segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ROCK AND ROLL

 
Ontem foi dia de eleições em Portugal.
Ontem, também,  completou 78 anos Jerry Lee Lewis.
Juntamente com Elvis Presley ou Chuck Berry, foi um dos grandes responsáveis pela carta de alforria do rock, nos anos 50 do século passado, enquanto grande género musical dos nossos tempos.
Rebelde, tanto na música como na vida pessoal, Jerry Lee terá sido o "mau rapaz" em contraponto ao bom filho americano Elvis Presley.
Mas o seu génio, a sua exímia forma de tocar piano, as suas letras e músicas entraram, por inteiro mérito no grande Panteão da música, como "Great Balls os Fire".
As grandes bolas de fogo que ontem voaram sobre S. Bento, Belém e a Rua de São Caetano.

 

domingo, 29 de setembro de 2013

DESPORTO

 
Hoje é dia de eleições, aqui no cantinho resgatado da Europa.
Hoje seria mais um dos dias de chumbo a que estamos sujeitos pela incompetência de Pedro e Paulo.
Mas, felizmente, hoje é dia de celebrar.
Por João Sousa, que se tornou, esta manhã, em Kuala Lumpur, o primeiro português a vencer um torneio ATP, o principal circuito de ténis mundial, a maior proeza de um português neste desporto, na esteira do que Michelle Larcher de Brito já havia prenunciado ao eliminar Sharapova, em Junho, na 2ª. ronda de Roland-Garros (Paris).
   
E, esta tarde, parabéns pela extraordinária vitória de Rui Costa, sagrando-se Campeão Mundial de ciclismo, o maior feito na modalidade para um português.
Vencedor, para além do mais, das duas últimas edições da Volta à Suíça, de 3 etapas na Volta a França 
(uma em 2011, 2 este ano), Rui Costa representa todo o esforço, todo o suor, todo o sacrifício e toda a coragem que os ciclistas portugueses sempre demonstraram ao longo dos anos, para triunfarem, desde que lhes dessem condições para tal.
E Rui Costa ainda terá muito para nos dar, e talvez  não demore tanto tempo como isso.
Lá onde estiver, Joaquim Agostinho estará a abraçá-lo, e a agradecer, com emoção!
Gozemos, porque também temos direito a tal, estes nossos momentos de glória! 
Ao contrário do que nos querem impingir, merecemos muito mais do que ser pobrezinhos...
    

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO, SEMPRE

 
Este rosto é o de Malala Yousafzai, cidadã paquistanesa de 16 anos, anteontem agraciada com o Prémio de Cidadania Clinton, por Liderança na Sociedade Civil, atribuído pela Fundação Clinton.
Nasceu na província de Swat, no noroeste do Paquistão, região que entre 2003 e 2009 foi dominada pelos Talibans fundamentalistas que, entre outros "feitos", fecharam todas as escolas particulares e proibiram as mulheres de frequentar o ensino.
Outros, mais moderados, limitam-se a eliminar o inglês...
Filha de professor, Malala sempre se interessou não só pelos problemas da juventude paquistanesa,. como por todos os problemas da sua sociedade e do mundo, nas longas conversas com o progenitor, e cedo se revelou determinada defensora dos direitos das mulheres, designadamente do direito à educação.
Entre 3/01/2009 e 12/03/2009 manteve, na BBC, um blog em dialecto local (urdu), onde difundiu os seus princípios e defendeu os seus ideais.
Os detentores do poder talibã, senhores do pensamento único, não gostaram, e decretaram que esta voz incómoda teria de ser eliminada..
Em Outubro de 2012 foi atingida a tiro, com gravidade, tendo sido ferida na cabeça.
Transportada para o Reino Unido, recuperou completamente no hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, cidade  onde actualmente reside e na qual, a 3 de Setembro deste mês inaugurou a maior biblioteca pública da Europa.
Não obstante ter a sua vida em perigo (a ameaça de morte mantém-se, extensiva ao pai), Malala continua empenhada na sua causa, pelo direito à educação de todas as crianças do mundo, especialmente do sexo feminino.
Foi galardoada com o Prémio Nacional da Juventude do Paquistão em 2011, é Embaixadora de Consciência da Amnistia Internacional e, já este ano, foi-lhe atribuído o Prémio Simone de Beauvoir e, também, nomeada para o Prémio Nobel da Paz.
A 12 de Julho, dia do seu aniversário, discursou na Assembleia da Juventude na ONU (que designou a data como Dia de Malala), referindo, além do mais, que 
"...Vale a pena pegar nos nossos livros e canetas. Eles são as armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução."   
Perante a determinação e coragem desta jovem, há adultos que são mesmo muito pequeninos.





quinta-feira, 26 de setembro de 2013

THE BEATLES

 
A 26 de Setembro de 1969, era lançado o 12º. álbum dos The Beatles, de seu nome "Abbey Road", a rua de Londres onde se situavam os estúdios de gravação do grupo.
Como curiosidade, refira-se que apesar de ser o penúltimo álbum a ser lançado, as canções do último ("Let It Be") já estavam gravadas.
Marco fundamental da história da banda, e da história da música do nosso tempo (ler, neste blog, o post "The Beatles, 50 anos depois", de 18/02/2013), o seu conteúdo, 44 anos passados, continua actual.
Deixa-se o convite para uns minutos de música bem passados.

 

GAL COSTA

 
Completa hoje 68 anos Gal Costa.
Nome maior da Música Popular Brasileira, desde os tempos da Bossa Nova e do Tropicalismo, passando por Sambas, Baiões e Axés, e até aos nossos dias, Gal encheu-nos com as músicas e versos de alguns dos mais significativos nomes dessa riquíssima cultura.
De Ary Barroso a Djavan, de Caetano Veloso e Gilberto Gil a Jorge Ben e Tom Jobim, de Vinicius de Moraes a Chico Buarque, de Roberto e Erasmo Carlos a João Gilberto e Luís Gonzaga.
Lançou o 1º. disco a soo em 1969 ("Gal Costa"), ano em que, por coincidência, actuou em Portugal no histórico "Zip-Zip", com Caetano Veloso a ouvi-la na plateia, Caetano ao lado do qual, e de Maria Bethânia e Gilberto Gil, se estrearia em 1964 no espectáculo "Nós, Por Exemplo".
Nestes 44 anos, lançou 8 álbuns gravados ao vivo, e 28 álbuns de estúdio.
Como curiosidade, refira-se que do trabalho "Índia" (1973) consta a canção "Milho Verde", da autoria do nosso José Afonso.
Nestes dias conturbados, ouvir Gal é sentir a água fresca a percorrer-nos o corpo e a mente.

   

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO

 
Hoje é o Dia Mundial do Coração.
Um órgão fundamental, que merece, e deve, ser tratado com toda as atenções.
Sem lhe causar sobressaltos que prejudiquem o seu imprescindível funcionamento, para uma vida tranquila.
Agora imaginem o que o pobre sofreu quando ouviu Pedro Passos Coelho, sem lhe cair a máscara, afirmar que os candidatos a autarcas não podem criar expectativas que depois poderão não ter correspondência.
O que lhe vale é que a criatura falava de candidatos a autarcas, e não a primeiro-ministro.
Estes podem criar tudo e mais alguma coisa e, depois, atirar para trás das costas e seguir em frente.
Para trás mija a burra, como judiciosa e elegantemente sentenciou S.Exª. na ocasião.
Felizmente, o coração lá vai aguentando.
O que lhe vale é que, como coração que se orgulha de o ser, vai-se enchendo de amor, que é também aquilo que nos vai aguentando de pé.
E esquecer quem protagoniza tristes figuras.
Afinal, tudo o que precisamos é de amor...

O INIMIGO PÚBLICO

 
Muito provincianamente, parece que alguém andou a implorar a Woody Allen para que filmasse em Lisboa.
Na sequência de Nova Iorque, Londres, Barcelona, Paris, Roma.
Claro que isso paga-se. E, a Allen, paga-se muito bem, que ele merece amplamente.
Mas até já há dinheiro.
Assim o garantiu o Grande Educador do Povo, Nuno, Pior do Crato.
Passa-se um cheque-ensino, e pronto!
E Woody Allen vem filmar.
A Lisboa!
Até já tinha ideia para o filme.
Seria um remake de "O Inimigo Público", de 1969 (no original "Take the money and run" - "Pega na massa e pira-te!"),
Era a história de um jovem da classe média baixa, pobre, residente nos subúrbios, aspirante a músico, mas que não tinha talento para tal.
Mas tinha obsessão por assaltos a bancos.
E concretizou 16 assaltos!
Com 16 prisões!
E foi condenado a 800 anos de prisão.
Como diria a personagem de Woody Allen, no final, "Com um pouco de sorte ainda me reduzem a pena a metade!"
A história de um pobre diabo, sem preparação, sem universidades de verão!
Sem competência!
Incompetente e incapaz como músico e como assaltante.
Woody Allen um dia declarou: "A única coisa que lamento na vida, é não ser outra pessoa qualquer"
Em Lisboa, os deuses fizeram-lhe a vontade.
Chama-se agora Paulo Portas!
Ou será Passos Coelho?

terça-feira, 24 de setembro de 2013

O PACIENTE INGLÊS

O Inglês, essa língua global, universal, indispensável, é paciente.
Porque está muito doente.
E a paciência começa a esgotar-se.
É sempre o raio do princípio de Peter.
Que é o princípio e o fim deste Governo.
Ou Des-governo.
O inglês já não é obrigatório nas Actividades de Enriquecimento Curricular, como era desde 2006.
Mas vamos ter exame de inglês no 9º. ano, vindo em charter de Cambridge.
E as escolas podem livremente escolher.
Entre dar aulas de inglês se tiverem docentes para tal.
Ou livremente não darem porque não podem contratar professores.
Ou livremente, os pais pagarem ao ensino privado para os filhos terem aulas de inglês.
Ou paga o Estado, todos nós, através do cheque-ensino.
É a liberdade batotada.
Mas agora D.Nuno, Pior do Crato, diz que, afinal, o inglês devia ser obrigatório no 1º. ciclo.
Como é?
Deixa de ser obrigatório? Sim!
Mas vamos ter exames? Sim!
E volta a ser obrigatório? Sim!
Confusos?
Ou a confusão é de D.Nuno?
Que mete pés pelas mãos, em nó cego. Surdo. E mudo! 
Que confunde educação com saber ler, escrever e contar?
Que esqueceu, ou ignora, que educação é cultura?
Que educação é abrir janelas e portas para o mundo?
Que educação é dar ferramentas para transformar o mundo?
Mas o Pior do Crato não quer transformar!
Apenas deformar!

ANTÓNIO RAMOS ROSA

 
Quase todos os dias viamo-lo sentado à mesa do café "Cosco", ali na esquina da Barbosa du Bocage com a Rua do Arco do Cego, frente à Culturgest e à CGD, pequeno, olhos sorridentes e vivos atrás dos óculos, farta cabeleira e barba brancas, dedos finos, amarelecidos pela nicotina, cigarro poético entre eles.
A bica, o copo de água, uma conversa aqui, uma entrevista acolá. Talvez muitos não o reconhecessem.
Deixou-nos ontem e chamava-se António Ramos Rosa, um dos maiores poetas deste país.
Nascido em Faro em 17/10/1924, começou a ganhar a vida como explicador, tendo publicado em 1958 o seu primeiro livro, "O Grito Claro". Nesse ano, ainda em Faro, foi fundador da revista "Cadernos do Meio Dia", que a zelosa censura viria a proibir em 1960. Refira-se, porque o poeta também é cidadão que, após a II Guerra Mundial, colaborou activamente no MUD Juvenil, movimento de oposição à ditadura salazarista
Aportou a Lisboa em 1962, enfronhando-se nas lides de tradutor, ao mesmo tempo que colaborava em revistas como "O Tempo e o Modo", "Seara Nova", "Vértice" e "Colóquio/Letras", enchendo também as páginas dos suplementos literários do "Diário de Notícias", "A Capital", "Jornal de Letras", entre outros.
Entre outras obras, publicou dois ensaios que influenciaram gerações de leitores, como "Poesia, Liberdade Livre" (1962) e "A Poesia Moderna e a Interrogação do Real" (1979).
Poeta, ensaísta, crítico, publicou dezenas de livros entre 1958 (" O Grito Claro") e 2012 ("Em Torno do Imponderável").
Também lhe coube a tarefa de organizar uma importante antologia de poetas portugueses (a última série de "Líricas Portuguesas". 
A sua qualidade poética valeu-lhe, entre outros, o Prémio Pessoa em 1988, para além de galardões nacionais e internacionais pela sua obra, incluindo a tradução.
Todo o seu espólio literário tinha, entretanto, sido doado à Biblioteca Municipal de Faro, que tomou o seu nome.
Recomenda-se a leitura da poesia deste grande autor, deixando-se aqui um pequeno aperitivo.
      Poema dum funcionário cansado

      A noite trocou-me os sonhos e as mãos
      dispersou-me os amigos
      tenho o coração confundido e a rua é estreita
      estreita em cada passo
      as casas engolem-nos
      sumimo-nos
      estou num quarto só num quarto só
      com os sonhos trocados
      com toda a vida às avessas a arder num quarto só
      Sou um funcionário apagado
      um funcionário triste
      a minha alma não acompanha a minha mão
      Débito e Crédito Débito e Crédito
      a minha alma não dança com os números
      tento escondê-la envergonhado
      o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
      e debitou-me na minha conta de empregado
      Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
      Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
      Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
      Soletro velhas palavras generosas
      Flor rapariga amigo menino
      irmão beijo namorada
      mãe estrela música
      São as palavras cruzadas do meu sonho
      palavras soterradas na prisão da minha vida
      isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
      num quarto só
       
      ou, então,

Estou vivo e escrevo sol





Eu escrevo versos ao meio-dia
e a morte ao sol é uma cabeleira
que passa em frios frescos sobre a minha cara de vivo
Estou vivo e escrevo sol

Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam
no vazio fresco
é porque aboli todas as mentiras
e não sou mais que este momento puro
a coincidência perfeita
no acto de escrever sol

A vertigem única da verdade em riste
a nulidade de todas as próximas paragens
navego para o cimo
tombo na claridade simples
e os objectos atiram as suas faces
e na minha língua o sol trepida

melhor que beber vinho é mais claro
ser no olhar o próprio olhar
a maravilha é este espaço aberto
a rua
um grito
a grande toalha do silêncio verde
       

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

BRUCE e LEONARD

Nestes dias de chumbo, quando se pensa que já recebemos todas as más notícias, e logo outra aparece, há dias, como o de hoje em que, felizmente, ainda temos a possibilidade de respirar um pouco e ouvir música.
Música daqueles que ainda têm algo de belo e inteligente a transmitir-nos.
Para além da música, leiam-se os poemas.
Hoje é dia de dar parabéns a Leonard Cohen (79 anos a 21/09) e a Bruce Springsteen (64 anos, hoje).
Dois grandes trovadores dos nossos tempos.
 
BORN IN THE USA
Born down in a dead man town
The first kick I took was when I hit the ground
You end up like a dog that's been beat too much
Till you spend half your life just covering up
Born in the u.s.a., I was born in the u.s.a.
I was born in the u.s.a., born in the u.s.a.
Got in a little hometown jam
So they put a rifle in my hand
Sent me off to a foreign land
To go and kill the yellow man
Born in the U.S.A...
Come back home to the refinery
Hiring man said son if it was up to me
Went down to see my v.a. man
He said son, don't you understand
I had a brother at Khe Sahn
Fighting off the Viet Cong
They're still there, he's all gone
He had a woman he loved in Saigon
I got a picture of him in her arms now
Down in the shadow of the penitentiary
Out by the gas fires of the refinery
I'm ten years burning down the road
Nowhere to run aint got nowhere to go
Born in the u.s.a., I was born in the u.s.a.
Born in the u.s.a., I'm a long gone daddy in the u.s.a.
Born in the u.s.a., born in the u.s.a.
Born in the u.s.a., I'm a cool rocking daddy in the u.s.a.
 
 
HALLELUJAH!

I heard there was a secret chord
That David played and it pleased the Lord
But you don't really care for music do ya
Well it goes like this the fourth the fifth
The minor fall and the major lift
The baffled king composing hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Well your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty and the moonlight overthrew ya
She tied you to her kitchen chair
She broke your throne and she cut your hair
And from your lips she drew the hallelujah.
Hallelujah,hallelujah, hallelujah, hallelujah
Baby I've been here before
I've seen this room and I've walked this floor
You know, I used to live alone before I knew ya
And I've seen your flag on the marble arch
And love is not a victory march
It's a cold and it's a broken hallelujah
Hallelujah,hallelujah, hallelujah, hallelujah
Well there was a time when you let me know
What's really going on below
But now you never show that to me do you
But remember when I moved in you
And the holy dove was moving too
And every breath we drew was hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Well maybe there's a god above
But all I've ever learned from love
Was how to shoot somebody who outdrew ya
And it's not a cry that you hear at night
It's not somebody who's seen the light
It's a cold and it's a broken hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah, hallelujah, hallelujah, hallelujah
Hallelujah

Vale a pena, apesar de tudo, ter esperança
 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

IT'S THE ENGLISH, STUPID!

 
(Alguém me diga o que está escrito ali atrás...por favor!)

D.Nuno, Pior do Crato, decidiu que as aulas de inglês, no 1º. ciclo, integradas nas Actividades de Enriquecimento Cultural, deixassem de ser obrigatórias, como se verificava desde 2006.
Cabe às escolas, agora, decidir "em liberdade", como será gerida essa cadeira.
A "liberdade" concedida a quem tem escassez de professores.
A "liberdade" de algumas escolas públicas não terem condições para decidir.
A "liberdade" de optar pelo ensino privado. Lá está o cheque-ensino a pagar a "liberdade", a "escolha", a "equidade".
E a batota, claro! 
Talvez D.Nuno, Pior do Crato, pense que o inglês é assim uma curiosidade como o esperanto, criado em 1887 por Zamenhof, com o intuito de ser uma língua aglutinante, o que, pese embora os méritos que posa ter, nunca se tornou realidade.
O vertiginoso desenvolvimento das comunicações e da tecnologia, nomeadamente após a II Guerra Mundial, e a crescente influência global dos Estados Unidos, vieram expandir e tornar familiar e indispensável uma língua hoje, de facto, aglutinante: o inglês.
Não há um único aspecto da nossa vida no dia a dia em que não se recorra à língua de Shakespeare e Steinbeck, ou aos seus múltiplos anglicismos: stand-by, bit, logon, paste, yes, rock and roll, briefing (esta o Crato deve conhecer...), refresh, copyright, front office, outsourcing, etc.
Todas as comunicações, entre o solo e os aviões são, de há muitos anos a esta parte, exclusivamente trocadas em inglês.
As novas tecnologias, sem as quais quase não podemos viver, e que são cada vez mais responsáveis pela criação de postos de trabalho, exigem o domínio da língua inglesa.
Mais do que um enriquecimento curricular, o domínio do inglês é, hoje, uma necessidade.
E vem D. Crato, Pior do Nuno, cortá-lo. E, com isso, cortar asas.
E com o argumento, cínico, de "valorizar o ensino da disciplina", impõe-se um exame de inglês no 9º. ano, preparado em Cambridge, claro, como muito parolamente enfatizou.
9º. Ano, que dispõe de 90 minutos semanais de aulas de inglês.
E sem inglês no 1º. ciclo.
Mais um cínico presente envenenado de D.Nuno.
Apenas mais um.
E dizem eles, os deste des-governo, que só pensam nas gerações futuras....
Apetece parafrasear Almada Negreiros e a sua "Cena do Ódio" : "Esta é a Pátria onde às "gerações futuras" se nega o futuro, e onde todos enchem a barriga a falar das "gerações futuras"
Isn't that right, mr. Crato?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

DRIVING MISS SWAPS

 
Dizia Maria Luís Albuquerque, ou Miss Swaps como carinhosamente é conhecida, que nada teve a ver com essa coisa esquisita que dá pelo nome de swap.
E, conduzida por Vitor Gaspar, foi abençoada Ministra das Finanças por Passos Coelho, ungida por Cagarro, perdão, Cavaco Silva.
No Parlamento, porém, Almerindo Marques, velha raposa, exibe um papel e, surpresa!, revela-se um parecer da Miss sobre uma operação das Estradas de Portugal que envolvia um swap!
E outro da CP!
E só passados três dias, abúlica, insegura, a oposição reage!
Tarde, mais uma vez!
O Des-governo e a bancada que o apoia, pressurosamente, é que passam ao ataque, prometendo prisão e as galés para quem ofender Miss Swaps.
De língua de fora e rabo a-dar-a-dar, José Gomes Ferreira e Camilo Lourenço atropelam-se, ao empurrão, à punhada, em defesa de sua dama.
E vão ao "A Tua Cara Não me é Estranha" imitar o professor Marcelo!
"Miss Swaps deu parecer sobre um swap?"
"Não", gritam os dois batendo no peito.
"Mas deu parecer sobre um empréstimo?"
"Sim", acenando vigorosamente a cabeça.
"Que tinha um swap associado..."
"Pois...talvez...",arqueando as sobrancelhas.
"Então havia swap, ou não?"
"Indirectamente, indirectamente...", sibilam em conjunto.
"Então mentiu na audiência de Julho?"
"Não, só não disse a verdade toda", pressurosamente afirmam.
"Mas isso não é mentir?"
"Pode ser que sim, mas pode ser que não...", apertando as mãos.
"Como é?"
"É certo que alguns preguiçosos dizem que mentir ao parlamento é considerado crime e perjúrio, vá lá saber-se porquê...", condescendem.
"Assim sendo..."
"...Mas o que é certo é que não dizer toda a verdade é permitido, lógico, honesto, exemplar, e politicamente sustentável. 
Como é prática salutar deste governo! Logo, ela está inocente! E se houver dúvidas, altere-se a Constituição despesista.", asseveram concludentes e extasiados.
E Como extasiado também está Crato com o seu novo exame de inglês, agora que o número de horas para esta cadeira até foi drasticamente reduzido, sugere-se que, a Miss Swaps, também seja dada a possibilidade de experimentar tal prova.
A conjugar o verbo To Swap:

Eu aldrabo e não digo toda a verdade 
Tu, Coelho, aprovas e mandas dar-me apoio
Ele, Cavaco, diz que sim, sabe lá o que é
Nós Governo, continuamos a aldrabar e a cavar o buraco
Vós, oposição, continuam mansos e ingénuos
Eles, gentinha, portugueses, se não baixam a cabeça, serão swapados.

E eis que cheiro a papel queimado e fumo preto começam a sair do Ministério das Finanças.
Habemus Miss Swaps!   
 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O PRINCÍPIO DE PORTAS


Paulo Portas foi ao Parlamento, dia 11/09/2013.
Mais especificamente para ser ouvido na Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira.
Na qualidade de Vice-Primeiro Ministro e responsável pelas negociações com a troika.
Cargos pelos quais se bateu, denodadamente.
Com a birra de Julho.
Com a passagem, impávido, sem remorsos ou escrúpulos, da linha vermelha, encarnada, rubra, escarlate, tal Rubicão.
Irrevogavelmente.
Paulo Portas que, também, é responsável pela apresentação da Grande Reforma.
A do Estado.
A dos preguiçosos funcionários públicos e dos empecilhantes reformados.
A reforma que era para ser apresentada em Fevereiro.
Estamos em Setembro.
O que são 7 meses para um país que, está visto, não é a urgência deste governo? Nem de Portas!
Nunca foi!
E Paulo Portas foi ao Parlamento.
Amparado por Maria Luís Albuquerque e Carlos Moedas.
Paulo Portas abriu a boca, articulou palavras, e foi questionado.
E começou a gaguejar e a passar a bola para o lado, para os parceiros. 
Como sempre fez ao longo da sua vida política
Maria Luís socorreu com os números e o discurso copy paste de Gaspar.
Moedas sacou da esponja de água e, qual treinador, limpou o rosto dorido de Portas e berrou-lhe a táctica.
A Comissão parlamentar não é o Bolhão nem a Ribeira.
O discurso populista e demagogo não era para ali chamado.
Para desgosto de Paulo Portas.
Paulo Portas viu-se acima da sua competência, irrevogavelmente incompetente.
O princípio de Peter suspenso sobre a sua cabeça!
E nessa noite Paulo Portas teve pesadelos, suores frios.
Viu-se numa cruz, entre Maria Luís e Carlos Moedas.
Em baixo, Passos Coelho, de sorriso cínico, enterrava-lhe no flanco a lança afiada.
Ao longe, no palácio, Cavaco Silva lavava, lentamente, as mãos.
Na água tépida.
Aquecida com a fogueira formada por antigos exemplares de "O Independente".
E no Largo do Caldas, qual templo, o seu retrato rasgou-se e as portas cerraram-se-lhe.
 
 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

D.NUNO, PIOR DO CRATO

 
(PUM!)

Hoje, começa o novo ano escolar.
E a escola é franca e risonha.
Nuno é risonho!
2.000 horários por preencher? Os professores desinteressaram-se, diz o Pior do Crato!
Risonho!
Professores no desemprego? É porque os portugueses não truca-trucam!, sentencia D.Nuno, risonho.
As Universidades estão estranguladas? Então Nuno ordena que nem possam recorrer a receitas próprias. Colectivizem-se as receitas, como diria o glorioso Mao, inspiração do Pior do Crato.
Nuno, o Pior do Crato, vai às TÊVÊS, e diz que anda a ver, desconhece casos concretos, da escola nem enxerga a localização, o estado, a vivência. É tudo pontual, afirma. Mas continua risonho.
Mega-Turmas, nem pensar. Nuno diz que a dimensão média das turmas é de 21/22 alunos.
Mas pode ir a 30, no máximo. Ou. como o parceiro do lado, passa-se a linha vermelha, podem ser 32, 35, quiçá 36! Aos trambolhões. Em contentores. Risonhamente! Vamos andar a ver...
E professores contratados, com provas e avaliações realizadas? Vamos avaliá-los outra vez! Crítica e auto-crítica, e viva, risonhamente, a dialéctica.
E vamos colocar mais alguns já o ano lectivo a decorrer. Sem tempo para reuniões prévias, para análises de manuais, para conhecimento das escolas. E obrigá-los a fazer turismo cá dentro.
Do Porto para Faro. De Portimão para os Açores. Do Funchal para Bragança.
E nada de troca de conhecimentos, de diálogo, de despertar consciências, de aprender e ensinar todos os dias. Ser professor e aluno,
Sebentar é que é preciso. Não muito. Apenas saber ler, escrever e contar. 
Para, no futuro, os alunos arranjarem empregos qualificados a 310,00 euros ao mês. Muito risonhamente.
E para as elites, sem misturas, com disciplina, sem problemas sociais, para lutar pelo ranking, o cheque-ensino para o ensino privado. 
A escola pública que se amanhe com o resto.
E Nuno, Pior do Crato chama-lhe equidade, convergência, requalificação, o que for. Sempre risonhamente! 
E vamos introduzir uma prova de aferição, exame, o diabo a sete, na cadeira de Inglês do 9º. ano. Made in Cambridge, que os professores de inglês em Portugal são incompetentes!
E patrocinada por empresas privadas. Como no Jardim Zoológico!
E D.Nuno, risonho, a estender a faixa, glorificando o sponsor, na centenária fachada do Lyceu Camões: "Durex supports the English test!".
E, diz D.Nuno, os pais têm a liberdade, finalmente, de escolher as escolas para os filhos.
Só que não há escolas!
Nem professores!
Risonhamente.
E o Pior do Crato é afrontado. "Tem consciência do que está a fazer à Educação?"
D.Nuno tem! Anda a ver...
E decreta: "Não podemos dar ouvidos a tudo o que se fala"  
Exactamente!
Não podemos dar ouvidos a D.Nuno, Pior do Crato.
E da coerência maoísta, siga o exemplo:
Dê o Grande Salto em Frente, e
Vá bater asas para Pequim!
 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O FEITICEIRO DE OZ

 
No dia 12 de Setembro de 1939 estreou-se um dos marcos do cinema mundial: "O Feiticeiro de Oz", produzido pela MGM, e que conheceu 4 realizadores sucessivos: Richard Thorpe, George Cukor, Victor Fleming e King Vidor (este dirigindo as cenas relativas ao espaço rural onde a heroína vivia).
O filme não é a primeira obra em technicolor. Porém, e pela primeira vez, todo o potencial da cor é plenamente utilizado. Às cenas coloridas de Oz são, por contraste, opostas as cenas a sépia da casa de Dorothy (Judy Garland), nas planícies do Kansas.
Dorothy que, em busca do seu cão perdido vai, pela estrada de tijolo dourado, a caminho de Oz, para pedir apoio ao grande Feiticeiro para o seu regresso a casa. Até lá, encontra como companheirods de percurso, um espantalho que vai pedir um cérebro, um homem de lata em busca de um coração e um leão à procura de coragem.
Chegados a Oz, descobrem que, afinal, o grande Feiticeiro, que domina os seus conterrâneos através de truques e mentiras, não passa de um pequeno e insignificante homenzinho. Onde é que já se viu isto?
O resto da trama deve ser visto, sempre com os olhos de quem vê uma obra de arte não envelhecida, mas com a patine dos grandes bouquets.
O filme ganhou 2 Oscares, em 1940: Melhor Banda Sonora e Melhor Música Original ("Over the Rainbow"). E este último galardão, altamente merecido.  
    

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

CHOVE EM SANTIAGO...

 
Hoje, 11 de Setembro, em todo o mundo recorda-se o atentado contra as Torres Gémeas de Nova Iorque.
Porém, há 40 anos, a 11 de Setembro de 1973, a democracia chilena sofreu um gravíssimo atentado.
O presidente Salvador Allende, um dos fundadores do Partido Socialista Chileno em 1933, tinha sido eleito presidente do Chile em 1970, com 36,2% dos votos, tendo a eleição sido confirmada no Congresso, ainda em estado de choque depois do assassinato do chefe do estado maior do exército, general René Schneider, por parte de brigadas neo-fascistas do grupo para-militar Patria Y Libertad.
Seria substituído por Carlos Prats.
Apoiado pelos PS e PC chilenos, no movimento Unidade Popular, Allende, democrata convicto, tentou prosseguir a "via chilena para o socialismo", com respeito pelas instituições vigentes.
Na altura, 1970, o Chile (desde 1925), a Colômbia e a Venezuela eram as únicas nações democráticas da América do Sul, rodeadas de ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos.
Na altura, também, vivia-se o ambiente da Guerra Fria entre as superpotências. Atolados na guerra do Vietnam, a última coisa que os EUA se podiam permitir era uma nova Cuba ao pé da porta.
Desde a vitória de Allende que o seu regime, e toda a economia chilena foram alvo de ataques sistemáticos, designadamente após um programa de nacionalizações que, entre outras, atingiu a poderosa multinacional ITT, que passou a pressionar fortemente o governo de Richard Nixon para derrubar Allende. O que sempre foi intenção deste, convirá acrescentar, já que até tentou impedir a tomada de posse, precisamente com o assassínio de René Schneider...
Directamente, ou através da CIA ou da cumplicidade da ditadura militar brasileira, e de acordo com o esquema montado (Projecto Fubelt-Track II), foram injectados milhões de dólares no Patria Y Libertad, no jornal oposicionista Mercurio, em associações patronais, e nas forças armadas.
Por outro lado, interromperam-se os fornecimentos de bens de primeira necessidade e boicotou-se a exportação do mais importante produto chileno, o cobre.
Não obstante, nas eleições municipais de 1971, o apoio à Unidade Popular passou para 49%.
Porém, o cerco era demasiado poderoso, agravado pela irresponsabilidade do movimento de esquerda revolucionária (MIR) que respondia com violência gratuita à gratuita violência da extrema direita.
O acelerar da inflação (381% em 1973), do desemprego, a desestabilização nas ruas e quartéis, fazia adivinhar o pior.
O general Carlos Prats por várias vezes pediu a Allende a instauração do estado de sítio. Fiel aos princípios democráticos, este sempre o recusou. Carlos Prats foi forçado à demissão, sendo substituído por Augusto Pinochet, que jurou fidelidade ao presidente (!).
Carlos Prats seria assassinado pela CIA, em 1974 em Buenos Aires, em pleno exílio.
Por fim, a 11 de Setembro de 1973, um golpe de estado conduzido pelas forças armadas, e cuja senha era "Chove em Santiago e na Ilha de Páscoa", derrubou Allende, que morreu no palácio presidencial de La Moneda, defendendo a legalidade democrática.
Na sua alocução final, pela rádio, diria, a concluir, dirigindo-se aos chilenos:
"Sigam vós todos, sabendo que, muito mais cedo do que tarde, se abrirão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor".
Desde essa data, até 1990, o Chile seria governado por uma Junta Militar presidida por Pinochet.
Na sua esteira, 3.200 mortos, 30.000 torturados, centenas de desaparecidos, obras literárias vandalizadas e queimadas, instauração do estado de sítio, prisões arbitrárias, censura, sistemáticas violações dos direitos humanos.
E a economia brutalmente alvo do experimentalismo neo-liberal da chamada "Escola de Chicago", cujo vulto mais conhecido era Milton Friedman. Muito cuidado com estes "cérebros" troikados!
O "resgate" ou "requalificação" do Chile foi doloroso e sangrento, agravando, de forma radical, as assimetrias sociais. Para bom entendedor, meia palavra basta.
Pablo Neruda, o grande poeta chileno, prémio Nobel da Literatura de 1971, já muito doente, faleceria numa clínica de Santiago do Chile a 23 de Setembro.
Oficialmente, a sua morte foi atribuída a cancro havendo, no entanto, suspeitas de que teria sido assassinado. Mas o 11 de Setembro matou-o de desgosto. Como já prenunciava
XXXVIII. Yo no me callo

Perdone el ciudadano esperanzado
mi recuento de acciones miserables
que levantan los hombres del pasado.
 Yo predico un amor inexorable.
Y no me importa perro ni persona:
sólo el pueblo es en mí considerable:
sólo la Patria a mí me condiciona.
Pueblo y Patria manejan mi cuidado:
Patria y pueblo destinan mis deberes
y si logran matar lo levantado
por el pueblo, es mi Patria la que muere.
Es ése mi temor y mi agonía.
Por eso en el combate nadie espere
que se quede sin voz mi poesía. 

O funeral de Neruda realizou-se a 25 de Setembro, num ambiente de chumbo. Mesmo assim, houve quem tivesse coragem de invocar Allende e Neruda.
E gritar "Pueblo de Chile: Presente!".
E, apesar das feridas, a História cumpriu-se e o Chile renasceu. Tentando construir as alamedas de Allende.

   

terça-feira, 10 de setembro de 2013

FECHAR PORTAS AOS MERCADOS

 
Paulo Portas é irrevogável!
Revogavelmente falando, claro!
Paulo Portas nunca atravessa a linha vermelha!
Atravessa nas passadeiras brancas.
E, depois de passar, pinta-as de encarnado que, como se sabe. não é vermelho.
Paulo Portas nem gosta de vermelho. Ou vermelhos!
Paulo Portas não tem um partido.
Tem um gabinete particular no Largo do Caldas.
Onde, pressuroso, Pires de Lima vai buscar a bica para o Sr. Doutor.
Paulo Portas fez parte deste governo como Ministro dos Negócios Estrangeiros.
O número três do governo.
Pouco para Paulo Portas.
É agora Vice Primeiro Ministro. O número dois.
Ou será o número um?
Quando perguntam a Paulo Portas se está de alma e coração no governo, invariavelmente responde: "Nim!".
Paulo Portas faz parte de um governo que se auto-gabou que iria recolocar Portugal nos m ercados!
Apesar da troika, do FMI, da UE, do BCE, do resgate!
Apesar das directivas directas de Ângela Merkel, de Martin Schlaube, da Alemanha!
A meta, o golo, a vitória, eram os mercados!
Paulo Portas estremeceu-os com a birra narcísica e egocêntrica de Julho!
Paulo Portas estarreceu-os quando se soube que, logo após a aprovação do resgate, colocou 80.000 euros num banco estrangeiro.
Alemão!
Paulo Portas não confia nos bancos portugueses!
Na economia e nas finanças portuguesas!
Na Sra. Ministra das Finanças!
No Governo de que é membro!
No seu partido!
No povo português!
Paulo Portas só confia nele!
Paulo Portas abriu a boca, de espanto, aos mercados.
Alguém lhe diga que, quanto a mercados, Paulo Portas que se fique pelo Bolhão ou pela Ribeira!
Que é a sua estatura!
Pequena e irrevogavelmente!

 

O COELHO É INCONSTITUCIONAL

O Sr. Primeiro-Ministro, com uma candura maquiavélica, exprimiu-se sibilinamente : "Já alguém perguntou aos 900.000 desempregados de que lhes valeu a Constituição?"
De facto, o Sr. Primeiro Ministro tem toda a razão, com a sua argúcia, inteligência e cultura.
E pegando nas sábias palavras de S. Exª., podemos ir mais longe, se V.Exª., do alto da sua inacessível pose acaciana assim o permita.
Assim, já alguém perguntou aos 500.000 desempregados atirados para a rua nos últimos dois anos, de que lhes valeu Passos Coelho?
E já alguém perguntou a Passos Coelho, se tivesse responsabilidades na redacção da Constituição, se alguma vez incluiria a alínea e) do nº. 1 do artº. 59º., face à sanha cortadora em que está empenhado? (a disposição reza assim: "1. Todos os trabalhadores...têm direito...e) À assistência material quando involuntariamente se encontrem em situação de desemprego").
E já alguém perguntou a Passos Coelho, que se queixa de que os portugueses são piegas, e que se manifestam ou criticam a mais (vão trabalhar malandros!), o que lhe dizem, se os conhece e respeita, os Artº. 37º. "Liberdade de Expressão e Informação", Artº. 38º. "Liberdade de Imprensa" e meios de comunicação social". Artº. 41º. "Liberdade de consciência", de religião e de culto", ou o Artº. 42º. "Liberdade de Acção Cultural"?
A S.Exª. este último, em particular, nada diz, já que se quer estrangular, entre outras muitas coisas, a Cinemateca Nacional.
A cultura não ajuda a economia, lá diria o guru Camelo, perdão, Camilo Lourenço, não é verdade, V.Exª.?
E já que S.Exª. parece ter um problema freudiano com a Constituição, já que parece não a querer compreender, negando-a, alguém lhe perguntou se, face ao desespero que lançou entre tantas famílias, à falta de perspectivas, à ausência de esperanças, alguma vez leu o Artº. 24º. "Direito à Vida".
E já gora, diga lá V.Exª. se, quando proferiu o habitual juramento "Eu, abaixo assinado, declaro por minha honra, que cumprirei com lealdade as funções que me são confiadas", alguma vez se perguntou se tal confiança caiu do céu aos trambolhões, como por direito divino, ungido do Senhor!
Não foi!
Foi-lhe conferido pelos portugueses em eleições.
Eleições livres!
Democráticas! 
Como previsto no Artº. 113º. da Constituição: "Princípios Gerais de Direito Eleitoral".
Se V. ou S. Exª. ataca a Constituição e quem a defende,
Se V. ou S. Exª. ataca a Lei que lhe deu a hipótese de ser primeiro ministro.
Se V.ou S.Exª. ataca o Diploma que, no fundo, o retirou dos 900.000 desempregados,
S. ou V. Exª. é inconstitucional!
Irrevogavelmente!   

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

FREDDIE MERCURY


A 5 de Setembro de 1946, filho de pais de ascendência indiana, nascia em Cidade de Pedra, no Zanzibar, actualmente integrado na Tanzânia, um rapaz a que seria dado o nome de Farrokh Bulsara.
Em 2009 a revista Classic Rock nomeou-o o melhor vocalista de rock and roll de sempre.
Ficou conhecido, para a eternidade, como Freddie Mercury
Aos 8 anos foi enviado para Bombaim, onde fez todo o curso secundário.
Passou a ter aulas de música, tendo-se tornado mestre no piano, estudando, posteriormente guitarra e viola.
Curiosamente, mesmo sendo um virtuoso do piano, sempre detestou teclados eléctricos, por achar o seu som artificial.
Aí, com 12 anos, fundou uma banda ("The Hectics"), que interpretava músicas de Cliff Richard e Little Richard.
Regressado a Zanzibar, e face às convulsões políticas da altura, juntamente com os pais, mudou-se para Londres, com 18 anos, tendo, posteriormente, concluído o curso de designer gráfico no Ealing Art College. Após a obtenção deste curso, empregou-se como atendedor de balcão no aeroporto de Heathrow e como vendedor de roupas no mercado de Kensington, onde conheceu Mary Austin, o grande amor da sua vida, não obstante a sua reconhecida e assumida bissexualidade.
No seu testamento, doou-lhe, e à família,  a sua mansão em Londres (foi padrinho do primeiro filho de Mary) e os direitos de autor da sua discografia.
E dedicou-lhe uma das suas mais belas criações:
Em 1969, funda a banda Ibex, depois denominada Wreckage. No entanto, no ano seguinte, daria o passo decisivo da sua carreira, fundando os Smile, juntamente com Brian May (que em 2007 recebeu o doutoramento em Astrofísica...) e Roger Taylor. Em 1971, o grupo adopta definitivamente o nome Queen, juntando-se-lhes John Deacon.
A fabulosa trajectória deste grupo começa com o seu primeiro de 15 discos em 1973 ("Queen") e termina em 1991 com o fabuloso "Innuendo". Posteriormente, em 1995, seria lançado o album póstumo "Made in Heaven"), que incluiu obras compostas por Mercury em que este, já muito abalado pela doença, apenas gravou a parte vocal, sendo depois completado pelos restantes elementos do grupo.
Freddie Mercury, influenciado pelo gospel e música clássica, com recurso, também, ao funk e ao pop rock, foi o principal responsável pelas composições interpretadas pelo grupo, ao lado de Brian May.
Revolucionou as actuações em palco, durante os mais de setecentos concertos dos Queen em 15 anos.
Muito justamente chamado de "animal de palco", Freddie criou um estilo muito próprio, que ultrapassou todos os outros vocalistas, até então. Se Robert Plant e Mick Jagger, até então eram as referências, o concerto Live Aid, em Wembley, em 1985, e a sua espantosa actuação, transformou Freddie Mercury, segundo os críticos, no maior de todos.
A 8 de Agosto de 1986, contudo, os Queen fariam a sua última aparição em palco, devido ao agravar da doença de Freddie a qual, 5 anos depois, nos roubaria este talento único.
Assinala-se que os Queen foram os primeiros a abrir o mercado de grandes concertos na América do Sul, ficando na história o primeiro Rock In Rio, no ano de 1985, perante 600.000 espectadores.
Freddie também lançou 2 discos a solo ("Mr. Bad Guy", 1985, e "Barcelona", 1988).
Segundo os especialistas, a voz de Freddie, de barítono no dia a dia, elevava-se a tenor quando cantava, atingindo as escalas de soprano. Montserrat Caballé, cantora lírica espanhola, precisamente soprano, disse dele: "...A sua técnica é impressionante. Sem problemas de sincronia, cantava com um grande senso de ritmo, capaz de mudar facilmente de uma escala para outra. A sua pronúncia era subtil, doce e também poderosa. Era capaz de encontrar o tom certo para cada palavra". Conhecimento de causa...
David Bowie, que com ele compôs e gravou "Under pressure" diria: "...dentro de todos os cantores teatrais de rock, ele foi o único a levar tudo a um outro nível (...) era alguém, que podia, literalmente, ter a plateia na mão".
O que sucedeu, e sucederá.
O seu legado continua de pé. E a sua influência. E o agente cultural que foi. Axl Rose, dos Guns N'Roses foi influenciado pela postura de Mercury em palco; Lady GaGa adoptou este nome em homenagem à composição "Radio GaGa", descrevendo Mercury como um génio que se reinventava constantemente; Kurt Cobain, na sua carta de despedida, escreveu que admirava e invejava a felicidade que Freddie sentia ao estar em palco; Robert Plant declarou que Freddie Mercury era o único c cantor que, por detrás da sua lenda, era realmente uma lenda; Paul Mc Cartney referiu-se a ele como "King" Mercury.
E a sociedade britânica, e não só, não o esquece.
Em 1999 a Royal Mail emitiu selos com a sua efígie.
O encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres foi protagonizado pelos outros dos elementos dos Queen (que interpretaram "We Will Rock You" com Jessie J), precedido de imagens, em écrans gigantes, de Freddie Mercury em diálogo musical com a assistência, como gostava de fazer (imagens do grande concerto de Wembley de 1986).
E pela Europa estão, perenes, 3 estátuas de Freddie Mercury: Em Montreux, junto ao Lago Léman, em Edimburgo, junto ao Playhouse Theatre e em Londres, em frente ao Dominion Theatre onde, há mais de 10 anos, é representado o musical "We Will Rock You", exclusivamente com músicas dos Queen, entre as quais se pode ouvir esta obra-prima intemporal, eterna, insubstituível.
Como Freddie Mercury