quarta-feira, 15 de maio de 2013

ANGELINA JOLIE

A notícia circulou o mundo, com muito de (péssimo) sensacionalismo:
"Angelina Jolie fez dupla mastectomia preventiva".
Diga-se desde já: Angelina Jolie demonstrou uma imensa coragem, coerência e deu uma ajuda poderosa à luta contra esse flagelo que é o cancro da mama.
Doença terrível, castradora, que violenta a mulher não só do ponto de vista físico como, também, psicológico.
É um trauma duplamente traumático.
Como bem nos demonstrou Desmond Morris ("O Macaco Nu", 1967), a mama, na mulher, é um órgão erógeno, acima de tudo, muito mais do que um mecanismo de amamentação. Se a função da mama se reduzisse a tal, muito mais eficientes, anatomicamente, são as tetas das macacas ou das vacas. É uma questão ergonómica.
A mama do ser humano feminino é, acima de tudo, um órgão erótico, no nobre e amplo sentido do adjectivo.
Daí, o duplo trauma do cancro da mama, que, nos casos em que é curável, passa, quase sempre, pela mastectomia e pela cirurgia de de reconstrução.
Assim, sendo Angelina Jolie, reconhecidamente, um ícone feminino e sexual, a sua opção assume um valor e simbolismo com um alcande superlativo. E isto para não falarmos aqui, e também, do seu grande trabalho a favor das Nações Unidas, designadamente trabalhando junto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
A não perder o artigo que publicou ontem no "New York Times", com o título "My Medical Choice", em que partilha com os leitores a sua escolha, de que se destacam:
“Eles podem ver as pequenas cicatrizes e é só. Tudo o resto é só a mamã, tal e qual como ela sempre foi. E sabem que os amo e que tudo farei para estar com eles o máximo de tempo possível.” (referindo-se aos filhos, alguns dos quais nunca conhecerem a avó, morta aos 56 anos com cancro da mama).
“Não me sinto menos mulher”
Não, Angelina Jolie não  é menos mulher. É uma grande mulher e um grande exemplo.
Angelina é, definitivamente, Jolie!


  

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