quarta-feira, 16 de outubro de 2013

CONVITE à LEITURA

 
Nestes dias em que Miss Swaps debita uma redacção de matemética, rascunhada, sobre contas de sumir, em que Chancellere de Machete recebe uma bofetada das "elites" da "democracia" angolana, em troca da sabujice e subserviência, façamos descansar o cérebro, aproveitando algumas efemérides para nos deliciarmos com a escrita. Assim:

MANUEL DA FONSECA
Manuel da Fonseca, por muitos críticos considerado um dos melhores autores portugueses neo-realistas e pertencentes ao grupo Novo Cancioneiro, nasceu em Santiago do Cacém a 15 de Outubro de 1911, vindo a falecer em 1993.
Estudou em Lisboa, no Colégio Vasco da Gama, Liceu Camões, Escola Lusitânia e Escola de Belas-Artes. Foi poeta, contista, cronista e romancista.
Trabalhou em actividades relacionadas com o comércio, indústria, revistas e agências de publicidade.
Não obstante viver em Lisboa, nunca se esqueceu das suas raízes alentejanas, sobressaindo nos seus escritos uma assumida intervenção social e política relatando a dureza da vida e do trabalho nos campos do Além Tejo.
Refira-se, ainda, que era presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta foi encerrada pela PIDE, na sequência da atribuição do seu prémio máximo a José Luandino Vieira, pelo seu romance "Luuanda".
Destacam-se, entre as revistas nas quais colaborou, a "Árvore", "Vértice", "O Diabo" ou "Seara Nova".
De entre a sua actividade contista, referem-se "Aldeia Nova", "O Fogo e as Cinzas", "Um Anjo no Trapézio", "Tempo de Solidão", "Mestre Finezas" e "A Torre da Má Hora".
E, quanto ao romance, publicou apenas dois, qual deles o melhor: "Seara de Vento" (1958) e "Cerromaior", de 1943, que Luís Filipe Rocha viria a adaptar, brilhantemente, ao cinema em 1980.


OSCAR WILDE
 
Oscar Wilde nasceu em Dublin a 16 de Outubro de 1854, vindo a morrer em Paris em 1900.
Escritor e cidadão polémico, é um dos grandes génios da rica literatura britânica (a Irlanda, na altura, era uma província inglesa).
Frequentou o famoso Trinity College de Dublin, distinguindo-se como eminente latinista e helenista.
Licenciou-se no Magdalen College de Oxford, para o qual ganhara uma bolsa de estudo. Durante a frequência do curso, ganhou um prémio de poesia (poema "Ravenna").
A partir de 1878 passou a residir em Londres, onde a sua vida era agitada e extravagante, questionando as "normas" da ordem social estabelecida, na chamada "era vitoriana".
Cultivou o esteticismo, ou"dandismo", exaltando o belo puro como contraponto aos horrores da sociedade industrial, então em pleno desenvolvimento na Inglaterra desses tempos.
Em 1883 muda-se para Paris, abandonando o seu movimento estético. Regressa a Inglaterra, casa-se e tem dois filhos, passando a morar em Chelsea, então bairro frequentado por artistas londrinos.
Entre 1887 e 1895 atravessa o seu melhor período criativo, publicando obras dramáticas de grande sucesso como "O Leque de Lady Windermire", "Uma Mulher Sem Importância", "Salomé", "Um Marido Ideal" e, aplaudida como uma das melhores comédias de sempre, "A Importância de se chamar Ernesto". A sua obra dramática, hoje em dia, continua a ser bastante representada.
Publica os contos "O Príncipe Feliz e Outras Histórias", "O Rouxinol e a Rosa " (contos infantis) ou "O Crime de Lord Arthur Saville".
E escreve um romance que é, por muitos, considerado uma das obras-primas da lliteratura britânica, "O Retrato de Dorian Gray", onde se entrecruzam a arte, a vaidade, as manipulações humanas.
Oscar Wilde foi um mestre da ironia, do sarcasmo e do cinismo.
Atravessa um período de êxito, desfrutando de uma boa situação financeira, e continuando a sua vivência mundana e excêntrica, que lhe vale inimizades entre os moralistas vitorianos.
Em 1895 publica "A Alma do Homem sob o Socialismo", clássico anarquista. Nesse mesmo ano, porém, é preso por alegados "actos imorais com rapazes", sendo condenado a dois anos de prisão, que incluíam trabalhos forçados. Na reclusão redige a "carta aberta" "De Profundis", em que acusa explicitamente um membro da nobreza de, deliberadamente, o ter prejudicado. 
E escreve o notável poema "A Balada do Cárcere de Reading".
Sai da prisão em 1897, com a saúde debilitada e a reputação arruinada. O seu velho amigo Robert Ross  acompanha-o a Paris, onde viverá modestamente e sob pseudónimo (Sebastian Malmoth).
Viria a falecer, vítima de meningite, agravada pelo alcool e sífilis, em 30 de Novembro de 1900.
O seu mausoléu, no cemitério parisiense do Père Lachaise e da autoria do escultor Jacob Epstein, também foi pago por Robert Ross.
     
(Mausoléu de Oscar Wilde)

 Deixa-se link para quem estiver interessado(a) em ler a notável "A Balada do Cárcere de Reading"






 


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