terça-feira, 28 de janeiro de 2014

VERGÍLIO FERREIRA

Nasceu a 28 de Janeiro de 1916 em Melo, concelho de Gouveia, embalado pela neve da Serra da Estrela, o que o veio a marcar na sua brilhante escrita, bem como os seis anos passados no Seminário da Guarda.
Vergílio Ferreira cultivou a ficção, o ensaio, a crónica, nos seus diários a que chamou "Conta-Corrente", escritos entre Fevereiro de 1969 e Dezembro de 1992.
Mas também foi professor, tendo terminado a sua carreira, também em 1992, no velhinho e histórico Lyceu Camões, por cujos corredores e pátios deambulara, mãos atrás das costas, desde 1959.
No entanto, é na escrita que vamos encontrar o verdadeiro, o autêntico Vergílio Ferreira.
Escrever era como respirar, viver. Convida-nos a termos uma séria preocupação com a vida e a cultura. Parece anunciar o fim do mundo e, ao mesmo tempo, a sua recriação. Reflectiu sobre o sentido da vida, o mistério da existência, o nascimento e a morte, os vastos problemas da condição humana.
Dizer que abordou inicialmente o neo-realismo e, depois, o existencialismo, seria colocar rótulos que ele não suportava-
Prémio Camões de 1992, Vergílio Ferreira, como poucos, trabalhou com amor a língua portuguesa.
Caso tenham tempo e vontade, agarrem, por exemplo, "Até ao Fim", "Para Sempre", "Alegria Breve", "Aparição", ou "Manhã Submersa".
Não se arrependerão, e Vergílio Ferreira merece-o.    

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