sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ALBERT CAMUS

 
Ocorreu ontem o centenário do nascimento de um dos maiores vultos da cultura mundial do século XX, Prémio Nobel da Literatura de 1957, Albert Camus.
Nascido na Argélia, ainda colónia francesa, cedo ficou órfão de pai, morto no Marne, em 1914, no início da I Guerra Mundial.
Oriundo de uma família argelina pobre (pai francês, mãe argelina), foi com grande dificuldade e muitos sacrifícios que conseguiu tirar os cursos liceal e universitário, recebendo dos seus professores, e em boa hora, os estímulos que o iriam lançar na escrita, particularmente por parte de Jean Grenier.
A guerra, a fome, a miséria, o sol inclemente do norte de África marcariam os seus textos, e a sua pesquisa sobre a condição humana, os seus dilemas, angústias e conflitos.  O facto de ter contraído tuberculose logo após ter concluído o doutoramento, foi mais um subsídio para as suas reflexões sobre a iminência da morte e o absurdo da vida.
Com laços a autores como Franz Kafka ou Dostoievsky, Camus não enjeitaria a aproximação ao que se poderá chamar a estética do absurdo, emparceirando com autores como Samuel Beckett ou Eugéne Ionesco.
Jornalista, romancista, dramaturgo, ensaísta e filósofo, Camus foi, com a sua grandeza, um vulto polémico.
Anticolonialista, com textos publicados contra o tratamento a que os árabes eram sujeitos na Argélia pelos franceses, opôs-se, no entanto à independência total desta colónia.
Socialista por convicção, recusava o marxismo, tendo aderido em 1935 ao Partido Comunista Francês, mas abandonando-o em 1937. No entanto, foi colaborador activo da Resistência ao ocupante nazi, tendo colaborado na redacção do jornal "Combat".
Este antigo guarda-redes de futebol, desporto que o apaixonava, viria a morrer num acidente de automóvel a 4/01/1960, demonstrando, mais uma vez os absurdos do dia a dia.
De Camus podem sugerir-se uma série de títulos, como os romances "O Estrangeiro" (adaptado ao cinema em 1967 por Luchino Visconti, com Marcello Mastroiani), "A Peste", "A Queda", as peças "Os Justos", "O Equívoco", "Calígula", ou os ensaios "O mito de S´sifo" ou "O Homem Revoltado", que lhe valeu uma acesa polémica com Jean Paul Sartre.
A título de curiosidade, diga.se que, ao ser convidado para uma conferência no Brasil, a primeira coisa que fez ao chegar a este país foi pedir que o levassem a ver um jogo de futebol... 
   

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