sexta-feira, 2 de agosto de 2013

BEBER VINHO É DAR DE COMER A 1 MILHÃO DE PORTUGUESES

Vem isto a propósito de um acórdão da Relação do Porto que mandou uma empresa de recolha de lixos integrar um trabalhador que fora despedido por se ter descoberto que, durante o trabalho, estava alcoolizado (grau de alcoolemia de 2,39).
Não estará, aparentemente, em causa a bondade da decisão, já que os estatutos da empresa seriam omissos quanto à situação de facto.
O que se coloca em causa é a gravidade do teor paternalista e incitador ao consumo de álcool a que a leitura do dito documento pode induzir.
Com efeito, uma frase deste jaez é, para além do que se deixa escrito, de uma insensatez e de uma humilhação do trabalhador em causa, e da sua tarefa, que se torna uma afronta: 
 "Com álcool o trabalhador pode esquecer as agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões e, por isso, na alegria da imensa diversidade da vida, o público servido até pode achar que aquele trabalhador alegre é muito produtivo e um excelente e rápido removedor de electrodomésticos".
Ou pode empenhar-se muito mais a contar dinheiro na caixa de um banco;
Ou a dar aulas de matemática num qualquer Curso Superior;
Ou a proceder a uma operação de transplante de coração;
Ou a proferir doutos acórdãos de tribunal.
Ou só os trabalhadores do lixo, ou aqueles com empregos considerados como "lixo" é que se podem dar ao luxo de apanhar valentissimas bezanas?
Deve ser a famosa alegria no trabalho...
Cara "troika" de juízes, vai um copo? Ou meia dúzia de shots?
Talvez aumente o consumo de alcool e, assim, a economia recupere, como bebe, perdão, como diz o Coelho!  
Bêbados por bêbados, antes o Vasco Santana, cujo talento supera incomensuravelmente o dos meretissimos...
(O monólogo teria como alvo Salazar. Podem adaptar ao Cagarro, perdão, ao Cavaco, guardadas as distâncias)

Sem comentários:

Enviar um comentário