segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

PANTEÃO NACIONAL

 
O Panteão, como o nome o indica é o lugar onde estão todos os Deuses.
Deuses da política, da cultura, da ciência, da liberdade, da igualdade, da fraternidade.
Tal como pensado pelos herdeiros da Revolução de 1789 em França.
O Panteão, em Paris, é uma verdadeira instituição, reconhecida e cuidada, mesmo sendo testemunha de algumas peripécias contraditórias.
Não obstante esse paralelismo, a nossa Igreja de Santa Engrácia nunca conseguiu alcançar o mesmo brilho, pedindo meças, por exemplo, aos Jerónimos.
Até porque, julga-se, não é muito lógico entalar o pobre Humberto Delgado entre personagens como Sidónio Pais ou Óscar Carmona.
No entanto, dê-se o benefício da dúvida à República, que ali quererá homenagear os seus mais ilustres filhos e filhas.
Desta forma, nada mais justo que a próxima trasladação para o Panteão da enorme poeta que é Sophia de Mello Breyner Andresen, uma das maiores escritoras de sempre deste país e da lusofonia.
Homenagem mais do que justa e que só pecará por tardia.
E por tardia, quantos portugueses "que se vão da lei da morte libertando", não mereceriam tal honra?
Exemplos? Apenas dois.
Aristides de Sousa Mendes, apesar da polémica em que querem envolvê-lo (foram mais de 30.000 pessoas salvas, foram "apenas" 1.500....), seria um digno inquilino de Santa Engrácia. É que mesmo que fossem "só" (???) 1.500 pessoas salvas das garras nazis, como diria o ditado judaico, "quem salva uma vida, salva o mundo". E Aristides salvou o mundo e a honra portuguesa.
Salgueiro Maia, que não terá sido o cérebro militar ou político do 25 de Abril, mas que foi o seu rosto, a determinação corajosa e serena que correu mundo, sem verter uma gota de sangue. Herói pela coragem, pela modéstia e pela dignidade, apesar da indignidade a que foi sujeito pelo mesquinho senhor Silva, mas herói como poucos neste país. 
Ah, pois, temos Eusébio também. Deixe-se assentar a poeirada levantada pelo histerismo mediático e pelo oportunista unanimismo político.
Eusébio já está no Panteão dos Eleitos, dos Deuses.
A esta hora, estará a rematar bolas ao Yashine, a driblar com o George Best, a centrar para o Vítor Baptista.
Deixem-no jogar livremente à bola e não o encafuem ao pé do Carmona... 

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