quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

FRANK ZAPPA

 
Passaram ontem 20 anos sobre a morte de um nome incontornável da música e da cultura dos Estados Unidos, e do nosso mundo: Frank Zappa.
Autodidacta, compositor, realizador, actor (participou na série televisiva "Miami Vice"), produtor, baterista (no início da carreira), emérito guitarrista e projectista das capas dos seus cerca de 60 discos, quase todos gravados com a banda "Mothers of Invention", a qual foi passando por diversas formações.
Abordou o rock, o jazz, a fusion, a música electrónica, a concreta e a clássica, Realizou longas-metragens e videoclips.
Estudante de música clássica no ensino médio, foi influenciado pela música de vanguarda baseada na percussão, e por criadores clássicos como Igor Stravinsky,   Edgar Varèse, Anton Webern, Alban Berg ou Arnold Schoenberg . Também bebeu nas fontes do rythmn' blues dos anos 60, e sempre idealizou a música como um todo completo, conceptual, em que um trabalho evoluía do anterior e projectava o seguinte, tornando-se um precursor da música total, que ia do clássico ao rock, dos blues à música concreta, misturando sons falados e acordes isolados de instrumentos musicais, designadamente a guitarra.
Génio criativo, abrangente, eclético, compôs as músicas e escreveu as letras das suas peças, sempre com de um modo satírico, humorístico, verrinoso, onde tudo era posto em causa, desde a guerra à religião, do sistema político às estruturas sociais, de certos movimentos políticos, designadamente defensores da "moral" estabelecida, à dita "contracultura" de fachada que se esgotava no elogio das drogas, por exemplo, que ele abominava.
Intransigente defensor da liberdade de expressão, combateu, em pleno Congresso (1985), uma proposta de lei que visava limitar a difusão das suas músicas, e de outros autores, por alegado conteúdo "satânico" ou "sexual".
Músicos como Alice Cooper ou os Black Sabbath foram influenciados por este trovador da América.
Em 1970, com a colaboração do maestro Zubin Mehta, cria uma obra que mistura rock e música clássica, apresentada, com relativo sucesso, em Los Angeles.
Colabora com Pierre Boulez em 1984 e, em 1983 e 1987 compõe 2 obras para a orquestra sinfónica de Londres ("London Symphony Orchestra" - Volumes 1 e 2) que não foram bem aceites.
No entanto, sobre ele escreveria Boulez: "Era uma figura excepcional porque ele era parte dos mundos do rock e da música clássica, e ambos os tipos de trabalho sobreviveriam".
A sua última aparição em publico aconteceu em Setembro de 1992 no Festival de Frankfurt, que o homenageou.
Recebeu uma ovação de 20 minutos!
Que pena não ser tão bem conhecido em Portugal...
Mas ainda há tempo. 
("Who needs a Peace Corps?", do album "We're Only for The Money" (1968), cuja capa parodia o "Sgt. Pepper's..." dos The Beatles)
   


 

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