terça-feira, 15 de abril de 2014

ABSURDO NO TEATRO

(Samuel Beckett)

Já aqui se referiram, ontem, dois absurdos: a absurda Assunção Esteves e o absurdo Grande Educador Barroso.
Mas uma vez que, no dia 13 passou o aniversário do dramaturgo irlandês, de Dublin, Samuel Beckett, Prémio Nobel da Literatura de 1969, vamos desanuviar um pouco e convidar as pessoas para uma ida ao teatro.
Assistir a uma peça de Beckett, por exemplo "À Espera de Godot" ou "Os Dias Felizes", e penetrar naquela teia desafiante que, com a sua visão pessimista da Humanidade e a sua riqueza metafórica, Beckett nos propõe.
Ao teatro escrito por este irlandês, que se alistou nas fileiras da Resistência durante a II Guerra Mundial, convencionou-se chamar "Teatro do Absurdo", género que se diz descender das propostas surrealistas e expressionistas, até chamado de anti-teatro.
Utiliza, para a criação do enredo, o tratamento das personagens e dos diálogos, elementos que podem parecer chocantes ou ilógicos, mas que mais não pretendem, na sua óptica, mais do que reproduzir as faltas de soluções em que estarão mergulhados os homens e a sociedade, inspirando-se nas burguesias ocidentais que, segundo as retratam, se afastam do mundo real.
A existência humana não terá sentido e o universo será governado ao acaso, e, aio mesmo tempo, desmontavam-se a estética e o pensamento do teatro tradicional, enquanto se apelava a uma intervenção crítica e empenhada do espectador.
Para além de Beckett, citam-se autores como Eugène Ionesco ("A Cantora Careca"), Fernando Arrabal ("Piquenique na Frente"),  Jean Genet ("As Criadas"), Harold Pinter ("O Porteiro") ou, segundo alguns autores, Edward Albee ("Quem Tem Medo de Virginia Woolf?").
Uma sugestão para quem vá a Paris: assistir a duas peças de Ionesco ("A Lição" e "A Cantora Careca"), no Théatre de La Huchette, no 23 da Rue de La Huchette (metro:Saint Michel), que dará o tempo por bem entregue. Acrescenta-se que "A Cantora Careca" já vai a caminho de 18.000 representações.
A magia única do Teatro.

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