domingo, 8 de dezembro de 2013

LIVE FAST, DIE YOUNG:JIM MORRISON

 
Nasceu há 70 anos na Florida, morreu antes de completar 28 anos, em Paris, a 3 de Julho de 1971.
Passou pela música como um meteoro. De álcool. De provocação. De desobediência. De drogas.
De génio, enquanto poeta, compositor e cantor.
Foi a alma e o sangue dos "The Doors", que formou em 1965 com Ray Manzarek, Robby Krieger e John Densmore, lá para os lados de Venice Beach, Califórnia.
O nome da banda foi sugerido por Ray, e retirado do título de um livro de Aldous Huxley, "The Doors of Perception", que alude a um poema do escritor do século XIX, William Blake.
O seu primeiro álbum, de 1967, "The Doors" transforma-se num ícone da contra-cultura.
Combinando as diversas abordagens musicais trazidas ao grupo por cada um dos seus membros, dos blues ao rock, da música clássica ao jazz, desaguando no hard rock e rock psicadélico.
Morrison revela o seu génio poético, bebendo nas fontes do romantismo, do simbolismo, do existencialismo, de Nietzche (estética, moralidade e dualidade), de Rimbaud, de Baudelaire, de Molière, de Balzac, de Cocteau, de Kafka, de Allen Ginsberg e de Jack Kerouac.
Os seus espectáculos ao vivo tornam-se polémicos, Morrison torna-se num sex-symbol, provocam escândalo no Ed Sullivan Show (a 17/9/67) por causa dos versos de "Light My Fire".
A 10/12/67, Morrison é preso durante um espectáculo em New Haven por insultar a polícia perante os espectadores. Em Chicago, já em 1968, são os fãs que se descontrolam durante a actuação.
Mas o génio continuou sempre a produzir, apesar do evidente abuso de álcool e drogas. A canção "The Unknown Soldier" foi banida das rádios por causa da letra. Lembra-se que, na época, a traumatizante Guerra do Vietnam estava no auge da ferocidade.
 
A fama precedia-o, e aos Doors, tendo sido preso em Miami por alegadas obscenidades que, segundo Manzarek, nunca tiveram lugar. O público, durante os espectáculos, já estava hipnotizado e tudo era suposto acontecer. No entanto, e ainda em Miami, a 16/9/70, seria condenado a 8 meses de prisão por alegada profanação e exposição indecente.
A sua participação no Festival de Wight, em Agosto de 1970, ao lado de Jimi Hendrix, Miles Davis, The Who, Donovan ou Joni Mitchell foi um êxito.
Como todos os discos do grupo, na sua breve trajectória de 1965 a 1971, ano que lançariam o último com a participação de Jim Morrison, "L.A. Woman", do qual se extrai "Riders on the Storm".


Em Março de 1971 parte Paris com a namorada. Ali virá a falecer a 3 de Julho de 1971, em circunstâncias ainda não aclaradas, não tendo sido objecto, até, de autópsia.
Encontra-se enterrado naquele verdadeiro monumento que é o cemitério Père-Lachaise onde, para encontrar a sua campa, é só seguir os fãs. Chegarão a uma pequena sepultura, com uma lápide simples (o busto que ali estava há muito foi roubado), com flores, garrafas vazias e restos de charros.
 
Jim Morrison deixou um legado imortal, tanto como poeta ou como vocalista, que o digam Robert Plant, Roger Daltrey, Iggy Pop, Eddie Vedder, Bruce Springsteen, Ian Curtis ou Billy Idol.
Lançou 2 volumes de poesia em 1969 ("The Lords/Notes on Vision" e "The New Creatures"), tendo ainda sido editados postumamente outros dois, em 1988 e 1990 ("The Lost Writings of Jim Morrison": "Wilderness" e "The American Night"). Entre nós, a Assírio & Alvim publicou parte da sua obra.
E o seu ex-colega da Universidade da Califórnia de Los Angeles, Francis Ford Coppola, prestou-lhe a devida homenagem no filme "Apocalypse Now" (1979), ao incorporar a música "The End", outro dos hinos da contra-cultura de que Jim Morrison é expoente maior.     

    

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