sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CULTURGEST, PARABÉNS!

 
Parabéns é, de facto, a palavra que este projecto merece.
No dia 11 de Outubro de 1993, era inaugurada a Culturgest (Uma Casa no Mundo), com um recital de piano no Grande Auditório, uma exposição de fotografias da Agência Magnum, e uma exposição do acervo de peças da colecção própria da CGD.
A gestação não foi fácil, tendo, na altura, a administração da CGD, presidida por Emílio Rui Vilar, encontrado alguma resistência do poder, designadamente do "culto" secretário de Estado da Cultura, o inefável Santana Lopes (violinos de Chopin, lembram-se?...), que via aqui um concorrente directo ao seu "querido" Centro Cultural de Belém.
Como se dois equipamentos culturais fossem concorrentes e não complementares.
O certo é que a Culturgest teve e tem participação activa na divulgação das artes, designadamente das novas expressões estéticas, a nível da dança, teatro, cinema, escultura, pintura, fotografia, etc., e sempre com grande sucesso.
20 anos depois, a Culturgest, cuja administração é presidida pelo atento Miguel Lobo Antunes, tem um lugar destacado no panorama cultural não só português como internacional.
E depois venham dizer que investir na cultura é despesismo.
Despesismo é pagar ordenados a tais "inteligências", especialmente quando, perigosamente, ocupam cargos de governação.

4 comentários:

  1. "Culto" parece ser o Luís. Onde foi buscar tais ideias? Ao jumento ou à Odisseia no espaço? Basta ver a foto e ler as preferências para se ficar esclarecido.

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  2. Apenas comemorar os 20 anos da Culturgest. Se não se consegue ver além disto, estamos mesmo cegos e merecemos o que nos faze
    m sofrer. Todos os dias...

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  3. 20 anos são sempre uma data a assinalar, pois claro! O Luís podia é abster-se de comentários secundários, deselegantes e sem sentido. Tente ser mais rigoroso na análise para a próxima e não se deixe levar por ideias mal concebidas, falsas e injustas. Deixo-lhe, para leitura, um artigo do "culto" e "inefável" Santana Lopes, no Diário de Notícias de 21-11-1997. Talvez lhe ajude a ter uma percepção mais justa do político em causa...

    'Cultura: Um balanço sem balança?'

    «Publicou anteontem este jornal, um texto do ministro da Cultura, supostamente de «balanço» sobre dois anos da sua governação. A prosa choca pelo pretensionismo e pelo dogmatismo próprio, para se afirmar, necessita de tentar diminuir os outros.
    Sem dúvida, a pessoa deste ministro é do género dos que pensam só ter existido trevas antes de serem Poder e dos que garantem que, após eles, só o dilúvio será possível.
    Apesar de ter participado, há cerca de um ano, num esboço de debate, na RTP2, no programa de Clara Ferreira Alves, com o ministro, fiz sempre questão de dar tempo ao tempo.
    Já nessa altura amigos meus me acusaram de ter sido demasiado brando com o meu interlocutor...
    Mas fiz questão de ser tolerante com quem assumira a responsabilidade da «casa» que eu, com outro título, dirigira durante cinco anos.
    Têm-se sucedido as intervenções arrogantes e quase ofensivas do ministro da Cultura, sobre a acção dos governos de Cavaco Silva naquele sector.
    Senhor ministro: cordialmente lhe digo que lhe fica mal essa sobranceria. Mas o senhor insiste. Por isso mesmo, sou obrigado a recomendar-lhe que pare um pouco, que se olhe ao espelho, que alivie o narcisismo e olhe a realidade. Com serenidade, sem exageros infantis.
    No nosso tempo houve erros, omissões? Sem dúvida! Está convencido de que no seu tempo foi tudo bem feito?»

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  4. Continuação...
    «Deixe-me fazer algumas referências:
    a) Não lhe causa sério embaraço que o seu ministério demore tanto tempo a efectuar uma remodelação orgânica? Não se desculpe com o seu ex-secretário de Estado... A responsabilidade é sua.
    b) Era tão aberrante, tão aberrante o modelo fundacional do São Carlos e do Centro Cultural de Belém, que ia acabar logo com isso... Já passaram mais de dois anos e continuam na mesma, com os respectivos dirigentes a gabarem-se dos resultados alcançados... Agora que só falta um ano e tal, no máximo, até à convocação de novas eleições vai insistir, só por teimosia, ou vai ser justo? Deu-se tão bem este tempo todo com as fundações... E já viu o Scalla de Milão a enveredar também pela via fundacional? Sem dúvida que com recursos financeiros completamente diferentes, mas as possibilidades são outras... Nós estávamos a começar e, de qualquer modo, para o senhor ministro era o princípio da natureza jurídico-institucional que estava em causa.
    c) Sei que tem prosseguido o trabalho da rede de leitura pública, iniciada por Teresa Patrício Gouveia e por mim continuada sem qualquer hiato. Aceita comparar? Fez mais, no mesmo tempo? E arquivos distritais, quantos já concluiu? Os de Bragança, Faro, Leiria estão prontos a funcionar. Os novos, da Guarda, de Santarém, do Porto, de Portalegre, de Castelo Branco, já estavam. Tal como o Arquivo Nacional... Deu jeito, não deu, senhor ministro? Ter prontos a trabalhar esses exemplos do «desprezo de fundo pela cultura portuguesa»? Milhões de contos investidos sabe-se lá como!... Como faria melhor em ser sensato, senhor ministro.
    d) Fala do património. Quantos museus o senhor já remodelou? O de Arte Antiga? O de Arte Contemporânea? E a ala do Soares dos Reis que lhe soube tão bem inaugurar? E o Machado de Castro, de Coimbra? E palácios, senhor ministro? O de Queluz, quem foi? E o da Ajuda, porque parou? E o da Pena, quem lançou e fez obra? E o da vila de Sintra? E o de Mafra?
    Já viu tantos exemplos da «ignorância» dos problemas de fundo?
    e) E cineteatros, quantos remodelou por esse País fora? E foi ou não mais uma prova de «ignorância» adquirir o Teatro de São João no Porto? Dá ou não jeito para a candidatura a Capital Europeia? E o Gil Vicente em Coimbra? E o Teatro Dona Maria? E o Garcia de Resende em Évora, ou o Sá de Miranda, em Viana do Castelo? E a Casa das Artes, no Porto? E a Fundação de Serralves? E a Cadeia da Relação? E a Sé do Porto?
    Senhor ministro: hoje não tenho espaço para mais. Mas desculpe lá: sabe quem lançou o projecto da Feira de Frankfurt?
    Exactamente senhor ministro: foram os «ignorantes».
    Os mesmos que lançaram e realizaram as Europálias, as Capitais Europeias da Cultura, as exposições nos Estados Unidos, em Espanha, no Japão, um pouco por todo lado. Lá também sem interrupção.
    Dinamizando o restauro, promovendo a divulgação, enriquecendo o conhecimento.
    O senhor tem tido mais dinheiro? Sem dúvida: para mais organismos. Para muito menos iniciativas.
    Também na área do livro, senhor ministro: pergunte aos adidos culturais nas nossas embaixadas.
    Errámos por vezes? Sem dúvida, senhor ministro. Será que afinal é sua a frase que injustamente atribuíram a outra pessoa: nunca se engana e tem sempre razão?
    Quando quiser comparar, senhor ministro, à vontade. Reconhecendo, desde já, que Foz Côa é «toda sua» e que aumentou as verbas para o cinema. Mas quer comparar?
    Sem ofensas e com o respeito e a elevação que só nos fica bem a todos.»

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