quinta-feira, 12 de março de 2015

OS ARROTEIROS PRESIDENCIAIS

De Cavaco sabe-se muita coisa, muita coisa pouco abonatória.
Da sua mesquinhez.
Da sua falta de cultura.
Do seu ruralismo entranhado, no pior que a expressão possa significar do ponto de vista social e político, sempre desconfiado da cidade e das luzes.
Da sua desconfiança do funcionamento regular da democracia, do exercício pleno da cidadania política, entendendo a política como administração do Estado para os cidadãos, e nada de rasteiro ou demoníaco, como uma mentalidade preconceituosa como a sua parece entender.
Também já se sabia das suas qualidades em abrir a boca para entrar moscas ou saírem asneiras.
Agora, em bom estilo, arrota postas de pescada.
Julgando-se acima do comum dos mortais, estilo rei absoluto, manda uns palpites quanto ao perfil do seu sucessor, como se em dinastia monárquica estivéssemos, como, por exemplo, que um presidente da República terá que ter alguma experiência no domínio da política externa ou, então, que tenha formação, capacidade e disponibilidade para analisar e acompanhar os dossiers relevantes para o país.
Duas características que ele, manifestamente, nunca teve e, até, quanto à primeira, defendia que um presidente não se deveria imiscuir na condução da política externa.
Enfim...dá-se-lhe o desconto.
Ora enquanto Santana e Marcelo, logo de seguida, abanaram a cauda e começaram a salivar, aqui para nós o actual zombie de Belém tinha outro nome em mente para seu sucessor: Durão Barroso!
Não está nada mal, não senhor.
Depois de um desastre, outro ainda maior.
Cavaco e Barroso são a mesma face da mesma moeda, o mesmo servilismo atento e venerado, a mesma falta de visão.
Não passam de dois borrões no rodapé dos livros da História.

("O Avô Cavernoso" - José Afonso)

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