quinta-feira, 31 de outubro de 2013

HALLOWEEN!

Diz a tradição que hoje é Dia de Halloween ou Dia das Bruxas.
Dia de abóboras iluminadas com olhos e bocas de terror.
Dia de máscaras negras, escarlates, assustadoras.
Dia de fantasmas, de ogres, lobisomens, vampiros, zombies.
Dia do início da discussão do Orçamento de Estado para 2014.
Dia de pesadelos, suores frios, pavor.
Dia de libertar os demónios.
 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O ESTADO DA REFORMA DO GUIÃO

 
Dizem por aí as almas bem intencionadas que Paulo Portas irá hoje apresentar o famoso guião para a reforma do Estado, de que foi incumbido por Pedro Passos Coelho em Fevereiro (!).
Não duvidamos da boa fé desta gente, e até se podem adivinhar o guião, ou os guiões, que Paulo irá apresentar a Pedro, como sejam,
-O guião de uma telenovela a gravar entre Belém, São Bento, Largo do Caldas e Massamá, com Nicolau Breyner no protagonista, que se intitulará "Troika de Inverno", onde se relatará este inverno do nosso descontentamento;
-O guião de um reality show, a apresentar por Nicolau Breyner e Teresa Guilherme, a filmar na sala do Conselho de Ministros, onde se poderá assistir à lavagem da roupa suja entre os membros do executivo, o que promete muito sangue, suor e lágrimas;
-O guião de um filme, a realizar por Nicolau Breyner, após Woody Allen ter fugido, em grande correria,  aeroporto fora, com produção de Paulo Branco, de seu nome "Irrevogável-Duelo de Rivais!", que transporá para o ecrã os momentos palpitantes da linha vermelha que trespassou Pedro e Paulo. A vedeta convidada é um tal Cavaco Silva, criador de cagarras.    
Ao que consta, Pedro ponderou estes cenários, e terá sugerido a Paulo um único guião:
-Corta, corta, corta!


2 BOBBYS / 4 TARECOS

 
Assunção levantou a Crista, e decidiu, com modos de comissária do povo, um novo salto em frente:
Os portugueses, por apartamento, só podem ter quatro animais domésticos,
Mas não mais que dois cães,
Ou quatro gatos,
E nunca dois cães mais três gatos,
Seja T0 ou T5,
Até pode ter uma piton, um gato, um camelo, um cão,
Coloca o camelo na banheira, que ele não bebe a água do duche,
Ou uma vaca na varanda, e tem leite à borla,
Mas pode ter dois cães ou quatro gatos.
E nenhum periquito, arara ou papagaio?,
Ou, se quiser um hamster, esconde-o na gaveta da cómoda?
Ou por baixo do pexixé?,
Mas isto levanta outra questão, qual é,
Se os canídeos ou felinos têm pulgas,
Quantas pulgas por animal, ou por centímetro quadrado? 
E se for uma piton encafuada num T0, quantos metros pode medir?
E quando o companheiro, a companheira, os filhos levam um cão ao passeio,
Pode abrigar em part-time uma tartaruga?
O que iria desenvolver o negócio de animais de estimação com taxímetro,
E uma tarântula, assim por afinidade manhosa, pode ser considerada uma carraça XXL e, assim,
Coabitar com os dois lulus ou os quatro siameses?
Assunção, a da Crista, descobriu a sua vocação,
Almirante de uma Arca de Noé,
Mas sem leões, tigres, elefantes, que isso já tem direitos de autor,
Mas de uma Arca onde pode reunir os seus amiguinhos do Des-Governo,
E fazer-se ao largo, ao Mar Oceano,
E desaparecer no horizonte,
Já não Arca, mas Nave dos Loucos, que é a conclusão disto tudo...

 

WHITE RABBIT

Hoje completa 74 anos Grace Slick, a segunda vocalista da lendária banda californiana "Jefferson Airplane", que fez furor nos idos de 60 do século passado, destacando-se, da sua obra, pela letra "ácida", o tema "White Rabbit", onde, alegadamente, se falava de LSD, mas onde se desembocava, como em muitos temas da altura, no Vietnam. Fica a recordação.

 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

PORTUGAL NO SEU MELHOR

 
E, para não variar, continuamos a assistir aos triste espectáculo de oportunismo e mentira política, de analfabetismo arrogante e censório, de pesporrência aviltante e insultuosa.
Como tinhas razão Eça de Queirós, continuamos a ser "os cafres da Europa"...

CDU coliga-se com PSD na Câmara de Loures - Diário de Notícias, 29/10/13

Jerónimo Martins cancela encomenda de livro de José Sócrates - idem, 29/10/13

"A Portugal convém seguir a Irlanda e não a Grécia. Antes celtas que gregos, mas em qualquer caso português" - Paulo Portas, jornadas parlamentares do PSD/CDS, 28/10/13



 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

LOU REED : PERFECT DAYS (FOREVER)

Parafraseando o escritor Joseph Conrad (em "Lord Jim"), ontem estava um belo dia para morrer.
E ontem foi o dia em que nos levaram Lou Reed, o poeta e o músico do rock.
Lou Reed que, em 1964, juntamente com o galês John Cale, com formação musical clássica, Angus Mac Alise e Maureen Tucker formaria um dos mais relevantes e influentes grupos de rock de sempre, os Velvet Underground.
Sem os Velvet, talvez não ouvissemos David Bowie, Metallica, Roxy Music, Sex Pistols, Joy Division, Sonic Youth, Iggy Pop, Depeche Mode, Nirvana, Radiohead ou Echo and The Bunnymen.
Enquanto nos idos de 60 do século passado, muitos cantavam o amor, o flower power, a revolução dos costumes, Reed e os Velvet embrenhavam-se no rock experimental, no rock ácido, cantando a noite, o negrume, a droga, a prostituição, os dealers, a marginalização, os becos, as ruas.
O primeiro album do grupo, em 1967, produzido por Andy Warhol, com a famosa banana na capa, "VelvetUnderground & Nico", é uma enorme pedrada no charco e, embora fracamente recebido, viria a revelar-se um marco incontornável na história da música do nosso tempo. Diz a lenda que, depois de o ouvirem, muita gente desatou a formar bandas de rock.
Lou Reed não só compôs as músicas, como também as letras, ele que lera intensamente autores como  Edgar Allan Poe, Raymond Chandler, James Joyce ou Allen Ginsberg, bebendo neles subsídios para a sua prodigiosa inspiração.
 

 ("I'm waiting for the man" - Velvet Underground)

Lou Reed abandonaria um Velvet em 1972, os quais viriam a terminar a sua saga épica em 1973.
Mas também a solo, Reed nunca deixou de experimentar, de pesquisar, tanto a nível das sonoridades, como a nível dos poemas, produzindo obra atrás de obra, que constituem uma história única e fundamental do rock, associando-se, por vezes, mas sempre empenhadamente, com outros músicos, como os Metallica ou David Bowie, o qual viria a produzir o seu clássico "Transformer", de 1972.
("Vicious" - Transformer)
Em Portugal, tivemos a sorte de o poder ver e ouvir, por várias vezes, a última das quais em 2008, no Campo Pequeno.
Posteriormente, viria de novo ao nosso país, em 2010, a convite da organização do Estoril Film Festival, para uma exposição com os seus trabalhos fotográficos, e proferindo uma palestra.
Depois da operação de transplante do fígado, em Maio deste ano, Lou Reed ansiava por voltar aos palcos, para fazer a música e os poemas que eram a sua vida.
Ontem, não o deixaram. Não foi um dia perfeito.
Mas perfeitos sãos os dias em que o podemos escutar.
 
("Perfect Day" - Transformer)

domingo, 27 de outubro de 2013

QUE SE LIXE A TROIKA!

 
Que se lixe a troika!
E os seus agentes internos!
Ontem, 26 de Outubro,
Hoje,
Amanhã,
E todos os dias.
Que a nós já nos lixaram!

EGAS MONIZ

 
Convém recordar.
A 27 de Outubro de 1949, em conjunto com Walter Rudolf Hess, era atribuído ao médico e investigador Egas Moniz o Prémio Nobel da Medicina.
O primeiro Prémio Nobel para um português.

sábado, 26 de outubro de 2013

I JUST CALLED TO SAY YOU'RE NOTHING!

 
Passos Coelho está fulo e range os dentes.
O homem tem razão.
E tudo porque o Snowden vem bufar que a NSA, uma das múltiplas agências de espionagem dos EUA, andou a escutar 70,3 milhões de chamadas dos aliados europeus, imagine-se!
E foi o telefone do Hollande!
O telemóvel da madrasta Merkel!
O iPod do Cameron!
O tablet do Rajoy!
O smartphone do Letta!
O portátil do Samaras!
A Europa surpresa e ofendida!
E...Passos Coelho....nada???
Nem o telégrafo africano das Necessidades? 
Nem o tambor de guerra aos portugueses?
Ou as bandeirinhas do convés do submarino do Portas?
Ou os pombos-correios de S.Bento?
Os sinais de fumo do governo chamuscado?
As cagarras de Belém?
Nada...
Nem uma escutazita, um sussurro, um suspiro, um clic...
O deserto...
Não é justo para Portugal!
Obama está a dormir.
E Passos Coelho tem de acordá-lo, chamá-lo à razão. Que diabo, são quase nove séculos de história!
E para que não tenha de puxar muito pela inteligência (?),
Deixa-se uma antiga sugestão.
E, depois, é só chamar um qualquer intelectualóide, Lomba ou Maduro, para tradução e adaptação, estilo briefing, no que eles são demonstradamente competentes!

   
 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

AMADORA BD

 
De hoje até 10 de Novembro, os entusiastas da Banda Desenhada devem dirigir-se à Amadora, para a 24ª. edição do Festival Internacional de Banda Desenhada.
Para além da homenagem ao desenhador português Ricardo Cabral, são de destacar, para além do mais,  as efemérides dos 75 anos de Spirou e do Super-Homem.
À disposição dos visitantes estão o Fórum Luís de Camões (Brandoa) e, na cidade da Amadora, o Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, a Galeria Municipal Artur Bual (Câmara Municipal), a Recreios da Amadora e a Casa Roque Gameiro.
É a hora dos fanzines e comics!
 

PICASSO: VER O MUNDO DE OUTRA MANEIRA

 
(Les Demoiselles d'Avignon - 1907)
A 25 de Outubro de 1881 nascia em Málaga um dos génios do século XX, marco da cultura mundial na cerâmica, escultura, desenho e, claro, pintura: Pablo Picasso.
Picasso olhou o mundo com o cérebro, não se deixando "atraiçoar" pelas sensações da vista. O seu conceito pictórico revolucionou a pintura do século passado, o seu génio moldou gerações.
Autodidacta, começou a pintar aos 13 anos, tendo frequentado em Madrid, a partir de 1897, a Real Academia de Belas Artes de S. Fernando. Em 1900 organiza a sua primeira exposição nos salões do café Els Quatr Gats, local de encontro de pintores e intelectuais catalães em Barcelona.
 
(Auto-retrato - 1899)
Em 1901 vai, pela primeira vez, para Paris, onde se fixará a partir de 1904, desenvolvendo e aperfeiçoando os seus múltiplos talentos, trabalhando incessantemente, especialmente de noite.
Atravessa os chamados "período azul" (1901-1905), "período rosa" (1905-1907), "período africano" (1907-1909) e, com um grupo de pintores de que se destaca Georges Bracque, desenvolve uma forma de expressão pictórica que viria a ser conhecida por Cubismo, especialmente entre 1909 e 1919, já anunciado, em 1907, com "Les Demoiselles d'Avignon". Mais tarde, evoluiria para uma pintura próxima do movimento surrealista.
Interessando-se por outras vertentes artísticas, expõe, em 1912 a sua 1ª. colagem e, entre 1917 e 1924 elabora cenários para obras teatrais e, especialmente, de ballet, sendo assinalável a sua colaboração com os Ballets Russes de Diaghilev.
Em 1937, no auge da Guerra Civil de Espanha, e em protesto contra o selvagem bombardeamento pela Luftwaffe da cidade basca de Guernica/Gernika, pinta aquele que é o seu mais conhecido quadro, e um autêntico grito de revolta contra todo o tipo de barbárie.
 
(Guernica/Gernika - 1937)
Durante a II Guerra Mundial trabalha em Paris embora sob a ocupação nazi esteja proibido de expor.
Também estavam proibidos os trabalhos escultóricos em bronze, mas Picasso continuou a trabalhar esse metal, que a Resistência conseguia fazer-lhe chegar às mãos.
Embora membro do Partido Comunista, Picasso nunca pegou em armas, quer durante a Guerra Civil de Espanha, quer durante a II Guerra. Amigos mais chegados atribuem tal ao pacifismo defendido por Picasso. Bracque é mais directo, chamando-lhe cobarde.
Para além desta, também a sua vida privada alimentou polémicas, tendo, oficialmente, sido casado sete vezes, não obstante serem conhecidas outras ligações amorosas.
Polémicas à parte, Picasso foi mais uma vez pioneiro, ao ser o primeiro artista a utilizar, em esculturas,  diferentes tipos de materiais.
Em 1968, em apenas 7 meses, produz 347 gravuras.
Em 1971, nas comemorações do seu 90º. aniversário, torna-se o primeiro artista vivo a ter obras expostas no Louvre.
Entretanto, e facto desconhecido do grande público, também escrevia poesia, de cunho surrealista , tendo a editora francesa Gallimard publicado, em 1979 uma antologia de poemas.
Sempre presentes na sua obra,  estavam a solidão, a morte, o abandono, o circo, tourada, teatro, erotismo, acrobatas, dançarinos.
Com esta mescla de temas, criou uma obra única e pujante.
Morreu a 8 de Abril de 1973 em Mougins, França.
A quem queira visitar e admirar a sua obra, recomenda-se uma visita ao Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, próximo da estação de Atocha, Madrid, ou, em Paris, ao Museu Picasso, aproveitando o resto do dia (se tiver tempo para tal) para deambular na zona do Sacré Coeur e ver as obras dos artistas de rua expostas na Place du Tertre.
Picasso adoraria.
   
  
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

DOCLISBOA

 
O mundo do documentário, ou a documentação do dia a dia do mundo, em Lisboa e Almada, desde hoje e até 3 de Novembro.
Para quem gostar, tem à sua disposição, em Lisboa, a Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema City Alvalade, Cinemateca Portuguesa, Museu da Electricidade, Carpe Diem Arte e Pesquisa (na Rua de O Século), Palácio Galveias (Biblioteca Municipal de Lisboa), Lux Frágil e Voz do Operário, E em Almada, o Forum Municipal Romeu Correia.
Documentemo-nos, pois.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

PIDE : A MORTE SAIU À RUA.

 
Só para avivar a memória, ou para que não caia no esquecimento, lembra-se que, por Decreto-Lei de 22 de Outubro de 1945, era criada a Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), polícia política do Estado Novo, sucedânea da Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado (PVDE), e antecessora da Direcção Geral de Segurança, criada numa operação de maquilhagem de Marcelo Caetano a 24/11/1969.
A PIDE foi um dos grandes sustentáculos da ditadura de Oliveira Salazar que, para os seus opositores, recomendava uns "safanões a tempo".
Quase 40 anos após o 25 de Abril, em que temos o direito à liberdade de expressão e de reunião, em que temos o direito de fazer ouvir a nossa voz e de escutar a dos nossos opositores, seguindo a célebre frase de Voltaire, "Senhor, não estou de acordo com o que dizeis, mas bater-me-ei até à morte para que o possais dizer", será talvez estranho admitir que neste país,
A PIDE perseguia quem se opunha ao regime, prendendo, espancando, torturando, por seu livre arbítrio, sem controle, chegando ao assassínio, quer dentro do país (José Dias Coelho, militante do PCP, José Ribeiro dos Santos, militante do MRPP), quer no estrangeiro (Humberto Delgado em Espanha, Amílcar Cabral na Guiné-Conakri, Eduardo Mondlane na Tanzânia).
A PIDE censurava a correspondência, praticava escutas telefónicas, dispunha de uma rede de informadores ("bufos") que viam gestos, observavam hábitos, escutavam conversas, até de familiares chegados.
A PIDE, juntamente com a Censura, proibia e confiscava jornais, revistas, livros, filmes, peças de teatro, assistia a reuniões da oposição, provocava os seus intervenientes, infiltrava-se nas colectividades de recreio e cultura e nos cineclubes. E prendia as pessoas mais actuantes e potencialmente "perigosas". 
A PIDE criou e administrou em Cabo Verde um campo de concentração, o do Tarrafal, conhecido como "campo da morte lenta", em tudo idêntico aos campos de extermínio nazis, no qual morreram 37 pessoas.
A PIDE foi a última estrutura do Estado Novo a render-se, levando para a morte 4 pessoas desarmadas. A 25 de Abril.
A PIDE vigiava as pessoas e as suas consciências, um país inteiro.
Para que não se esqueça. Nunca!    
 

VIVÁ TROIKA - II !!!

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É de tirar o chapéu à manifestação ontem organizada pelo Movimento "Que se lixe a Troika!", pelo humor e imaginação demonstradas.
Também por isso, "Obrigado Troika!". 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

VIVÁ TROIKA!

 
De acordo com notícias hoje divulgadas, está prevista para hoje, às 18 horas, nos Restauradores, Lisboa, uma manifestação sob o lema "Obrigado Troika".
Têm toda a razão os diligentes organizadores, já que, segundo eles, temos de agradecer aos Troikados benfeitores por estarem a ajudar Portugal.
Obrigado, sem qualquer dúvida, já que a ajuda é imensa!
Obrigado pelo milhão de desempregados!
Obrigado pelos cem mil novos emigrantes, especialmente qualificados!
Obrigado pelo alastrar, como veneno viscoso, das manchas de miséria!
Obrigado pela pobreza envergonhada da sopa do Sidónio!
Obrigado pela destruição sistemática do tecido económico!
Obrigado pela abrupta descida das reformas, pensões e salários, especialmente os mais baixos!
Obrigado pelo desencadear da traiçoeira e nojenta "guerra civil" entre desempregados e empregados, velhos e novos, funcionários públicos e funcionários privados!
Obrigado pelo desaparecimento gradual da Escola Pública e pela elitização do ensino!
Obrigado pelo esvaziar das competências do Serviço Nacional de Saúde!
Obrigado pela privatização apressada de serviços e empresas lucrativas! 
Obrigado pelo insulto diário da nossa dignidade!
Obrigado por nos roubarem, dia a dia, a esperança!

Mas Obrigado, quem vos diria, por terem aberto os olhos a muitos que, antes, não quiseram ver! 

sábado, 19 de outubro de 2013

RAUL SOLNADO

 
Raul Solnado fará sempre parte das nossas memórias, e terá sempre um espaço no nosso coração.
Neste blog várias vezes o referimos, e sobre ele se escreveu, e será sempre pouco.
No dia 19 de Outubro de 1929 nascia este grande actor do Século XX e início do Século XXI, e uma figura incontornável do nosso panorama cultural.
E que falta nos fazem pessoas desta envergadura, para, pondo a ridículo os "iluminados" que temos de aturar, nos faria rir nestes dias de chumbo.

 

A PONTE É UMA PASSAGEM...


Exmº. Senhor Ministro da Administração Interna, 
Excelência

Proibiu V. Exª. a travessia da Ponte 25 de Abril, a pé,  durante a manifestação da CGTP-Intersindical prevista para hoje.
Para tal, V. Exª. baseou-se em 3-pareceres-3, que punham em causa a segurança do evento.
Desde logo, da Ponte.
Podia estremecer.
Podia abalar.
Podia soltar rebites e placas.
Podia emaranhar os cabos e levantar os tabuleiros.
Podia retorcer os carris dos comboios e apagar os sinais.
Em suma, a Ponte podia ruir com fragor.
O que, claro, poria em causa a segurança dos manifestantes
Que se podiam magoar, quiçá afogar no Tejo.
Que podiam sufocar, tropeçando uns nos outros.
Qu seria a catástrofe, o massacre, reedição do Grande Terramoto de 1755.
Com a bondade da sua decisão, agiu bem V.Exª.
E esperamos que o exemplo frutifique.
Que sejam desde já interditas todas as maratonas na Ponte:
E as meia-maratonas.
E o comboio que vá dar a volta pelo Porto.
E os camiões que entupam todos a Ponte Vasco da Gama.
E que os carros circulem por Vila Franca de Xira.
E finalmente, a Ponte ficará segura.
E até poderão ir para lá V.Exª. e os seus colegas.
O Governo todo.
Ficam com muito espaço para as vossas reuniões.
E, para maior segurança, rodeiem-se de um alto muro.
E de arame farpado.
Electrificado e com luzinhas a piscar.
Todos os centímetros esquadrinhados por vídeos e sensores.
E rodeados de tropas especiais de metro a metro.
E protegidos por helicópteros.
E pelos submarinos do Portas.
E por todas as cadeiras de rodas do Schlaube.
E todos os caldos do Durão Barroso.
E todos os Miguéis de Vasconcelos da missão da UE em Lisboa.
Ora diga lá V. Exª.,
Agora a sério.
Vocês, bem lá no fundo, estavam e estão a tremer de Medo. 
Medo pavoroso de Portugal.
E dos portugueses. 



* - Com um grande e sentido abraço a esse grande escritor que é Artur Portela Filho

CHUCK BERRY

 
Completou ontem 87 anos Chuck Berry.
Nascido a 18 de Outubro de 1929 em St. Louis, no Missouri, definir este cantor, compositor e guitarrista é tarefa de monta.
Para muitos, é considerado o "inventor" do rock and roll, esse ritmo nascido nos EUA depois da II Guerra Mundial, que mistura blues, country, gospel e folk. 
Claro que precursores do rock, há diversos. Mas, para os entendidos, Chuck foi o primeiro a pôr a mistura a funcionar.
O seu primeiro trabalho foi gravado em 1955, com influências de Nat King Cole, Louis Jourdan ou Muddy Waters, De sons de blues e country, com letras a falarem de miúdas e carros, salta para a matriz essencialmente rock and roll, com recurso, também, a baladas românticas.
Chuck Berry seria considerado pela prestigiada revista Rolling Stone o 5º. maior artista de sempre ( Os 1ºs. são The Beatles), e o 5º. melhor guitarrista do mundo (o !º- é Jimmy Hendrix).
Teve 30 grandes êxitos no Top Ten, e as suas músicas conheceram centenas de versões por outros artistas, como The Animals, Rolling Stones ou The Beatles (com "Roll over Beethoven").
 
Alguns problemas com as autoridades em 1959 e 1976 terão abalado um pouco o seu prestígio, mas até 1986 protagonizou diversas tournées pelos Estados Unidos, chegando a ter como músicos de suporte Steve Miller (Steve Miller Band) ou Bruce Springsteen.
Nesse último ano, Keith Richard, que confessou ter tocado sempre a guitarra com base nos acordes de Chuck, organizou uma homenagem por ocasião do 60º. aniversário deste, no que foi a sua última aparição em público.
Entretanto, as sondas Voyager 1 e 2, transportam, entre outras coisas, para o caso de serem encontradas por civilizações alenígenas, como um dos sons da humanidade, a canção "Johnny B. Good", de Chuck Berry, que tem, segundo dizem, a mais famosa introdução de guitarra da história do rock.
 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

SEIVA TRUPE - ASSIM VAI A CULTURA


A Câmara Municipal do Porto, ainda sob a presidência de Rui Rio decidiu despejar o grupo de teatro "Seiva Trupe" do Teatro do Campo Alegre, por alegado incumprimento do contrato celebrado em 2000 (vd. link em baixo).
Pode ser certo que a dívida exista.
Pode também ser certo que qualquer outra entidade ou pessoa seria despejada por não cumprir o estipulado no contrato de arrendamento.
Mas estaremos tão ricos de teatro e companhias teatrais para nos darmos a estes "luxos"?
Não bastam os atentados diários feitos à cultura deste país?
Não haveria outras soluções, a contento do grupo, dos espectadores, da população do Porto, da Câmara?
Mais parece um triste espectáculo de populismo demagogo.
Assim vai a cultura...


Câmara despeja Seiva Trupe do Teatro Campo Alegre - Artes - DN

DÓI TANTO, DOUTOR *

 
Ontem foi o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e da Exclusão Social.
E dia 15 foi apresentado o Orçamento do Estado para 2014.
E dói tanto, doutor....
Dói o cinismo, a hipocrisia, a mentira, o maquievalismo, a má-fé, a falta de vergonha, a ausência de dignidade desta gente para quem somos apenas números e não pessoas.
Doem os desempregados, os jovens sem futuro, emigrantes à força, manietados.
Doem os precariamente empregados, com ordenados, agora, este ano, metade do que eram há meia dúzia de anos pelo mesmo trabalho.
Dói que seja preciso estudar para se acabar escravo, como diz a canção.
Dói o desprezo, o ódio, a diabolização da saúde, da educação, do civismo, da cultura.
Dói, dói muito doutor, ver esta gente que des-governa a atirar jovens contra velhos, trabalhadores no activo contra reformados, empregados públicos contra os privados. 
Dói esta sabujice, esta subserviência para com aqueles que, de facto, são os culpados disto tudo, o eterno yesman às imposições de quem não conhece este país, nem quer saber disso para nada, nem de nós.
Dói ver tanta gente, cada vez mais, de noite, a esconderem-se no negrume da pobreza envergonhada, acossados, a fazerem fila para a sopa do Sidónio.
Dói ver esta gente a rebuscar mentiras viscosas, expedientes dilatórios, burocracias enlameadas, para negar abonos, subsídios, inserções sociais, condenar à fome, ao dormir na rua, ao regresso aos bairros negros do Barredo ou da Campanhã.
Dói tanto doutor, ver, de olhos bem abertos, empurrarem-nos para o fundo, tombarem-nos na lama, no visco, no esgoto, calcarem-nos para não nos levantarmos.
Dói saber que, se nos quisermos levantar, agarram-nos por todos os lados, enterram-nos uma coroa de espinhos e crucificam-nos por gerações!
E dói tanto doutor, saber que nos querem domesticar pelo medo, porque eles têm medo de nós.
 

* - A partir de uma ideia de José Fanha, a quem se deixa um grande abraço.

 
 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

TROVA DO VENTO QUE PASSA

 
Fez ontem 31 anos que nos deixou.
Que saudades Adriano...
E que actual continua a ser!

"...E o vento cala a desgraça,
E o vento nada me diz..."
 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

IT'S THE ECONOMICS, STUPID!

 
Governo italiano baixa impostos em 3,5 mil milhões de euros, e prevê crescimento económico de 2%.
São mesmo ignorantes e despesistas, não é Miss Swaps?


Governo italiano baixa impostos e prevê subida anual do PIB de 2% | iOnline

CONVITE à LEITURA

 
Nestes dias em que Miss Swaps debita uma redacção de matemética, rascunhada, sobre contas de sumir, em que Chancellere de Machete recebe uma bofetada das "elites" da "democracia" angolana, em troca da sabujice e subserviência, façamos descansar o cérebro, aproveitando algumas efemérides para nos deliciarmos com a escrita. Assim:

MANUEL DA FONSECA
Manuel da Fonseca, por muitos críticos considerado um dos melhores autores portugueses neo-realistas e pertencentes ao grupo Novo Cancioneiro, nasceu em Santiago do Cacém a 15 de Outubro de 1911, vindo a falecer em 1993.
Estudou em Lisboa, no Colégio Vasco da Gama, Liceu Camões, Escola Lusitânia e Escola de Belas-Artes. Foi poeta, contista, cronista e romancista.
Trabalhou em actividades relacionadas com o comércio, indústria, revistas e agências de publicidade.
Não obstante viver em Lisboa, nunca se esqueceu das suas raízes alentejanas, sobressaindo nos seus escritos uma assumida intervenção social e política relatando a dureza da vida e do trabalho nos campos do Além Tejo.
Refira-se, ainda, que era presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta foi encerrada pela PIDE, na sequência da atribuição do seu prémio máximo a José Luandino Vieira, pelo seu romance "Luuanda".
Destacam-se, entre as revistas nas quais colaborou, a "Árvore", "Vértice", "O Diabo" ou "Seara Nova".
De entre a sua actividade contista, referem-se "Aldeia Nova", "O Fogo e as Cinzas", "Um Anjo no Trapézio", "Tempo de Solidão", "Mestre Finezas" e "A Torre da Má Hora".
E, quanto ao romance, publicou apenas dois, qual deles o melhor: "Seara de Vento" (1958) e "Cerromaior", de 1943, que Luís Filipe Rocha viria a adaptar, brilhantemente, ao cinema em 1980.


OSCAR WILDE
 
Oscar Wilde nasceu em Dublin a 16 de Outubro de 1854, vindo a morrer em Paris em 1900.
Escritor e cidadão polémico, é um dos grandes génios da rica literatura britânica (a Irlanda, na altura, era uma província inglesa).
Frequentou o famoso Trinity College de Dublin, distinguindo-se como eminente latinista e helenista.
Licenciou-se no Magdalen College de Oxford, para o qual ganhara uma bolsa de estudo. Durante a frequência do curso, ganhou um prémio de poesia (poema "Ravenna").
A partir de 1878 passou a residir em Londres, onde a sua vida era agitada e extravagante, questionando as "normas" da ordem social estabelecida, na chamada "era vitoriana".
Cultivou o esteticismo, ou"dandismo", exaltando o belo puro como contraponto aos horrores da sociedade industrial, então em pleno desenvolvimento na Inglaterra desses tempos.
Em 1883 muda-se para Paris, abandonando o seu movimento estético. Regressa a Inglaterra, casa-se e tem dois filhos, passando a morar em Chelsea, então bairro frequentado por artistas londrinos.
Entre 1887 e 1895 atravessa o seu melhor período criativo, publicando obras dramáticas de grande sucesso como "O Leque de Lady Windermire", "Uma Mulher Sem Importância", "Salomé", "Um Marido Ideal" e, aplaudida como uma das melhores comédias de sempre, "A Importância de se chamar Ernesto". A sua obra dramática, hoje em dia, continua a ser bastante representada.
Publica os contos "O Príncipe Feliz e Outras Histórias", "O Rouxinol e a Rosa " (contos infantis) ou "O Crime de Lord Arthur Saville".
E escreve um romance que é, por muitos, considerado uma das obras-primas da lliteratura britânica, "O Retrato de Dorian Gray", onde se entrecruzam a arte, a vaidade, as manipulações humanas.
Oscar Wilde foi um mestre da ironia, do sarcasmo e do cinismo.
Atravessa um período de êxito, desfrutando de uma boa situação financeira, e continuando a sua vivência mundana e excêntrica, que lhe vale inimizades entre os moralistas vitorianos.
Em 1895 publica "A Alma do Homem sob o Socialismo", clássico anarquista. Nesse mesmo ano, porém, é preso por alegados "actos imorais com rapazes", sendo condenado a dois anos de prisão, que incluíam trabalhos forçados. Na reclusão redige a "carta aberta" "De Profundis", em que acusa explicitamente um membro da nobreza de, deliberadamente, o ter prejudicado. 
E escreve o notável poema "A Balada do Cárcere de Reading".
Sai da prisão em 1897, com a saúde debilitada e a reputação arruinada. O seu velho amigo Robert Ross  acompanha-o a Paris, onde viverá modestamente e sob pseudónimo (Sebastian Malmoth).
Viria a falecer, vítima de meningite, agravada pelo alcool e sífilis, em 30 de Novembro de 1900.
O seu mausoléu, no cemitério parisiense do Père Lachaise e da autoria do escultor Jacob Epstein, também foi pago por Robert Ross.
     
(Mausoléu de Oscar Wilde)

 Deixa-se link para quem estiver interessado(a) em ler a notável "A Balada do Cárcere de Reading"






 


terça-feira, 15 de outubro de 2013

TEATRO DA CORNUCÓPIA: 40 ANOS

É um caso para champanhe!
40 anos de existência de um grupo de teatro independente.
40 anos de um grupo de teatro de elevada qualidade, a nível de reportório, encenações, interpretações.
40 anos desde o longínquo 13/10/1973 quando, no Teatro Laura Alves, alugado a Vasco Morgado, foi representado "O Misantropo" de Molière.
40 anos de êxitos, 40 anos de prémios, reconhecimentos, muitas alegrias, muitos amigos.
40 anos desde o Laura Alves à actual sede na Rua Tenente Raul Cascais, o designado Teatro do Bairro Alto, em homenagem ao teatro de bonifrates de António José da Silva, O Judeu.
40 anos, 120 produções, 5.100 representações.
40 anos, e, agora, em situação difícil (vd. link abaixo).
40 depois, é possível deixar a cultura agonizar?
Para os falhados que falham, talvez.
É urgente impedi-los!

Cornucópia: o "estrangulamento" aos 40 anos - Artes - DN