quarta-feira, 6 de novembro de 2013

SOPHIA

 
Sophia de Mello Breyner Andresen.
Nasceu a 6 de Novembro de 1919, e morreu com 84 anos.
Ensaísta, dramaturga, contista, incluindo de contos infantis, tradutora e, acima de tudo, poeta.
Poeta maior da nossa literatura, vulto incontornável do panorama cultural, primeira mulher a ganhar o Prémio Camões (1999), a sua poesia revela-nos uma riqueza, uma pureza, um afago no rosto, a ternura que só os grandes autores nos conseguem transmitir.
E o sentido de justiça, de liberdade, de tolerância, praticados todos os dias.
E a água, o mar, o Mediterrâneo, azul como os inesquecíveis olhos de Sophia.
Leiam Sophia, e a alma e o espírito voam sobre as águas.

"Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras."
("Mar" - Sophia)

 ("Cantata da Paz" - Sophia. Voz de Francisco Fanhais)

"Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo"
("25 de Abril" - Sophia) 
 

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