terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O ADEUS IRREVOGÁVEL (?)

 
Paulo Portas diz que não se candidatará a presidente do CDS no próximo congresso do partido que também tem as suas iniciais (PP), a sua marca, o seu estilo.
E diz que a decisão é irrevogável, irrevogavelmente. E onde já se ouviu e leu isto?
Paulo Portas é, com Cavaco Silva, o político há mais tempo presente na ribalta, pelo menos desde 1998, para já não falar nos seus juvenis tempos do PSD ou, com carácter mais impressivo, os seus anos como director de "O Independente", em que arrasava o labrego de Boliqueime e dizia detestar a política e os políticos.
Pois...
Nunca escondendo o seu narcisismo, o seu egocentrismo, a imensa demagogia, claro que mudaria constantemente de opinião e de bandeira, traço seu muito característico e, depois, é só nomear os cargos, aí o vemos a Deputado na Assembleia da República, Deputado no Parlamento Europeu, Ministro da Defesa, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Vice-Primeiro Ministro, sucessivamente afirmando e juramentando tudo e, de imediato, o seu contrário, como qualquer mentiroso compulsivo.
Raspando o lustre, diz-nos adeus(?) um político banal, se político se pode classificá-lo, quebrando promessas e lealdades, virando casacas e traindo amigos e companheiros, fazendo da política um substantivo detestado. Tal como Cavaco Silva.
Se Maquiavel o conhecesse, teria de reescrever "O Príncipe".
Mas classificar Paulo Portas de maquiavélico é dar-lhe a importância que não tem nem merece.
Talvez pensasse ser um Conselheiro Acácio, não chegando, sequer a um medíocre Conde de Abranhos.
Tripudiou contribuintes, agricultores, combatentes, reformados, feirantes, sempre com palmadinhas nas costas e um sorriso aberto de cinismo.
Tudo quis comprar e tudo vender, de preferência logo de seguida.
Afinal, apenas um obscuro vendedor de banha-da-cobra. 
 
(Sérgio Godinho - "O Charlatão")


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O SONHO COMANDA A VIDA

"Apesar das Ruínas

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias."
(Sophia de Mello Breyner Andresen)


Não se sabe, neste dia, qual será a decisão do zombie de Belém.
Não se sabe, também, caso se forme o Governo do PS, se o mesmo se manterá pelo tempo de uma legislatura ou se cairá em menos de um ano, apesar dos acordos celebrados com BE, PCP e PEV.
Não se sabe, ainda, qual a reacção dos credores e da UE, tendo em atenção o vergonhoso tratamento dispensado à Grécia.
O que se sabe, é que o governo mais incompetente, brutal, insensível, colaboracionista que este país conheceu em 41 anos de Democracia foi apeado do poder. 
Agora sim, irrevogavelmente.
E também se sabe que, finalmente, após 40 anos de costas voltadas, de equívocos, de leituras enviesadas, de monolitismos, caíram muros, fantasmas, preconceitos, teias de aranha.
Respira-se melhor.
Não temos certezas.
Mas temos, apesar de tudo, e finalmente, Esperança.
E acima de tudo, temos o direito de sonhar.
Então, deixem-nos sonhar, sonhar....
("Pedra Filosofal" - Música de Manuel Freire e Poema de António Gedeão)

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O PORTUGAL DOS EUNUQUINHOS!

 
Nós temos medo do que queremos. Vivemos todos em Corroios, não temos palhaços de louça nas prateleiras, temos dentro da cabeça. (António Lobo Antunes)
Aos que, pelos vistos, gostam de ser despedidos, gostam que lhes cortem nos salários e pensões, gostam de ver filhos e sobrinhos emigrar, gostam de ver avós e tios reduzidos à miséria e à morte nos corredores dos hospitais, gostam de ver as empresas de ponta vendidas ao desbarato e por tuta e meia, gostam de saber que a dívida pública dispara em flecha, gostam de ler que a pobreza aumentou dramaticamente, gostam, e aplaudem, que se cortem criminosamente verbas para a Saúde, Educação, Cultura, gostam que outros pensem e decidam por si, gostam de sentir que os sacrifícios que passaram de nada valeram, gostam de isso tudo e ainda suplicam por mais, desde que não falte o futebol, a esses todos e muitos, olhem,
Enfrasquem-se em vinho e afoguem-se em futebol.
E continuem a deixar-se castrar física e intelectualmente.
A próxima, é-vos inteiramente dedicada.
("Os Eunucos" - José Afonso)

 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ó COSTA, É PARA GANHAR...OU TALVEZ NÃO?

 
O paradoxo disto tudo é que a questão dos cartazes do PS, embora sendo matéria grave, não é o fim do mundo. O PAF faz o mesmo.
Só que o facto, em si, é apenas mais um dos imensos tiros nos pés que o maior partido da oposição tem disparado, em rajadas, sobre si próprio demonstrando à evidência um desnorte e falta de orientação injustificáveis em quem quer ganhar eleições legislativas, ainda para mais com maioria absoluta.
Face ao que se vê, e atendendo a que, aquando da sua eleição para secretário-geral, António Costa parecia transmitir uma imparável dinâmica de vitória, face à quase cumplicidade de Seguro com o bando governamental, apetece, nesta data, perguntar qual é, afinal, a diferença.
Como Seguro, parece haver dificuldade em contrariar a narrativa dos rapazolas que, nestas eleições, vai outra vez centrar-se nas origens da dita "bancarrota", para mais com Sócrates atrás das grades (por "coincidência" preso no dia em que Costa assumiu o poder no PS...), sem que pareça haver quem os contradiga.
E é nesta batalha, entre outras, que o PS se devia concentrar.
Aquando da apresentação do seu programa económico ainda conseguiu marca a agenda política tendo, posterior e inexplicavelmente, perdido a iniciativa para o bando de S.Bento.
Com comunicação firme, sem tergiversões, sem "franjas", há que desmascarar as mentiras da ultra-direita e, de uma vez, chamar os burros pelos nomes.
São mentirosos? São!
São aldrabões? São!
Mascaram e manuseiam impudicamente números? Sim, são totalmente inconscientes.
Falsificam a narrativa das negociações com a troika? Sim, são falsos!
Não têm qualquer ideia sobre as bases em que assentará o desenvolvimento económico? Sim, são incompetentes!
Enxameiam o Estado com boys e girls à revelia da Lei? Sim, fomentam a corrupção.
Não avaliam, à distância, os graves problemas do país e da Europa? Sim, são ignorantes e incultos!
Então, de uma vez por todas, acabem-se com a desorientação, os tiros nos pés, e olhe-se o inimigo nos olhos, sem medos, tremuras ou salamaleques, sem pseudo-superioridades morais ou intelectuais como se, tal como a cáfila, se tratassem os eleitores como pobres de espírito.
Afinal, são os portugueses que estão em jogo.
E puxe-se pela arma antes da cambada!
E, já agora, o facto político "Maria de Belém" não ajuda nada, mesmo nada....

A VERGONHA EUROPEIA

 

Este é o retrato da "nossa" "União" europeia.
Este é o retrato de quem rejubilou com a queda do muro de Berlim e fica indiferente à construção de um muro da vergonha na fronteira entre a Hungria e a Sérvia.
Esta é a Europa que pregou a tolerância e o respeito pela liberdade de expressão e de circulação, especialmente nos países do antigo bloco de Leste, e encolhe os ombros quando um primeiro-ministro europeu afirma que o problema dos migrantes se resolve com arame farpado e cães polícias.
Esta é a Europa que humilha os pobres e os menos desenvolvidos e fomenta um continente a várias velocidades, como as castas, com europeus de primeira, de segunda, de terceira e vagão de mercadorias.
Esta é a Europa que, com o seu tutor americano fomentou a divisão da ex-Jugoslávia e a sua guerra fratricida, que derrubou um governo legítimo na Ucrânia, que fez tudo para desestabilizar a Líbia, onde reina o caos, o Egipto (que voltou a uma ditadura), a Síria, onde o dito ISIL recorre a armas ocidentais para forçar a queda de Assad, mais o Iraque e o Afeganistão.
Esta é a Europa que escorraça e deixa afogar no Mediterrâneo quem, neste continente, busca a salvação das tragédias que a mesma Europa criou.
Diziam que, há anos, havia o Muro da Vergonha.
Agora, temos a Europa da Vergonha.
A isto chama-se evolução....

sexta-feira, 31 de julho de 2015

CECIL, APENAS UM ANIMAL...

 
"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados - Gandhi"
 
Por um punhado de 50.000 dólares, o leão Cecil foi morto a tiro depois de, durante mais de 40 horas ter sofrido uma flechada.
Morto por um dentista americano que, vindo do 21º. Mundo, resolveu divertir-se no 3º. Mundo, a troco de uns, para ele, tostões, peanuts com o diria o outro.
Afinal, a caça é uma tradição, faz parte da cultura...
Como aquela "festa" de espetar e lacerar a carne viva de um toiro, por cavaleiros avinhados, boçais, machistas, impotentes, secundados por um bando de inúteis brutamontes chamados forcados. Também aqui, cultura e tradição, claro.
Afinal, são animais.
Como os gatos queimados vivos, como os cães enforcados. Hábitos, tradições, culturas.
Animais, apenas.
Afinal, e o que também são mulheres e crianças?
Animais, se bem que, dizem, racionais.
Assim, qual o mal em violentar, espancar, matar uma mulher? A honra não se lava com sangue? Cultura, tradição, hábitos, entre marido e mulher não metas a colher!
E violar, espancar, escravizar crianças? É hábito, feitio, tradição....uma bofetada a tempo educa e instrui, desculpem lá qualquer coisinha.
País, países, mentalidades, tradições, culturas, de brandos costumes.
Jesus não o terá dito, mas, para toda essa canalha,:
"Pai não lhes perdoes, que eles sabem o que fazem!"
Viste onde nos levaste Cecil?
Obrigado!  

("Born Free" - John Barry)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

PASSOS INGRATO!


Passos Coelho lá foi ao piquenicão laranja no Chão da Lagoa, Madeira, agora que o Alberto João já lá não está.
Claro, no meio do calor, da poncha, a criatura abriu a boca e, quando não o acodem ou vigiam, sai asneira, no meio das mentiras habituais.
Agora, deu-lhe para dizer que os portugueses não comem TGV's ou auto-estradas.
Ó homem, mas que ingratidão!
Então deu-lhe para criticar o maior fabricante de auto-estradas deste país, que foi Cavaco Silva, o seu presidente, o seu amparo, o seu padrinho, o seu propagandista, o seu ferveroso adepto?
Espetam-se assim facas nas costas, coisa que, aliás, nunca fez na vida?
E o TGV? Então não se lembra que, no seio do seu partido, contra a opinião de Manuela Ferreira Leite, você defendeu o projecto?
E que a rede do referido comboio foi definida na cimeira ibérica de 2004 na Figueira da Foz, com o alto patrocínio do então primeiro-ministro Durão Barroso, do SEU PSD, e futuro mordomo da União Europeia?
Com franqueza, Pedrito, outra facada nas costas?
Já é mania...
Olhe, o que lhe vale é que você nem tem oposição que se veja.
Continue com as garotadas...

SILVA, O CRUEL!

 

A coisa passou mais ou menos despercebida.
No dia 23 de Julho de 2015, o Grupo de Forcados Amadores de Santarém, por ocasião do seu centésimo aniversário, foi agraciado por Cavaco Silva com a Ordem de Mérito.
Seguindo o exemplo de Américo Tomás em 1965 e Mário Soares em 1990.
Assim, neste ano de 2015, Cavaco reconheceu àquela agremiação especialista em maus tratos a animais, uma condecoração que galardoa "...os actos ou serviços meritórios...ou que revelem desinteresse e abnegação em favor da colectividade".
Ora o que fez tal bando a favor da colectividade?
Torturar animais?
Participar em "espectáculos" bárbaros, sangrentos, desumanos, de retrocesso civilizacional, em que um grupo de desvairados ignorantes, complexados, impotentes, se diverte em flagelar, sadicamente, um animal indefeso, contra tudo o que, a nível mundial, foi e tem sido assumido como direitos dos animais, reconhecendo-lhes, até, a sensibilidade que, de facto, possuem?
É este o "mérito" desta gente, que, com os "cavaleiros" e "toureiros", mais não faz do que denegrir o nome do país, para mais no seio de uma actividade que, cada vez mais, concita cada vez menos adeptos.
Se no Estado Novo tudo isto passava em branco, menos se justificou em 1990 e, de forma mais brutal, menos se justifica em 2015.
Ainda por cima, num país em que existe uma lei, promulgada pelo Silva de Belém, em que, claramente, se condena, inclusivé a prisão, quem infligir maus tratos a animais ou os abandone.
Com a excepção, conforme normativo introduzido pela direita trauliteira e marialva, dos animais de trabalho, os tais que morrem a puxar arados, ou de espectáculos de toureio, onde são torturados até ao fim, numa boçalidade indecorosa e degradante.
Deve ser isto que o zombie de Belém reconheceu como "mérito".
Ó Cavaco, segue o conselho desses impotentes de Santarém, que consta da sua página oficial, e que tudo define numa única frase:
Venha o vinho! Venha!     

("O Avô Cavernoso" - José Afonso)

quinta-feira, 23 de julho de 2015

VENDER A BANHA DA COBRA!

 
Sua Excelência abriu a boca e falou.
E marcou eleições.
Para 4 de Outubro.
E, como é de sua natureza, gastou mais dez minutos a abrir a boca.
A debitar baboseira...
Mas cuidado!
É que na Europa, 23 dos 28 da "União" são governados por maiorias.
Maiorias que resultam de coligações...
E qual é a ÚNICA coligação que se apresenta a eleições?
PSD/CDS.
Pois...
E até na longínqua Finlândia há uma coligação.
E de três-partidos-três!
E porque não cá?
PS/PSD/CDS...
Pois...
Que Sua Excelência só quer maiorias absolutas.
Estáveis.
Continuar a tarefa.
Pois.....
Isto não foi o anúncio de uma data de eleições.
Foi o início da campanha eleitoral.
Foi pura propaganda da coligação governamental.
E na sede da Presidência da República!
A oposição continua com vénias e salamaleques?

(Sérgio Godinho - "O Charlatão")

segunda-feira, 13 de julho de 2015

A NAVE DOS LOUCOS!

Segundo parece, da reunião desta madrugada em Bruxelas saíram todos contentinhos.
A "Europa" por ter humilhado a Grécia.
A Grécia por ter de suportar um pacote de austeridade muito maior do que o que estava na mesa antes do referendo de 5 de Julho.
No fundo, vingou a tese hegemónica da Alemanha que nunca suportou o facto de um súbdito, perdão, um país europeu ter eleito um governo que punha em causa a arquitectura europeia e a do euro.
E desenganem-se os espíritos crédulos.
Isto não ficará por aqui, pelo menos enquanto o actual governo estiver no poder em Atenas.
O seu derrube é o fito do IV Reich.
E voltem a desenganar-se os mesmos espíritos simples e cheios de boa vontade.
A Europa da coesão, da solidariedade, da entre-ajuda, sonhada pelos seus fundadores após o segundo conflito mundial, já não existe.
Começou a ser destruída em 1992 com o Tratado de Maastricht.
Foi ontem a enterrar.
E os bárbaros cercam as muralhas...


UMA HISTÓRIA GREGA...

 
Lembras-te, Leónidas, insigne Rei de Esparta?
Lembras-te quando um exército estrangeiro quis invadir a tua sagrada Pátria grega?
Xerxes, arrogante, do alto do seu trono de ouro, comandava centenas de milhares de persas que, imaginava ele, iriam submeter Atenas, Esparta, Tebas, todas as cidades-estado helénicas ao jugo do seu Império aqueménida, e obrigá-las a serem humiçlhadas.
Então Leónidas, com os teus 300 espartanos e mais uns milhares de outros gregos, decidiste, em conjunto com o teu general Temístocles, travar o passo ao inimigo no desfiladeiro das Termópilas.
Disseste adeus à tua amantíssima mulher Gorgó, ao teu filho e herdeiroe Plistarco, e rumaste àquele lugar lá para a Tessália e Fócia.
Aí, irias travar as poderosas forças de Xerxes, o implacável invasor, com os poucos meios que tinhas.
Só a vontade indómita de honrar a tua Pátria e de não a ver de joelhos.
E defendeste a Grécia como poucos, e com poucos. Quando Xerxes te disse que iria tapar o sol com as suas setas, respondeste que assim era melhor, já que lutavas à sombra. E quando disse para depores as armas, gritaste "Venham buscá-las!".
Mas, Leónidas, bem sabes que nestas coisas da guerra há sempre traidores, lacaios servis, sabujos lambe-botas. Na guerra como em tudo, bom rei de Esparta.
E um tal de Efialtes, dito pastor, talvez de ovelhas arrebanhadas e mansas, insinuou-se junto de Xerxes, por ser o poderoso e invencível, pensava ele, e ensinou-lhe uma passagem que iria apanhar o teu exército pelas costas.
Então, mandaste os outros retirar para a defesa de Atenas, e ficaste com os teus espartanos, para, juntos, infligir o maior número de perdas ao inimigo e, como disseste aos teus fiéis soldados, almoçarem ali contigo e jantarem no inferno.
Não triunfaste, foram todos passados pelas armas persas.
Mas, com o teu sacrifício, e dos teus, deste a hipótese de a Grécia sobreviver.
E, como não soubeste, mas aqui fica escrito para leres, os teus compatriotas desbarataram o inimigo em Salamina, e infligiram o golpe de misericórdia um ano depois, em Plateias.
Xerxes desistiu de conquistar a Grécia .
Nem o trono de ouro lhe valeu.
Nem uma cadeira.
Ou um simples banco.
E muito menos uma cadeira de rodas....

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A HORA MAIS BELA! (their finest hour!-Churchill)

(excerto de um discurso de Winston Churchill, após a vitória da RAF)

A Grã-Bretanha comemora, hoje, o 75º. aniversário do início daquela que foi conhecida por Batalha de Inglaterra e que, então, o indómito povo britânico venceu, marcando o início do declínio da máquina de guerra de Hitler, que Estalinegrado, El-Alamein ou a Normandia confirmariam.
Há 75 anos, um povo inteiro, com escassos recursos, recebendo intermitentes abastecimentos dos Estados Unidos, fez frente, chorando sangue, suor e lágrimas à então invencível e arrogante Alemanha, com meios militares e humanos muito superiores, mas que foi derrotada.
Recordar a História, e momentos como este, talvez nos acorde do torpor e nos alimente alguma esperança... 




  

A BESTA NEGRA

 
"Ofereci ao meu amigo Jack Lew -secretário de Estado do Tesouro dos EUA-, por estes dias, uma troca: trazíamos Porto Rico para a zona euro e, se os Estados Unidos quiserem, levam a Grécia para a união do dólar." - Wolfgang Schauble, perante o espanto do seu interlocutor que julgou que se tratava de uma anedota.
Assim!
Sem mais nem menos!
Como qualquer gauleiter nazi em território ocupado.
Qual povo grego, qual povo porto-riquenho!
Para gente como esta só os números contam.
As folhas de Excel.
As percentagens.
Os modelos econométricos.
O vazio.
E é gente desta que tem o destino da Europa nas mãos...
Como se estivesse, já, no contar das espingardas e na conquista do espaço vital.
Esmagando os sub-humanos do Sul da Europa ou das Caraíbas.
Ai dos vencidos...
 
 
 
 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

E AGORA, eUROPA?

E agora Europa?
Agora que um povo, soberano, corajoso, vertical, legitimado por mais de 2.000 anos de História, exerceu o seu direito de opinião e votou, 61%, na recusa da chantagem de burocratas que nunca foram eleitos.
Como a Comissão Europeia.
Como o Conselho Europeu.
Como o Eurogrupo.
Como o directório do FMI.
E agora, gente medíocre, sem visão, que estão, infelizmente para todos nós, à frente dos destinos daquilo que se chama "União" Europeia?
E agora, vão V.Exªs. ignorar o sentido de voto grego, continuar com as vias tortuosas, com a ausência de diálogo, com as políticas de terror, de asfixia económica e financeira, acolitados por pequenos deuses caseiros que mais não fazem que salivar e abanar a cauda à voz dos donos?
E, já agora, membros do grupo excursionista que dá pelo nome de Internacional "Socialista", vão continuar na senda da capitulação, da rendição, da renúncia aos ideais que deu origem à vossa matriz?
E, numa cegueira suicida, vai toda esta gente continuar a ignorar os princípios fundadores da Europa, entre os quais os de coesão e solidariedade?
No fundo, bem no fundo obrigado luminosa Pátria grega!
Talvez agora, talvez, o nome Europa possa vir a ter algum significado.
Para os povos da Europa, claro.

 
FOI NO MAR QUE APRENDI

Foi no mar que aprendi o gosto da forma bela

Ao olhar sem fim o sucessivo

Inchar e desabar da vaga

A bela curva luzidia do seu dorso

O longo espraiar das mãos de espuma

Por isso nos museus da Grécia antiga

Olhando estátuas frisos e colunas

Sempre me aclaro mais leve e mais viva

E respiro melhor como na praia
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
 


quinta-feira, 2 de julho de 2015

BARBÁRIE EM DIRECTO, AO VIVO E A CORES!

Um gato queimado vivo, perante a alarve boçalidade "popular", numa qualquer aldeia deste país, porque é "tradição".
Um cão enforcado pelo dono, porque sim.
Animais domésticos abandonados na rua porque os donos vão para Punta Cana ou para a Tunísia (oxalá...).
Cães e gatos violentamente maltratados para esconder impotências físicas e/ou mentais ou outra<s disfunções.
Tudo isto se passa agora, aqui, num país onde até já existe legislação que pune quem maltrate animais domésticos ou de companhia.
Mas que, por influências espúrias, excluiu as touradas.
Talvez por isso, pressurosa, hoje, a RTP, serviço público de televisão, vai transmitir em directo a sua 51ª. (!) corrida.
Num horário em que as crianças podem assistir, numa altura em que a ONU e outras organizações defendem que as mesmas não devem assistir a espectáculos desta violência.
E num ano em que a tauromaquia deixou de ser património cultural da França.
França que, na sua legislação, reconhece a sensibilidade e a consciência dos animais.
Aqui não, qual quê!
Em nome da "tradição" (qual?), da "cultura" (como???), do gosto "popular" (o mesmo dos Big Brothers...), uma estação que pertence a todos nós, exibe, orgulhosamente, um espectáculo bárbaro de tortura de seres vivos, para gáudio de brutamontes inúteis, acéfalos e cobardes.
E, trazendo essas imagens até nossas casas, não se admirem dos tais cães e gatos torturados.
Alguns dirão que "quem não goste, mude de canal".
Tapa-se a árvore para não ver a floresta.
A questão é civilizacional, é de mentalidade, é de verdadeira cultura.
Neste país, tal como já sucede em muitos outros, desde a Espanha e França à América Latina é imperioso, urgentemente, banir para sempre as touradas e tudo o que representam.
A "Festa Brava" é, definitivamente, um resquício de tempos negros, lastro do passado.
E se querem "Tourada", fiquem-se com esta, que é muito superior.
A música é do Fernando Tordo, o poema (genial!) é de José Carlos Ary dos Santos.
 
 
 

terça-feira, 30 de junho de 2015

O VENERANDO CHEFE DO ESTADO


Num momento em que a Grécia convoca um referendo para saber se a sua população aceita, ou não, as propostas da União e do FMI, com isso trocando as voltas aos algozes, perdão, aos credores.
Num momento em que tal decisão, pelos riscos que comporta, para o Euro e para a UE, provoca um violento espirro nos mercados financeiros que faz tremer de terror a Europa e o Mundo.
Num momento em que, na sequência destes factos, vemos Merkel, Hollande, Juncker, apelar ao urgente diálogo (5 meses serviram para quê?).
Num momento em que, mais uma vez, Obama insiste na necessidade da preservação da estabilidade do Euro e da União Europeia, no que é seguido pelo presidente da China.
Num momento em que já toda a gente reconheceu que em caso de queda da Grécia, Portugal seria o senhor que se segue, para além de, no imediato, ser notoriamente afectado pelo comportamento dos mercados.
Nesse preciso momento, uma voz se levanta e sossega o Universo, a Galáxia:
O Silva de Belém que, com iluminada perspicácia e presciência anuncia trombeteiramente:
"A zona do euro são 19 países, eu espero que a Grécia não saia, mas se sair ficam 18 países".
Nem Monsieur de La Palice diria melhor!
Profundo!
Didáctico!
Aritmeticamente correcto!  
Melhor que o profundamente pior do saudoso venerando chefe do estado Américo Thomaz!
O Estado a que isto chegou!
O grau zero da política!
E da inteligência!
É o chico-espertismo das labregos ignorantes!
Já que D. Juan Carlos está sem fazer nenhum, peçam-lhe para vir cá e berrar nas fúcias do zombie de Belém:
"Porque no te callas????"

(Deolinda - "Fon fon fon")

segunda-feira, 29 de junho de 2015

AMAZING GRACE

(Stonewall Inn - Bar em Greenwich Village, símbolo da luta pelos direitos dos homossexuais e, este mês, considerado Património Municipal de Nova Iorque)

No dia 26 de Junho de 2015 fez-se história nos Estados Unidos.
Por 5 votos contra 4, o Supremo Tribunal daquele país legalizou, em todos os estados, o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Esta decisão, tal como aquela que, no início da mesma semana, considerou legal o programa de assistência na saúde aos mais desfavorecidos (e são escandalosamente milhões nos EUA), conhecido como Obamacare, é um salto civilizacional e o reconhecimento ao direito à felicidade sem restrições.
E representa, claro, uma tremenda derrota para os ultra-conservadores empedernidos do Partido Republicano e para a extrema-direita do famigerado "Tea Party" que, por acaso, ou talvez não, conta com simpatizantes no governo português.
Representa também, num país em que este problema é doloroso e sangrento, uma derrota para todos os que fazem do racismo, de todas as formas de racismo, uma forma de pensamento e de acção, envoltos na sua estupidez e ignorância.
Uma semana, enfim, em que o melhor dos Estados Unidos surgiu perante todos nós.
Haja esperança!
 
 

FEIOS, PORCOS E MAUS!

 


Se alguém tinha dúvidas sobre a bondade de uma Europa coesa, solidária, integrante, como desejado pelos Fundadores que, a 1 de Julho de 1967 assinaram o Tratado de Roma, desengane-se.
Com os episódios quase pornográficos a que se assistiu nos últimos dias, relativamente à "negociação" da dívida grega, ficou claramente explícito o que quer esta Europa e como o pretende alcançar.
Para este bando de burocratas, ignorantes da História, chamem-se Dijsselbloem, Juncker, Tusk ou Draghi, a democracia é apenas formal, a soberania de cada estado é limitada e, aquando das eleições, apenas podem ser eleitos os que respeitem o diktat: liberalização total, desregulamentação máxima, transferência brutal dos recursos do trabalho para o capital, precarização do mundo laboral, eliminação do estado social e rédea livre para a gula dos privados e da excessiva balança comercial da Alemanha (ai aqui não há regras?).
Quem ousar pôr em causa estes dogmas deve ser punido e humilhado. Não há lugar à alternativa.
É isso que nos ensina a crise grega.
O problema não é o défice, não é o saldo primário, não é a dívida.
A questão é política!
A Grécia, no fundo, pôs a nu esta construção "europeia" ao arrepio dos tratados fundadores, e cimentada em torno do Tratado de Maastricht, do Pacto de Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental e do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, verdadeiros garrotes da democracia e da liberdade de escolha dos cidadãos europeus.
Assim, só há que castigar a Grécia, ovelha negra do plácido rebanho,. ainda mais plácido quando a social-democracia, o trabalhismo e o chamado socialismo democrático se renderam, deixando cair em mãos duvidosas (olá Frente Nacional...) as bandeiras da justiça social, do progresso, dos direitos laborais, da coesão e da solidariedade.
E como já não seria bonito bombardear Atenas por panzers ou stukas, asfixia-se o país económica e financeiramente, pensando-se que a eventual saída da Grécia do euro seria o extirpar de um tumor, sem mais consequências, como o demonstra a incompetente, desastrada e irresponsável forma como o Governo de Portugal (o país que se seguiria..) lida com o assunto.
Pura asneira! Desde a total descredibilização do euro, com reflexos profundos na economia europeia, até ao efeito de contágio, toda a Europa perderia. E muito, nestes tempos de economia global e planetária.
Mas será que, para meter todos estes acéfalos na ordem, será preciso Obama desembarcar na Normandia e Putin cercar Berlim?

(Leonard Cohen - "First We Take Manhattan")

sábado, 20 de junho de 2015

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

 
A Europa está cega.
Pelos menos a Europa a que respeita a "União Europeia".
Porque o problema da Grécia, claramente,
não é o défice, ou o default, ou as pensões, ou as falaciosas "reformas estruturais".
O problema da Grécia é político.
O problema é, legitimamente, o povo grego ter escolhido uma opção diferente da narrativa oficial.
Que não acredita em "austeridade expansionista".
Que descrê de cortes cegos.
Que considera a asfixia da economia como incapaz de diminuir a dívida.
Que ainda acredita que a Europa é um espaço de liberdade, justiça e solidariedade.
Que desfaz os argumentos de Merkel, Schlaube, Hollande, Draghi ou Juncker, adeptos do esmagamento dos mais fracos, da deterioração do trabalho a favor do capital, da desregulamentação dos mercados especulativos e usurários, do aniquilamento dos direitos sociais e laborais, da extinção do Estado Social, que deveria ser o orgulho de qualquer europeu, enfim da agenda ultra-liberal e ultra-capitalista como cartilha única e incontestada.
Lagarde tem razão, a sala está invadida por crianças, as atrás citadas e os seus lacaios e sabujos, como Passos ou Cavaco.
E nesse regabofe, com a Alemanha a seus fiéis escudeiros a transformarem em picadinho as bases fundadoras do Tratado de Roma, e a destruírem, pedra por pedra, o edifício europeu, ninguém se deu ao trabalho, sequer, de olhar para o mapa da Europa.
O que qualquer criança minimamente inteligente faria.
E constatar a privilegiada posição geo-estratégica da Grécia.
Na recente conferência do G7, Obama aconselhou Merkel e a Comissão Europeia a fazer tudo para manter a Grécia no Euro.
Obama olhou e percebeu-
Putin, esse, há muito que já olhara e percebera.
A "União", cega, não olha, não vê e não percebe! 

terça-feira, 16 de junho de 2015

O ALIVIADO

 
O zombie de Belém agora, diz que se sente aliviado com a oferta que, literalmente, o governo fez da TAP aos novos proprietários.
Segundo a emérita criatura, a privatização foi óptima, a empresa fica em mãos portuguesas, o hub permanece em Lisboa, etc., etc.
Isto tudo, segundo diz, por ter recebido informações positivas por parte do governo, da Comissão Europeia (que, oficialmente, ainda não se pronunciou, adiante...), da Direcção Geral da Concorrência da UE, sabe-se lá de mais quem, informações que quase todos desconhecem.
Vamos a ver se não são tão boas como as que sua excelência recebeu para poder afirmar que o BES era um banco sólido...
Homem de fé, reconheça-se. Falta saber fé em quê...
Na mesma altura, em visita a um país estrangeiro, a criatura resolveu interferir na política interna de um outro país aliado - a Grécia-, permitindo-se enviar recados como quem, tendo telhados de vidro, atira pedras ao do vizinho.
Triste figura, feita por quem não explicita, ou desconhece, as regras em que se baseia a União Monetária...
Enfim, mais uma iliteracia evitável.
Mas ainda teremos de aturar aquilo por mais oito longos meses.... 
Haja pachorra!

sábado, 13 de junho de 2015

DIA DE PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Há 36 anos que o conhecemos.
Imutável.
A pequenez.
A mesquinhez.
O provincianismo complexado.
O ressentimento ressabiado.
A vingança traiçoeira.
A vileza.
O panfleto da sua ideologia e do governo que concebeu e apadrinha.
A ilusão barata, a prestidigitação de feira, o truque baixo,
O fingimento de um país que não existe,
Gato por lebre,
Bacalhau a pataco,
TAP ao pontapé.
Penduricalhos com fartura, pão e circo. 
O ódio ao diferente, à alternativa, ao pensamento, à cultura.
Ele, sim, profeta da desgraça,
Do desânimo, da desesperança, dos braços caídos, da fome, do desemprego, da pobreza.
Portugal pequenino, vassalo, obediente, 
História esquecida, omitida, apenas
Assoprada da boca para fora, sem quaisquer sentimentos.
Triste fado o nosso...
Que é um fadista que bem o descreve:
E, no meio disto tudo, 10 de Junho é dia de Camões.
E alguém falou ou fala de Camões, tirando os lugares comuns para disfarçar a ignorância?
Como bem escreveu Almada Negreiros (A Cena do Ódio):
E. ainda há quem faça propaganda disto:
a pátria onde Camões morreu de fome
e onde todos enchem a barriga de Camões!

E voltasse Camões a este mundo, e o olhasse, olhos nos olhos, sobranceiro em Belém, mais à feira de vaidades, arrogâncias e ignorâncias que o rodeiam, e decerto voltaria a escrever, como só ele sabia:

Não mais, Musa, não mais, que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida,
O favor com quem mais se acenda o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.

terça-feira, 9 de junho de 2015

GOVERNO DOS PEQUENINOS...

Passos Coelho é um mito urbano!
Revelado em pequenino!
Perdão, no Portugal dos Pequeninos, nos 75 anos do parque.
Incentivar a emigração, ele?
Nunca!
Isso é um mito!
 Como deverão ser mitos os apelos claros à emigração dados em Outubro de 2011 pelo Secretário de Estado do Desporto.
Reforçados, nesse ano, em Novembro, por Miguel Relvas no Parlamento.
Pelo próprio Passos, em Dezembro, ainda de 2011, em entrevista ao Correio da Manhã, quando aconselhou os professores "excedentários" (quais, onde, como, com que critérios?) a abalarem para Angola ou Brasil.
Ou pelo inefável Paulo Rangel, quando sugeriu a criação de uma agência de apoio ao empurrão, perdão, à emigração dos portugueses.
Tudo isto, para Passos, são mitos urbanos.
Pois, não foi escrito, foi dito.
Mas está registado.
Por escrito.
Por vídeo.
Passos Coelho, no fundo, igual a si e ao seu governo.
Mentiroso.
Incompetente.
Ignorante. 
Colaboracionista.
Subserviemnte.
Medíocre.
Pequenino, cujo desígnio ideológico é transformar Portugal, de facto, num país pequenino, pobre, vazio de gentes e de desígnios.
Mito urbano não é o que ele, e os seus acólitos, de facto disseram.
Mito urbano é ele, Passos Coelho, acompanhado do séquito.
E, como todos os mitos, em breve se desfará em pó.
 
("Cantar de Emigração"-Adriano Correia de Oliveira)



sexta-feira, 5 de junho de 2015

PROGRAMA DA COLIGAÇÃO

 
Nesta semana, mais precisamente na quarta-feira, Pedro, o Caloteiro, e Paulo, o Irrevogável, apresentaram o dito programa de governo da coligação que, actualmente, (des)governa o país.
Por acaso, ou talvez não, tal não, esse magno anúncio coincidiu com a berraria do Sporting, do Benfica, do Jesus, do Marco pelo que, por entre a fumarada e estoiros dos petardos da bola, tal nulidade política passou despercebida.
Até porque os coligados não fizeram, desta vez, promessas que nunca iriam cumprir, mas bateram com a mão no peito a garantir 9-coisas-9 que, com a metralha futebolesa, tiveram de ser rapidamente adaptadas, de acordo com o que se segue:

1-Pedro garante que Jorge Jesus será treinador do Sporting. Pelo menos até ao Natal...
2-Paulo garante que Rui Vitória será o putativo treinador do Benfica, até Marco Silva de facto o ser.
3-Pedro garante que Bruno de Carvalho será presidente do Sporting até ser indigitado para administrador e animador do parque infantil do Alvito.
4-Paulo garante que Luís Filipe Vieira irá percorrer todas as casas do Benfica até, estalinisticamente, apagar todas as fotografias e autógrafos de Jorge Jesus.
5-Pedro garante que Bruno de Carvalho vai lotear a academia de Alcochete para ali construir um condomínio de luxo.
6-Paulo garante que, antes do loteamento, Luís Filipe Vieira irá raptar para o Seixal todos os infantis e juvenis do Sporting.
7-Pedro garante que, desta vez, Jorge Jesus vai mesmo aprender a falar português correcto, graças aos ilustres sábios da JuveLeo.
8-Paulo garante que, irrevogavelmente, Luís Filipe Vieira vai estabelecer uma terra de ninguém entre a Luz e Alvalade, pejada de minas anti-pessoais, com portagens tipo SCUT.
9-E Pedro e Paulo garantem que, até hoje, Pinto da Costa ainda não parou de rir.
 
E, agora, falemos de coisas sérias:
("Bámos Lá Cambada"- Herman José num trabalho genial de Carlos Paião)
 
 


 

terça-feira, 2 de junho de 2015

GAROTADAS....POUCO FELIZES!

Ontem foi o Dia Mundial da Criança!
Nesses dias, tem-se a mania que as crianças são adultos pequenos e tratam-nas como se fossem atrasadas mentais, muitas vezes rindo alarvemente de declarações ou frases que as crianças, legitimamente, proferem fora de contextos, ou lapsos perfeitamente justificados.
Lá dizia o outro, Mas as crianças, Senhor!
O pior é quando dois adultos (julga-se), abrem a boca e proferem autênticas garotadas.
Por exemplo, o nosso querido inquilino de Belém, o zombie que passa por presidente da república, a propósito da unilateral recondução de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal, abriu a boca e disse que raríssimas pessoas tinham a competência do Costa para o cargo e que, quem o criticasse, deveria estudar o que e passou n outros países sujeitos a resgate.
É obra! É de homem! De facto, o raríssimo Costa, segundo Cavaco, no ano passado, garantiu-lhe que o BES era de confiança, sólido, que valia a pena investir nesse "Velho" Banco.
Viu-se, viram-nos os pequenos investidores....
Viu a Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES, como se lê do relatório produzido (sendo de lembrar que dois deputados que o subscreveram, Carlos Abreu de Amorim-PSD- e Cecília Meireles -CDS- se tenham apressado a virar o bico ao prego, à ordem da voz do dono, "prestigiando", assim, o Parlamento).
Será que o zombie de Belém ainda se lembra dessa raríssima intervenção do raríssimo Costa?
Pelos vistos não. A memória deve estar depositada no novo Museu dos Coches...
Quanto ao Pedro de Massamá, brilhante escritor de ficção científica, disse que a intervenção da troika em Portugal tinha terminado bem e que teve um final feliz.
Como nas histórias da carochinha ou contos para crianças.
Mas então...esses contos não eram monopólio do Syriza? Não me digam que o terrível Passos está a descampar em perigoso radical...continuando sempre a mentir e a negar a realidade.
Mas mais grave, muito mais grave, o que prova que quando não se sabe falar é melhor estar calado, é esta frase, proferida pelo Pedrito, na mesma ocasião:
"Ninguém está certo de conseguir produzir uma política que garanta a felicidade seja de quem for, não acredito em coisas dessas.
De resto não acredito na felicidade.".
E nós a pensarmos que a responsabilidade de qualquer governante era fazer tudo, mas tudo, o que estiver ao seu alcance, para conseguir que o seus concidadãos vivam felizes!
É demasiado chocante e indesculpável.
Num Dia da Criança....
Crianças que, neste país, são o grupo mais frágil para cair em situações de extrema pobreza...
Jovens, neste país, onde o desemprego jovem supera 35%...
Mas as crianças, Senhor!
O que "eles" lhes fazem...
Não lhes perdoes porque "eles" sabem o que fazem!

("Menino do Bairro Negro" - José Afonso)

sábado, 30 de maio de 2015

VASCO UVA, OBRIGADO!

 

De acordo com o que está previsto, hoje pelas 14 horas GMT, em jogo da selecção nacional de rugby (Os "Lobos") contra o Quénia, em Nairobi, Vaso Uva atingirá a sua 100ª. internacionalização.
A partir desta data, o eterno "Grande Capitão" pertencerá a um grupo restrito dos grandes artistas desse jogo único, maravilhoso, fascinante, emotivo, leal, honesto, que é o Rugby.
Grupo encabeçado pela lenda irlandesa Brian O'Driscoll (141 selecções, 133 pela Irlanda e 8 pelos British & Irish Lions) e donde constam nomes míticos com o o neo-zelandês Richie McCaw (138), o australiano George Gregan (139), o francês Fabien Pelous (118) ou o italiano Sergio Parisse (112).
Vasco Uva, nascido a 15/12/1982,  estreou-se nos "Lobos" a 16 de Fevereiro de 2003 contra a Geórgia (vitória por 34-30. Ainda se ganhava à Geórgia...).
Sempre jogou pelo seu clube de sempre, o Grupo Desportivo de Direito, com excepção de um breve período em 2008, quando alinhou em França pelo Montpellier .
Também em 2008, no mês de Novembro,foi convidado para fazer parte da selecção por convites, os Barbarians, que em Plymouth defrontaram uma selecção das forças armadas britânicas.
Montpellier e Barbarians, decerto resultados da inolvidável presença dos "Lobos" no Mundial de 200, em França, onde escreveram uma das mais belas páginas do desporto português, sendo Vasco Uva o Capitão de equipa, que foi considerado o Homem do Jogo no encontro que Portugal perdeu perante a Escócia por 56-10.
Fica desse Mundial a memória do Nova Zelândia-Portugal, ainda hoje mundialmente recordado, e citado, como o melhor exemplo do espírito desportivo do Rugby.
Pela sua atitude em campo, pela sua entrega, pelo seu exemplo, pela dinâmica que desenvolve e faz desenvolver, pela técnica, Vasco Uva é um exemplo do desportista completo e íntegro, e um exemplo e inspiração para todos, especialmente os que adoram o Rugby.
Na senda de outros exemplos, como Xavier de Araújo, Vasco Pinto de Magalhães, Nobre, Raul Martins, os irmãos Lynce, Pedro Ribeiro, César Pegado, Queimado Marques, os Durão, e tantos outros.
E nunca esquecendo aquele que trouxe para o Rugby gerações de jogadores e de espectadores, o dedicado "Mestre" Serafim Cordeiro Marques, "Cordeiro do Vale" que, pelos ecrãs da RTP divulgou e ensinou esse desporto quase perfeito (a perfeição absoluta é algo ainda a alcançar).
E na senda de todos eles, enorme, talvez o melhor jogador português de rugby de todos os tempos, o grande Vasco Uva, paradigma do Capitão, do Jogador, do Fair-Play.
100 internacionalizações!
Obrigado, Vasco Uva!

NOTA: Vistas as cenas dignas de um "O Padrinho" rasca, vividas no seio da FIFA, a World Rugby e todos os que jogam e amam este desporto, devem estar, ainda a estas horas, a rebolar-se de riso...




  

quinta-feira, 28 de maio de 2015

28 DE MAIO

 
A 28 de Maio de 1926, um golpe de estado militar punha fim, violentamente, à I República, instaurada a 5 de Outubro de 1910.
República que, com todos os defeitos e contradições, tinha lançado as bases para uma melhor educação, melhor saúde, mais direitos para os trabalhadores, incluindo os de protecção social não caritativa ou assistencialista, separação entre a Igreja e o Estado, começo do respeito pelos direitos das mulheres, etc. E, acima de tudo, a instauração das liberdades de expressão e associação, de entre a instauração, constitucionalmente garantida, das liberdades básicas e universais.
Para lá de, repete-se, todos os erros cometidos ou contradições insanáveis.    
Com o 28 de Maio, estabelece-se a ditadura, o modelo social repressivo, copiado do fascismo italiano de Mussolini, o fim das liberdades, a censura, a extinção dos partidos, a governamentalização dos sindicatos, a repressão policial, a prisão e assassinato de adversários políticos.
É o triunfo da grande burguesia, especialmente da grande burguesia rural, católica e retrógrada, e dos grandes industriais que surgiam numa indústria ainda incipiente.
Iniciou-se um ciclo de retrocesso civilizacional e económico, de que ainda hoje se sentem múltiplas repercussões.
E, como desculpa, o controlo orçamental...
Pois....
Só que neste século XXI, nesta Europa do euro, já não são precisos golpes de estado violentos p+ara domesticar os povos.
Basta um simulacro de democracia, quanto baste, e deixar que o mercados funcionem e manipulem os cidadãos.
É fácil.
Basta acenar com "privilégios injustificados", "viver acima das suas possibilidades", "temos de empobrecer", "não sejamos piegas"...
Assim, despedem-se trabalhadores "excedentários", forçam-se a emigrar quadros qualificados cujas habilitações "não servem as empresas", cortam-se prestações sociais, reduzem-se os orçamentos da Saúde e Educação, eliminam-se gastos "supérfluos" com  Ciência,. a Inovação, a Investigação, e vendem-se empresas a esmo, tirando o diabolizado Estado de tudo quanto mexa.
E, com a ameaça de cortar, ou não, salários, pensões, estabilidade no trabalho, provocam-se os sentimentos mais básicos das pessoas, como a própria sobrevivência, dependente da sobrevivência do emprego, do salário, seja este qual for, desde que exista. Com "comunicadores" que, vendendo-se por um prato de lentilhas, matraqueiam nas rádios, televisões e jornais, a narrativa única do poder.
E fomenta-se a desvalorização do trabalho, transferindo-se, assim, milhões e milhões de euros para o capital.
E se alguém, ou um país, ousarem erguer a voz, metem-se na ordem, amedrontam-se, acenam-se com mais despedimentos, mais cortes, menos regalias, a bancarrota, a falência total e irreversível.
E o medo é tão basicamente humano...

("Perfilados de Medo" - José Mário Branco, poema de Alexandre O'Neill)
 
 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

O MINISTRO ENFADONHO

 
Pires de Lima e o seu grupo excursionista, em mais uma romaria ao estrangeiro, desaguou desta feita em Espanha, para, pensam eles, cativar investidores.
Para comprarem mais alguma empresa portuguesa, a pataco. Como a TAP, que o mesmo Pires de Lima, e o seu governo até pagam para ser privatizada de qualquer modo e feitio.
E, no meio disto tudo, com o seu habitual talento para a palavra fácil, entre outras coisas afirmou que "Portugal é um país politicamente previsível, até um bocadinho enfadonho...".
Bela maneira de se referir ao seu país!
Em qualquer dicionário, se descobre que "enfadonho" é equivalente a tédio, em que há monotonia ou cansaço, que aborrece, que incomoda.
Portanto, em piresdelimês, quando se quer captar investimento, quando se quer dinamizar a economia, vejam lá, não sejam dinâmicos, não vale a pena, o país é um enfado, é aborrecido, é monótono, deixem-no vegetar.
Só que não é só Pires de Lima. É o Governo de que faz parte.
Eles sim, todos, é que são um grande enfado.
Por favor, já que não se pode exigir muito, ao menos quando representam Portugal, tenham decoro na linguagem, nas opiniões.
E se não sabem, como parece evidente, aprendam a ler e a escrever.
Em cadernos de duas linhas.
Se quiserem, até pode ser entre duas bejecas...

("Ai Portugal" - Jorge Palma)

terça-feira, 19 de maio de 2015

O MARQUÊS É VERMELHO!!!

 
Não basta, desde que foi eleito ver o governo do Syriza ser violentamente atacado pelo que chama "União" Europeia, numa chantagem inadmissível e clara falta de respeito pela vontade do povo grego expressa nas urnas, chantagem reforçada pela clara sabotagem económica do Banco Central Europeu (o programa de "quantitative easing" não contempla as obrigações gregas...), sob a batuta alemã.
Não, para alguns iluminados, qualquer cedência, ou ajustamento, protagonizado pelo Syriza é "traição à classe operária", pelo que urge derrubar esse Governo.
Talvez para dar lugar à sinistra Aurora Dourada ou, até, a um golpe militar.
Que alegria! Social-fascismo no seu melhor!
Para esses revolucionários de sofá e whisky, que se masturbam a ler Marx e atingem o orgasmo a reler Lenine, seja na Grécia, Espanha, Portugal ou até Vanuatu, todos os partidos de esquerda ou da social-democracia existentes, mas todos mesmo, são revisionistas, traidores, que sabotam o pujante movimento operário e as massas trabalhadoras, seja lá o que isso lhes queira dizer.
Ler, e aprender, com Marx e Lenine é fundamental.
Como fundamental é compreender que estamos no século XXI e não no XIX ou no início do século XX.
Não compreender a evolução da História, da correlação entre as diversas forças sociais, da alteração das relações de produção, da sofisticação do capitalismo, é pseudo-intelectualismo retrógrado e, no limite, perigoso por bloquear possíveis alternativas de esquerda e abrir o caminho para o mais negro liberalismo autoritário, mesmo de fachada "democrática". Como é o caso da UE.
Não esquecer que a última grande e criativa revolução na Europa explodiu em França em Maio de 1968, e veja-se como foi "reciclada"...
E quando se fala em "vanguarda da classe operária", fala-se de quê? Que um escravo de call-centers, a receber menos que o salário mínimo, a trabalhar 12 horas por dia, é um "pequeno-burguês" tendencialmente reaccionário, e um trabalhador da Auto Europa, a ganhar quatro ou cinco vezes mais é um operário bacteriológica e revolucionariamente puro, porque sim?
Com "amigos" destes, quem deseja inimigos?
E já que gostam de livros antigos, recomendam-se leituras como "Radicalismo Pequeno-Burguês de Fachada Socialista", escrito por Álvaro Cunhal em 1970, ou, melhor ainda, "Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo", escrito por Lenine entre Abril e Maio de 1920 e publicado como panfleto em Junho desse ano.
Porque "gloriosos" movimentos de massas sob o estandarte vermelho, nos nossos dias, só uma vez por ano, no Marquês de Pombal, e é preciso que o Benfica ganhe o campeonato!   
Como diria o poeta, "tudo o mais são tretas"!
 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

"ABORTO" ORTOGRÁFICO? NUNCA, OBRIGADO!

 
Não se sabe bem se é milagre de Fátima, ou pelo contrário, mas o facto é que, segundo rezam as crónicas deste pachorrento país à beira-mar plantado, a partir de hoje será obrigatório seguir a norma contida no Acordo Ortográfico de 1990.
Por acaso, Portugal é, nesta data, o único país da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (que inclui a lusofoníssima Guiné Equatorial....) que o vai aplicar.
Quanto a "Acordo", estamos conversados...
No que ao fundo da questão diz respeito, julgo que não passa pela cabeça de ninguém com bom senso que uma língua materna, seja qual for, se mude por decreto.
Uma língua evolui graças a quem a fala e a quem a escreve.
Acaso existe problema em ler o português brasileiro de Jorge Amado, o português angolano de Luandino Vieira, o português moçambicano de Mia Couto, o português português de Eça de Queirós?
Não se está a valorizar a língua, muito pelo contrário, está-se a rebaixá-la, a manietá-la, a cercear-lhe a criatividade, a beleza, a cortar a possibilidade de a moldar, de a cinzelar, de a lapidar como jóia que é.
"A minha pátria é a língua portuguesa", como escreveu Pessoa, é a língua de luz, de música, de cor, de mar, adaptável nas praias onde desagua, burilada pelos falantes e pelos criadores que a trabalham.
Aqui, no Brasil, em África, em Timor.
Não por decreto, mas pela vida vivida.
E falada.
E escrita.
Por aqui, nunca entrará o dito "Acordo" nem a "língua" entaramelada que quer impor.
Mas sim, e sempre, a Língua Portuguesa.
Incluindo o "português com açúcar", como Eça designava, brilhantemente, o português do Brasil.
 
("Língua" - Caetano Veloso)