terça-feira, 14 de março de 2017

O CANTO E AS ARMAS

O Canto e as Armas.
Passam 50 anos desde a primeira edição deste livro, em tempos de servidão, em que se subiam, olhando para todos os lados, as escadas que conduziam à Livrelco, ali para os lados de Entrecampos, mais precisamente na Rua José Carlos dos Santos, cooperativa livreira que viria a ser encerrada pela PIDE após o assassínio de Ribeiro dos Santos, entre outras vicissitudes do tempo em que a "Portugalidade" governava....
E ali, na livraria, manuseavam-se, folheavam-se livros que a indigência lapiazulada proibia.
E entre eles, comprou-se este livro de poemas de Manuel Alegre.
Cinquenta anos depois, fitá-lo, folheá-lo, lê-lo, declamá-lo, não é saudosismo, é homenagear um velho amigo, tornado vivo pela mão e o estro poético de Manuel Alegre, que nos abria os horizontes num túnel escuro, que nos alimentava uma esperança nunca abafada, que se transportava em canções que nos tocavam os sentidos e o coração.
E, 50 anos depois, achamo-nos a ler ou a ouvir, e tudo nos parece hoje, palpável, real.
Porque, 50 anos depois, aqui, agora, nesta Europa, neste Mundo, nesta vertigem, é urgente que alguém resista, que alguém diga Não!
(Trova do Vento que Passa - de O Canto e as Armas. Música de António Portugal)

quarta-feira, 8 de março de 2017

8 DE MARÇO

 
8 de Março
Dia Internacional da Mulher.
De todas as Mulheres
De toda a Humanidade.
Não um dia.
Todos os dias.
Lado a lado.
E olhando o Futuro de frente!
 
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
      As mulheres ao meu lado
      Trabalham como eu
       As mulheres ao meu lado
       Estão em pé de igualdade comigo
       As mulheres ao meu lado
       Levantam-se mais cedo que eu
       Preparam o pequeno almoço e o almoço das crianças, lavam-nas, levam-nas à escola, e algumas até deixam o pequeno almoço para o companheiro.
        Eu não
        As mulheres ao meu lado
        Saem do trabalho à mesma hora que eu
        Chegam a casa à mesma hora que eu
         Vão buscar as crianças à escola, lavam-nas, vestem-lhes os pijamas, põem a roupa a lavar, preparam o jantar para todos.
          Eu janto e fico a ler, a ver a TV ou a cuscar na Internet.
          As mulheres ao meu lado
           Lavam a louça do jantar, arrumam-na, abrem a máquina de lavar a roupa, estendem-na no arame
            Eu deito-me, chega por hoje
            As mulheres ao meu lado
            Passam a roupa, deitam os filhos, aconchegam-nos e mimam-nos, com o amor de um sorriso límpido e lindo, ao fim de mais um dia igual…na igualdade (?).

            As mulheres ao meu lado
            São-no todos os dias
         Não as prendam num só!                                                                                                                                                                 
    
Luís Diogo – 8/03/2012    
 
 (Bob Dylan - Just Like A Woman)