o Sr. Belmiro quer acções de coaching, peça, por favor de preferência, conselhos a um dos grandes especialistas de coaching, e uma das glórias do desporto português de todos os tempos: o Prof. Tomaz Morais. Talvez aprenda como devem ser a gestão e produção em empresas com visão de futuro, solidariedade e respeito pelos indivíduos.
Mas o desporto do Engº. Belmiro não será o rugby, onde os princípios da solidariedade e respeito (por si e pelos adversários) são eternos!
Fique-se pela pedra lascada...    


UM PAR DE CHIPRES - II


CHIPRE 1 - IV REICH 0

Alguém teve a coragem de enfrentar o Gauleiter da panzer-cadeirinha de rodas e os outros tansos do rancho folclórico Eurogrupo e dizer NÃO! 
O Parlamento cipriota, sem subserviências, mesmo com as ameaças veladas da Merkel, recusou submeter os seus cidadãos aos esbulho, confisco, furto dos seus depósitos.
O BCE, piruetando-se, já veio assegurar a liquidez dos bancos cipriotas. E esta, hein?, como diria o querido e saudoso Fernando Pessa.
Espera-se que Chipre continue de Gás aberto!

terça-feira, 19 de março de 2013

UM PAR DE CHIPRES

O grupo excursionista que dá pelo nome de União Europeia inventou mais uma, para que descalcemos a bota: a troco de resgate de 10 mil Mio de euros efectuado a Chipre, impôs-se um imposto aos depósitos nos bancos cipriotas, seja qual for a origem do depósito, isto é, desde salários a pensões a operações de branqueamento de capitais, e seja qual for o montante depositado. Vale tudo! E depois os "outros" é que comem criancinhas ao pequeno almoço...
Diz a Reuters que tudo foi congeminado na madrugada de sexta para sábado transactos, numa reunião do Eurogrupo. Enquanto os ministros das finanças entravam e saíam, um núcleo duro mantinha-se em conversações: o presidente do Eurogrupo, o ministro das finanças de Chipre e o inefável ministro da finanças da Alemanha e a sua panzer-cadeirinha.
Ao arrepio da decisão da UE de 2009, na sequência da falência do Lehman Brothers e outros escândalos financeiros, que garantia todos os depósitos até 100.000 euros em toda a UE, vem agora o IV Reich (ele diz que não...) impor uma taxa aleatória sobre todos os depósitos em bancos de Chipre. Em vez de se investigar o crime de branqueamento de capitais, pagam todos, que é mais fácil. Assim se trata um frágil elo da UE e da Zona Euro. Assim se abre um grave precedente. Assim se mina a confiança no sistema bancário europeu. Assim se abre a caixa de Pandora. Dois pesos e duas medidas, Sr. Draghi?
A reacção dos ditos mercados não se fez esperar, e vamos ver quem, de facto, vai descalçar a bota.
Muito irónico seria se o Parlamento cipriota, na sua reunião de hoje, chumbasse a imposição de tais taxas e optasse pela proposta do gigante russo Gazprom, que propôs emprestar o equivalente do resgate a troco da exploração das reservas de gás natural de Chipre!
Era um belo par de Chipres para a querida Reichfuhrer Angela Merkel! (que parece que ainda não percebeu a agonia europeia).
Gazprom-Logo.svg
 



DEOLINDA

O Prémio José Afonso relativo a 2011, e só atribuído este ano, contempla os DEOLINDA. É caso para dizer: Até que enfim!.
Com efeito, desde o seu início (2006), que este grupo sempre se revelou um dos mais criativos no universo da música portuguesa, bem na esteira do patrono do prémio, o inesquecível Zeca Afonso, criador, para além de muito mais, daquele que este escriba ainda considera o melhor disco de sempre: Cantigas do Maio".
Desde o primeiro trabalho "Canção ao Lado", de 2008, que os Deolinda marcaram a sua posição de elevada qualidade. Este registo foi considerado, pelo Sunday Times, o 3º. melhor de World Music, nesse mesmo ano, tendo ganho, em 2009, o Globo de Ouro de 2009 para Revelação.
O segundo longa duração, "Dois Selos e um Carimbo", de 2010, foi colocado, outra vez pelo Sunday Times, entre os 10 melhores de World Music, e ganharam o Globo de Ouro em 2011 (Melhor Grupo), bem como o Prémio Amália Rodrigues para Música Popular, também em 2011.
Nesse ano editam aquele que é considerado o hino de toda uma geração colocada à rasca pela incompetência e prepotência do poder: "Parva que Sou".
Muita atenção ao novo trabalho, lançado esta semana, de seu nome "Mundo Pequenino".
O Prémio José Afonso, pelo nome associado, é como que uma consagração de um grupo cujo trabalho merece ser ouvido e vivido. E por falar no Zeca e nos Deolinda, ouça-se "Clandestino", e depois digam a que sabe:
    

segunda-feira, 18 de março de 2013

LOBITOS...

Depois da grande, e inesquecível sensação de 2007, a selecção nacional de rugby, vulgo "Os Lobos", volta a  falhar a qualificação para o Mundial de 2015, a disputar em Inglaterra, com tudo o que tal significa, internamente, tanto a nível financeiro como desportivo.
Se em 2011 podemos ainda argumentar que a selecção foi fustigada por demasiados azares (vejam-se as derrotas, em Lisboa, face à Rússia e à Geórgia, em jogos que estavam "ganhos"), embora ainda subsistisse alguma da grande qualidade revelada pelos Lobos em 2007, este ano as coisas já não serão bem assim.
Se é certo que os meios são insuficientes face aos de outros países, que a selecção já não é a ilustre desconhecida de há seis anos, tal não justifica a perda de qualidade do jogo praticado, numa equipa em renovação, mas é certo, mas onde ainda, apesar de tudo, sobressaem as "velhas" glórias (Gonçalo e Vasco Uva, João Correia, Pedro Leal, Christian Spachuk, Gonçalo Foro), mescladas com algum sangue novo, designadamente jogadores a actuarem nos campeonatos franceses, com especial destaque para Julien Bardy. 
Assim, seria de esperar que, juntas a experiência dos veteranos, com o ritmo competitivo dos novos, o fluxo de jogo dos Lobos melhorasse. Mas, pelos menos para este escriba, não foi o que se viu este ano (ou no ano passado). Lembrem-se as confrangedoras derrotas com a Roménia ( a 3 minutos do fim...) ou com a Rússia (a ganharmos por 8 pontos ao intervalo), o decepcionante empate com a Espanha (equipa inferior à nossa), consentido já em período de descontos, ou a escassa vitória frente à Bélgica (selecção de nível muito inferior ao nosso).
Deste modo, e três anos volvidos, que mais valias trouxe Errol Brain à nossa selecção ? Pelos resultados obtidos, parece que quase nada.
Julga-se que está na altura de a Federação Portuguesa de Rugby parar para pensar e, se possível, tentar convencer um pedagogo do desporto, mestre de coaching e um dos melhores treinadores de rugby do mundo, a voltar a comandar a grande "alcateia" dos Lobos: Tomaz Morais. Ele e o rugby merecem-se!

sábado, 16 de março de 2013

INCOMPETÊNCIA

Para quê falar dos números de Gaspar, do baralhamento de Coelho, da ausência de Cavaco, do futuro do nosso Desespero? O cinismo e a hipocrisia são tantos que as palavras esgotam-se e nada dizem.
É urgente varrer tanta incompetência, antes que esta terra fique sem gente, emigrada dentro e fora.



Adriano Correia de Oliveira. É bom ouvi-lo...tão actual!

NATÁLIA

Passam hoje 20 anos sobre a morte de uma das mais poderosas vozes femininas da Poesia portuguesa: Natália Correia. Revisitemo-la, porque bem merece, e nós também a merecemos:

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
                               deixa passar a Vida!

(Ode à Paz - Inéditos 1985/1990)


O grande compositor que é José Mário Branco musicou outro sublime poema de Natália, "Queixa das Almas Jovens Censuradas", que aqui se junta, e que poderia ter sido escrito nos nossos dias:



sexta-feira, 15 de março de 2013

MAS AS CRIANÇAS, SENHOR...!


Líderes europeus apelam à luta contra o desemprego jovem

(Diário Económico - 15/03/2013)

 De vez em quando, a chamada "União" Europeia acorda, espreguiça-se, e produz um som quase irreconhecível.

O mundo, entretanto, vai passando a correr, e a "União" ressona. O que já foi um projecto, de paz, esperança, desenvolvimento, solidariedade, humanismo, é hoje uma manta de retalhos egoistas. Agora, rosnam que é necessário fomentar o emprego jovem, depois de, por inércia, ou deliberadamente, tudo ter sido feito para aumentar o desemprego jovem. Seis milhões de euros para emprego jovem? Mais do que dinheiro, é preciso definir onde e como aplicá-lo. E se deixassem os jovens falar, como é exemplarmente documentado abaixo?

 


 

 

 

quinta-feira, 14 de março de 2013

AS SANDÁLIAS DO PESCADOR

Reflexões de um ateu sobre o novo Papa, o qual, para os mais distraídos, católicos incluídos, é o representante de Jesus Cristo na Terra:
Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, argentino, latino-americano, 76 anos, foi ontem eleito papa, adoptando o nome de Francisco, tornando-se, assim, não só Bispo de Roma como, também, o leader da Igreja Católica, e o guia espiritual de 1/6 da humanidade e de 50% dos cristãos, aproximadamente 1.115 milhões de pessoas.
Atendendo ao peso que a Igreja Católica detém no mundo, não só do ponto de vista religioso mas, de igual modo, político, as expectativas são grandes e a responsabilidade enorme.
Internamente, e face à evidente queda de seguidores, existem problemas a resolver, como a questão do branqueamento de capitais, tráfico de influências, pedofilia, que bastante maltratam a imagem do catolicismo.
Ao sucessor de Pedro deve ser exigida coragem e determinação para cortar pela raiz estes pecados seculares, derrubando quem tiver de ser derrubado. E não se amedronte com o caso do antecessor João Paulo I....
Mas o desencanto também é originado pelas posições que a Igreja assume em questões civilizacionais do nosso tempo, que não podem ser ignoradas, quer metendo a cabeça na areia, quer colocando o preservativo no nariz (na feliz caricatura de António sobre João Paulo II).
Problemas como a SIDA, a interrupção voluntária da gravidez, a homossexualidade, a ordenação de mulheres, o celibato do clero, a demarcação face às ideologias neo-liberais e neo-esclavagistas, o ecumenismo com as outras igrejas, outros credos e outras culturas, e aqui incluem-se as ciências e as novas tecnologias (o novo Papa é engenheiro, assinala-se!), abandonando uma posição de pretensa superioridade, são tudo questões que terão de ser enfrentadas de frente, passe o pleonasmo, fazendo, se for caso disso, o necessário aggiornamento ( João XXIII, lembram-se?).
Sendo latino-americano, Jorge Bergoglio tem nas Américas Central e do Sul, excelentes exemplos de sacerdotes dedicados à causa da humanidade, dos deserdados, daqueles que , com fome e sede de justiça, seriam saciados, como D. Hélder Câmara (1909/99), bispo de Olinda e Recife, 4 vezes candidato ao Nobel da Paz, silenciado e ignorado pelos generais de Brasília, Leonardo Boff, brasileiro, ideólogo da Teologia da Libertação, que nos idos de 60 e 70 trouxe uma lufada de ar fresco à Igreja, condenado, em 1984 pela Congregação da Doutrina da Fé, onde pontificava um tal de Joseph Ratzinger, e, por fim, D. Óscar Romero (1917/ 80), arcebispo de San Salvador, assassinado em 24/03/80 por um atirador especial do exército salvadorenho (quem quiser veja, por curiosidade, o filme "Salvador", de Oliver Stone).
Por outro lado, a escolha do nome Francisco, pressuporá que o novo Pescador, tal como Francisco de Assis, se orientará pelo apoio aos mais necessitados, abandonando mosteiros e basílicas, ignorando os bens terrenos (será possível ?), pregando itinerantemente, vendo e vivendo o mundo, e transformando-o, se não lhe falecer a coragem e deixarem o Papa ser, de facto, o CHEFE da Igreja. E com atenção ao ambiente, já que, lembra-se, S. Francisco de Assis é o patrono dos animais e do meio ambiente.
Por fim, o novo Papa é jesuíta. Pondo de lado, para já, questões que a Companhia de Jesus poderia suscitar, deseja-se que seja seguido o exemplo de um eminente jesuíta, pilar da língua portuguesa, brilhante orador, incansável defensor dos nativos ameríndios e, por tal, perseguido pelo Santo Ofício: Padre António Vieira.
      

segunda-feira, 11 de março de 2013

CAMALEÃO

David Bowie está de volta!
Bem aparecido seja, Sr. Camaleão! Hoje pode respirar-se, especialmente neste dia, que promete ser recheado de Bieberões e cueiros...




CHARLATÃES

O Sr. Silva (perdão, sua excelência os Sr. Presidente da República, Sr. Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva, ungido do Senhor) deu acordo de si. Para quem queira ler na sua página do Facebook, o Sr. Silva publicou os "Roteiros VII, obra da qual consta o verdadeiro guia para o presidente da república em tempos de crise.
Adivinha-se forte venda do opúsculo que, não tendo, talvez, a qualidade literária da "Carta de Guia de Casados" de D. Francisco Manuel de Melo, ou a utilidade do Guia Michelin, deverá estar à altura de, por exemplo, "100 Maneiras de Como Atarrachar uma Lâmpada". Aguarda-se ansiosamente a próxima obra do emérito escritor.
Também a semana passada, o Sr. Passos dos Coelhos debitou a sua enorme ciência económica. Com efeito, comparar uma hipotética (?) redução do salário mínimo português com idêntica medida praticada na Irlanda, ou referir, de assobio, o corte de 4.000 Mio de euros na despesa, com igual corte a efectuar em França, é de mestre! Basta comparar os PIB´s, incluindo per capita, de cada um dos três países, e fazer contas. Mais, SABER fazer contas, que deve ser algo que passou ao lado de PPC. E da oposição, também, desde Seguro ao bicéfalo, perdão, ao Bloco de Esquerda, já que ninguém confrontou o Cunículo com tais disparates matemáticos. Enfim, charlatanices...

PATRIA O MUERTE (CONT. II)

Para contentar vários quadrantes, e sem qualquer desrespeito peloprof. Marcelo, junta-se, também sobre Hugo Chavéz, o testemunho do deputado do parlamento britânico, George Galloway. Para bom entendedor...

sexta-feira, 8 de março de 2013

PATRIA O MUERTE (CONT.)

Ainda sobre Hugo Chavéz, o testemunho, não de um desfavorecido, mas de um privilegiado, o piloto da selectiva Fórmula 1, Pastor Maldonado, cidadão venezuelano:

"- Me uno a esta dor profunda pela qual estamos passando todos os venezuelanos. Meu pesar a família Chávez e a toda Venezuela. Hoje não se foi apenas um presidente. Hoje, se foi um grande homem, cujos ideais transcenderam além. Um soldado, um lutador, um herói! Viva Chávez! Peço união a todos os venezuelanos. Sigamos o exemplo e lutemos infinitamente por nosso futuro. Viva nosso comandante Chávez sempre ". (publicado por Maldonado no Twitter).

IGUALDADE

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Hoje, 8 de Março, a liturgia celebra mais um dia internacional da mulher,
Hoje, 8 de Março,
Quantas dezenas, centenas, milhares de mulheres vão para o seu local de trabalho sabendo que, em média, por trabalho igual, irâo receber menos 18% que os seus pares masculinos?
Hoje, 8 de Março,
Quantas dezenas, centenas, milhares de mulheres vão entrar nos hospitais, a maioria silenciosas, ou nos cemitérios, vítimas de violência doméstica?
Hoje, 8 de Março, 
Quantas dezenas, centenas, milhares de mulheres vão sofrer e ficar marcadas para o resto da vida, vítimas da mutilação genital feminina?
Hoje, 8 de Março,
Quantas dezenas, centenas, milhares de mulheres vão abortar clandestinamente, sofrendo e vindo a sofrer, vítimas de uma sociedade hipócrita e mesquinha?
Hoje, 8 de Março,
Quantas dezenas, centenas, milhares de mulheres vão ser vítimas de violação brutal, com terríveis consequências físicas e psicológicas, sacrificadas por quem tudo tem feito e faz para promover a mulher-objecto?  
Hoje, 8 de Março, é dia de, todos os dias, lutar pela dignidade. E Mulher é uma palavra tão bonita...

O texto que se segue foi escrito a 8/03/2012, num minuto de "raiva":

"DIA INTERNACIONAL DA MULHER
      As mulheres ao meu lado
      As mulheres ao meu lado
      Trabalham como eu
      As mulheres ao meu lado
      Estão em pé de igualdade comigo
      As mulheres ao meu lado
      Levantam-se mais cedo que eu
    Preparam o pequeno almoço e o almoço das crianças, lavam-nas, levam-nas à escola, e algumas até deixam o pequeno almoço para o companheiro.
      Eu não
      As mulheres ao meu lado
      Saem do trabalho à mesma hora que eu
      Chegam a casa à mesma hora que eu
     Vão buscar as crianças à escola, lavam-nas, vestem-lhes os pijamas, põem a roupa a lavar, preparam o jantar para todos.
      Eu janto e fico a ler, a ver a TV ou a cuscar na Internet.
      As mulheres ao meu lado
      Lavam a louça do jantar, arrumam-na, abrem a máquina de lavar a roupa, estendem-na no arame
      Eu deito-me, chega por hoje
      As mulheres ao meu lado
     Passam a roupa, deitam os filhos, aconchegam-nos e mimam-nos, com o amor de um sorriso límpido e lindo, ao fim de mais um dia igual…na igualdade (?).
      As mulheres ao meu lado,   
      São-no todos os dias
      Não as prendam num só!"