terça-feira, 12 de novembro de 2013

VALENTIM DE CARVALHO

 
A música portuguesa, a cultura nacional, estão de luto.
Morreu ontem Rui Valentim de Carvalho, produtor discográfico, o homem que deu corpo e alma à marca Valentim de Carvalho, que se identifica intimamente com a música portuguesa, com a sua edição e divulgação.
Em 1963, com projecto do arquitecto Cristino da Silva, assessorado por Tomás Taveira, inaugura os inovadores Estúdios  Valentim de Carvalho, em Paço D'Arcos, com tecnologia de ponta, técnicos ingleses, em tudo irmãos mais novos dos famosos estúdios de Abbey Road em Londres.
Por estas instalações passaram nomes maiores da nossa música, como Carlos Paredes, António Variações, Camané, Hermínia Silva, Carlos do Carmo, GNR, UHF, Jorge Palma e, também, famosos estrangeiros como Juan Manuel Serrat, The Shadows, Cliff Richard, Vinicius de Moraes, Rolling Stones.
Tim, como era conhecido pelos amigos, também teve papel decisivo na divulgação da música angolana, e na sua edição, desde o Duo Ouro Negro a Waldemar Bastos.
Porém, a artista que mais gravou com a Valentim de Carvalho, e com a qual o Rui manteve uma grande e terna amizade, foi Amália Rodrigues a quem, a dado momento, apresentou o seu cunhado David Mourão Ferreira. Datam desse período os fados nos quais Amália escancarou as portas à grande pooesia e aos grandes poetas portugueses.
Mais que não fosse, e foi-o, só por isso teríamos uma dívida de eterna gratidão por Rui Valentim de Carvalho, Tim. 
("Abandono" - Letra de David Mourão Ferreira, música de Alain Oulman - proibido pela Censura por alusões aos presos políticos) 

  

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