sábado, 25 de janeiro de 2014

ANTÓNIO BRASILEIRO JOBIM

Nasceu a 25 de Janeiro de 1927 no Rio de Janeiro.
O seu trisavô era natural de Jovim, concelho de Gondomar.
Chamou-se António Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, "Tom" Jobim.
E foi o maior nome da música brasileira do século XX, a par do compositor erudito Heitor Villa-Lobos, onde bebeu parte da sua inspiração, assim como, entre muitos,de Debussy, de Ary Barroso ou de George Gershwin.
Aliás, se a América do Norte teve um génio chamado George Gershwin, a América do Sul teve Tom Jobim.
A revista "Rolling Stone", muito justamente, consagra-o como o maior expoente de todos os tempos da música brasileira.

 
("Tereza da Praia", de 1954, o 1º. grande êxito)

Tom começou por ser pianista em bares do Rio passando, depois, a arranjador e escrevinhador de pautas para compositores que não dominavam a escrita musical.
No início dos anos 50 começa a compôr, especialmente sambas, alcançando a consagração em 1954.
1956 é ano fulcral da música brasileira, quando Jobim conhece um escritor e poeta que dá pelo nome de  Vinicius de Moraes, para o qual musicou a peça "Orfeu da Conceição" que, mais tarde, Marcel Camus adaptaria para o cinema com o título "Orfeu Negro", para o qual Tom também escreveria a banda sonora, em parceria com Luís Bonfá, filme que receberia a Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1959, e o Oscar e Globo de Ouro para melhor filme estrangeiro de 1960.
("Se Todos Fossem Iguais a Você"- de "Orfeu da Conceição"-Gal Costa)

Tom Jobim, com Vinicius e o então jovem João Gilberto estão na linha da frente entre os criadores desse género musical que veio a ser conhecido como "bossa nova", uma lufada de ar fresco no panorama cultural do Brasil e do Mundo, o ritmo que evocava o mar, o morro, o nordeste árido, o negro, o branco, o amor, a tristeza, a alegria, a aguarela que é o Brasil. E os brasileiros e a sua vida, muitas vezes sofridamente vivida.
 
("Chega de Saudade", 1959, início e consagração da bossa nova-João Gilberto e Tom)

No início dos anos 60, a produção de Jobim é extensa e genial, grande parte em estreita colaboração com Vinicius.
Em 1962, Tom é o maior destaque do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova Iorque. É a consagração universal desse género de música, que dará a volta ao mundo.
Tom Jobim era, e é, cantado pelos grandes nomes do Brasil, de Edu Lobo a Simone, de Chico Buarque a Gal Costa, de Elis Regina a Ivette Sangalo, de Roberto Carlos a Caetano Veloso, de Maria Bethânia a Tim Maia. E cantado e recantado por outros lugares e continentes.
 
("Samba de uma Nota Só", 1962) 

Em 1965, Jobim volta aos Estados Unidos, onde actua e grava.
E, finalmente, em 1967, juntam-se dois dos maiores génios da música, de todos os tempos: Tom e Frank Sinatra.
O disco "Francis Albert Sinatra & António Carlos Jobim" é já um marco incontornável da grande música do século passado.
 
("Insensatez" - "How Insensitive" - 1967)

Jobim experimentou sempre a inovação, a fusão de culturas. Não se coibiu de ligar os sons e a atmosfera do  jazz à música popular e erudita brasileiras, fruto das suas pesquisas.
Nos anos 70 produz os albuns "Matita Perê" e "Urubu", onde reflecte essas novas sonoridades.

 
("Águas de Março", álbum "Matita Perê", 1972-cintilante Elis Regina)

"António Brasileiro" seria o seu último disco, lançado em 1994, ano em que morreria, no Hospital Mount Sinai, Nova Iorque, vítima de cancro.
O seu nome seria dado ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro, após pedido junto ao Congresso Nacional por uma comissão formada, entre outros, por Chico Buarque, Edu Lobo, Oscar Niemeyer, João Ubaldo Ribeiro, António Houaiss, António Cândido e coordenada por Ricardo Cravo Alvin.
É doutor "honoris causa" pela Universidade Nova de Lisboa/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, desde 1991.
Mas se mais não houvesse na sua obra, e há tanta imensidade, António Carlos Jobim entraria por mérito próprio nos Campos Elísios dos Eleitos com a música brasileira mais conhecida no mundo, verdadeiro segundo hino do País do Carnaval, do Cacau e do Suor que, em 1963, compôs com poema de Vinicius de Moraes: "Garota de Ipanema"! 

E como prova da universalidade e intemporalidade da sua obra, a "Garota de Ipanema" na versão, em inglês, da saudosa Amy Winehouse.



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