sábado, 18 de janeiro de 2014

18 JANEIRO 1934

 
Em Setembro de 1933 o governo do Estado Novo promulgava o "Estatuto do Trabalho Nacional e Organização dos Sindicatos Nacionais" o que, na prática, correspondia à destruição dos sindicatos livres, à imposição de "sindicatos nacionais" e a sua inclusão na organização corporativa do regime. Tudo a bem da Nação, como é óbvio.
O movimento sindical livre, reagindo a tal decisão, convoca uma vaga de manifestações contestatárias por todo o país e um apelo à greve geral, para 18 de Janeiro de 1934.
Verificaram-se greves em Almada, Barreiro, Sines, Silves, e manifestações, por vezes violentas, em Setúbal, Cacilhas, Seixal, Alfeite e Marinha Grande.
Aqui, e mesmo que o movimento, na sua globalidade, tenha carecido de verdadeira liderança e se mostrasse desarticulado, os insurrectos da Marinha Grande conseguiram cortar as vias de comunicação, ocupar os Correios, dominar o destacamento local da GNR e nomear um "Conselho Operário" para governar a então vila.
Só que a brutal repressão das forças salazaristas não se fez esperar.
Ao fim de algumas horas, a revolta fora abafada, os principais protagonistas presos, posteriormente exilados e, alguns deles, encerrados no campo de concentração do Tarrafal.
O regime sofreu a sua maior contestação até 1958, ano da campanha eleitoral de Humberto Delgado e, depois, até ao 25 de Abril.
Mas a evocação dos heróis do 18 de Janeiro serve, também, para lá da memória viva, que nunca é de confiar na "serenidade" do povo, especialmente quando se vê encurralado ou "entroikado".
Para bom entendedor... 
 

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