quinta-feira, 10 de outubro de 2013

VIVA VERDI!

A 10 de Outubro de 1813 nascia em Roncole, Itália, aquele que é, talvez, o mais amado compositor de óperas: Giuseppe Verdi.
Verdadeiro compositor nacional italiano, o seu nome foi sinónimo, até a independência do país em 1861, da resistência ao ocupante austríaco: Viva Verdi traduzia-se por Viva Vittorio Emanuele Re D'Italia, aludindo a Vitor Emanuel, rei da Sardenha e futuro rei Vitor Manuel II de Itália-
Em 1874 seria nomeado Senador vitalício de Itália.
Ainda na escola, em Busseto, recebeu as primeiras lições de composição, tendo-se mudado aos 20 anos para Milão, onde o ambiente musical era mais propício à sua evolução.
Contra a opinião de alguns amigos, regressou a Busseto, onde seria mestre de capela e da banda local.
Casou em 1836 mas, em apenas 4 anos, perdeu dois filhos e a esposa. Caiu em profunda depressão e afirmou que não voltaria a compor.
De facto, a sua primeira ópera, "Oberto", estreada em 1839 no Teatro Alla Scala teve pouco êxito.
Contudo, voltou à composição e, inspirado pelos versos do trecho "Va pensiero", que é o hino italiano não oficial, escreveu o seu primeiro sucesso, a ópera "Nabucco".
Acrescenta-se que "Va pensiero", ou "Coro dos Escravos", foi visto como um manifesto contra o domínio do Império Austríaco.
Influenciado pelos trabalhos de Rossini, Bellini, Meyerbeer e, mais profundamente, por Donizetti, Verdi viria a marcar, com Wagner, o universo da grande ópera do século XIX.
Aliás, ainda actualmente, as suas obras dominam o repertório operático mundial.
Em 1847 compõe "MacBeth", a primeira das suas abordagens a Shakespeare, a que e seguiriam "Otello" e "Falstaff", esta uma adaptação de "As Alegres Comadres de Windsor", com tradução de Victor Hugo, e que seria o seu último trabalho (1893).
Entre 1843 e 1853 atravessa o seu período mais fecundo, com a produção de 14 óperas, destacando-se, claro, "Rigoletto", baseado no "Le Roi S'Amuse", de Victor Hugo. O libreto foi alvo de censura pelas autoridades austríacas, mas a ópera foi um êxito.
Tal como "Il Trovatore" e "La Traviata", ambas de 1853.


Verdi sempre concebeu o drama musical como um conjunto de elementos heterogéneos, reflectindo a complexa realidade social e cultural, trabalhando directamente com os autores dos libretos, já que a ópera era um todo, com partes inseparáveis, nisto se aproximando dos conceitos teóricos e práticos de Wagner.
Muitos teóricos de música referem, aliás, que uma das suas mais famosas óperas "Aida", reflecte a influência wagneriana.
Verdi terá sido abordado para escrever uma ópera comemorativa da abertura do canal de Suez (1869), mas recusou inicialmente a proposta. Assim, a inauguração foi celebrada com uma versão do "Rigoletto". Contudo, de novo pressionado, e perante a "ameaça" de a composição ser adjudicada a Gounod ou, até, a Wagner, Verdi compôs a ópera sobre um tema egípcio. Assim nasce a grande "Aida".


Verdi, contudo, não se limitou a escrever óperas. Compôs quatro trabalhos de música sacra ( Ave Maria, Stabat Mater, Laudi alla Vergine Maria, Te Deum), e um Requiem aquando da morte do romancista e poeta Alessandro Manzoni.
Faleceu a 27 de Janeiro de 1901.
O seu funeral, em Milão, foi um dos que mais pessoas juntou em Itália. O maestro Arturo Toscanini, na ocasião, conduziu um grupo de várias orquestras e um coro de 820 cantores, acontecimento único até hoje.
Como única é a música de Verdi.
  
 


  

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