segunda-feira, 7 de abril de 2014

BILLIE HOLIDAY

 

Muitos críticos, mesmo perante as enormes Sarah Vaughn, Mahalia Jackson ou Ella Fitzgerald, consideram-na a maior de todas as cantoras de jazz.
Americana, negra, pobre. Nasceu a 7 de Abril de 1915 e morreu aos 44 anos.
Chamava-se Billie Holiday.
("I love you (Porgy)" - de "Porgy and Bess" de George e Ira Gershwin)

Filha de pais juvenis, separados, foi violentada aos 10 anos, passando três anos numa casa de correcção para menores vítimas de abuso, e cedo caiu nas malhas da prostituição.
Começou a cantar em bares do Harlem para poder pagar a renda de casa.
Aprendeu a cantar os blues e o jazz ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong. Graças ao crítico John Hammond, abriram-se-lhe as portas de casas de espectáculo prestigiadas, também no Harlem e, posteriormente, em 1933, viria a gravar o seu primeiro disco com a "big band" do branco Benny Goodman, feito raro para a época.
 
("I Cried for You" - com a orquestra de Benny Goodman)

Viria a participar em espectáculos e gravações com algumas das maiores orquestras de jazz e blues da época (de todas as épocas), como as de Artie Shaw, Count Basie, Lester Young (que lhe imortalizou a alcunha "Lady Day", pelo dia claro que a sua voz traduzia), ou Duke Ellington. Cantou, também, ao lado do iconográfico e mítico Louis Armstrong.
  
("The Blues Are Brewin' " - com Louis Armstrong)

Billie dá-nos uma voz etérea, rouca, flexível, sensual, transmitindo profundas emoção e comoção.
Voz de quem tinha sofrido, e muito.
Que transmitiu na sua autobiografia "Lady Sings The Blues" a qual, em 1972, Sidney J. Furie adaptaria ao cinema (produção da Motown Productions), com Diana Ross no papel de Billie (o que lhe valeria um Globo de Ouro para Revelação como Actriz).
Caiu na depressão, drogas e álcool.
Morreu a 17 de Julho de 1959, em Nova Iorque, numa mistura de cirrose e overdose.
E, extremamente doente, para cúmulo ainda estava sob ordem de prisão, ordenada com ela já no hospital, com polícia à porta do quarto, e dentro dele, por alegada posse de droga.
Americana, pobre e negra.
 
 
("But Not for Me" - de George e Ira Gershwin)


       

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