terça-feira, 27 de agosto de 2013

NA MORTE (NÃO) SOMOS TODOS IGUAIS

António Borges faleceu com apenas aos 63 anos. Uma morte é sempre lamentável, e especialmente nas condições desta. Curvemo-nos perante o drama humano.
Sua Excelência o Presidente da República, Cagarro, perdão, Cavaco Silva, e Sua Excelência o Primeiro Ministro, Passos Coelho, a NÍVEL OFICIAL, apressaram-se a lamentar o falecimento, a apresentar condolências, e a enaltecer as virtudes do falecido.
Desconhecem-se os grandes serviços que, supostamente, António Borges terá prestado ao país.
Reconhece-se que terá sido um técnico de competência, ocupando lugares de destaque no FMI e no banco Goldman Sachs, por acaso duas instituições altamente responsáveis pela crise que nós e a Europa (e não só...) estamos a viver.
Mas... e os outros?
E as mortes de quatro bombeiros que deram o seu melhor por um país mais limpo, mais respirável, combatendo não só as chamas mas também a ausência de limpeza, a falta de abertura de trilhos, a ausência de sistemas de prevenção, o des-ordenamento do território?
A sua morte terá evitado, possivelmente, a de outros, e mais prejuízos num interior desertificado, que só é notícia de telejornais e de reportagens quase pornográficas pelo seu mau gosto, quando sucedem incêndios, ou se organizam folclóricas festanças com... lançamento de foguetório que pode originar...incêndios!  
E quando estes anónimos, que prestaram grandes serviços ao país, morreram, onde estavam Suas Excelências, e as suas condolências OFICIAIS? Onde estavam as suas palavras EM PÚBLICO?
Na morte somos todos iguais? Mentira!
Razão tinha George Orwell em "Animal Farm" ("O Triunfo dos Porcos") quando escreveu: "Todos os animais são iguais. Mas uns são mais iguais do que os outros!".


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