domingo, 8 de março de 2015

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Hoje, dia 8 de Março, comemora-se, mais uma vez, o Dia Inyternacional da Mulher.
Como de costume, não faltarão os discursos de ocasião, as declarações igualitárias, as gentilezas masculinas por um dia.
Comemorar o quê?
As 45 vítimas de violência doméstica durante o ano de 2014?
As 6 desde o início do ano?
Ou os 16% de mulheres desempregadas, muito mais que os homens?
O aumento da diferença salarial entre homens e mulheres que, em 12 anos, desde 2000, passou de 8% para 15%?
O facto de, em Portugal, 9,3% do universo feminino são mulheres com habilitações superiores contra 6,7% do masculino e, no entanto, não chegam a ocupar 30% dos lugares de decisão no Estado, na sociedade, nas empresas?
E não esquecer, também, o trabalho silencioso, omitido, escondido, que é fazer a cama, dar as refeições aos filhos e, quantas vezes, aos companheiro/as, lavar e passar a roupa, limpar o pó, aspirar, lavar a loiça, trabalhos domésticos que não entram nas estatísticas e, muitas vezes, feitas na solidão, mentes e corpos cansados.
Comemorar, não. 
Lutar, sim.
Todos os dias e não um.
Porque a dignidade do Homem só pode ser alcançada quando também for a da Mulher!
No dia em que as lágrimas de desespero se transformem em lágrimas de júbilo!
E no dia em que os gritos de dor e morte sejam, apenas, gritos de alegria! 


 
(Carlos Mendes - "Calçada de Carriche" , música de José Niza, poema de António Gedeão)

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