quarta-feira, 19 de março de 2014

PARABÉNS HERMAN!

O "verdadeiro artista" completa hoje 60 anos.
Polémico.
Novo rico.
Genial.
Kitsch.
Pastiche.
Irreverente.
Conformista.
Herman José pode ser isso tudo.
Até português, para se alistar para a guerra colonial, ou alemão para ser expulso do país como, em 1973, a consensual PIDE lhe deu a escolher.
Mas Herman é mais do que isso.
Na boa tradição da comédia portuguesa, na esteira de nomes como António Silva, Vasco Santana ou Raul Solnado, explodiu no palco e nos ecrãs televisivos, revolucionando por completo a forma de apresentar o humor neste país, particularmente com o programa "O Tal Canal", da RTP (1983).
As barreiras foram ultrapassadas, derrubadas, subvertidas. Assistíamos, em português, à comédia anárquica, iconoclasta, non-sense, corrosiva, uma mistura de Irmãos Marx e Monty Python.
Definitivamente, havia humor Antes de Herman e Depois de Herman.
Revelou actores como Maria Rueff, Ana Bola, Maria Vieira, Joaquim Monchique, Manuel Marques ou Nuno Lopes. E deixou descendência: Bruno Nogueira, Nilton, Gato Fedorento. Seriam o que são hoje sem o exemplo de "Tony Silva"? Ou do "Nelito"? Ou do "Diácono Remédios"?
Hoje, Herman José pode já não nos fazer rir às bandeiras despregadas.
Mas, de certeza, far-nos-á, pelo menos, sorrir.
E, neste país, e agora, já é muito.
Parabéns Herman!


  

Sem comentários:

Enviar um comentário