quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PORTUGUESES PIOR, PORTUGAL MELHOR (?!?!)

("Sôtôra, foi este menino, foi este!!! Eu cá não!!!")

"A vida das pessoas não está melhor, mas a do país está muito melhor.".
Ninguém se ri? Ou chora? Ou se zanga?
Esta frase lapidar foi proferida por Luís Montenegro, chefe da bancada parlamentar do PSD durante o XXXV congresso deste partido que, de 21 a 23 de Fevereiro de 2014, decorreu em Lisboa, no Coliseu dos Recreios.
Só faltou o Palhaço Batatinha!
Mas este é artista a sério.
Porque, de acordo com os outros "artistas" do magno conclave,
Conclui-se que a vida dos portugueses está pior,
Mas que a do país está melhor!
De onde se pode deduzir que
Os milhares de portugueses atirados para o desemprego;
Os milhares de portugueses empurrados para a emigração;
Os milhares de investigadores e cientistas privados de bolsas;
Os milhares de pensionistas a quem foram esbulhadas as pensões;
Os milhares de trabalhadores, públicos ou privados, a quem foram cortados os salários;
Os milhares de doentes a quem são negados os atrasados os tratamentos;
Os milhares de pobres envergonhados que a crise gerou;
Os sem-abrigo, cada vez mais, atirados para as sombras dos becos;  
Afinal, não são portugueses, porque o seu país não é Portugal!
O país, o tal, Portugal, no fim de contas,
É terra de leite e mel,
De batatas e bacalhau,
Embora o primeiro-ministro Coelho não tenha dinheiro para bacalhau, diz ele,
É caso de sucesso, case study, case case,
É milagroso económico-financeiro,
É pujante de inovação, investimento, emprego,
Não é o tigre celta,
Mas pode ser o jumento ibérico!
Salvaguardando o bom nome do jerico, claro!
O país respira saúde, alegria,
Futebol e Fátima,
Praxes e touradas, e escorra o vinho,
Ou a cerveja, os shots, os jotas!
Portugal é sucesso, e será ainda mais sucesso, ad aeternum!
Só que, nisto do sucesso, do estar melhor,
Há um problema chato,
Grave,

É que Portugal está cheio de pessoas, de portugueses.
Não se pode pedir ao estimado Governo que
Mande varrer os portugueses para debaixo do tapete?
Ficava um brinquinho...


(Reflexão a sério, de um Homem vertical, Eduardo Lourenço, nas Correntes d'Escrita, este ano:
"Dá a impressão de que, de repente, fomos invadidos...por uma espécie de vampiros."
  

Sem comentários:

Enviar um comentário