quinta-feira, 27 de março de 2014

DIA MUNDIAL DO TEATRO


Pois comemoremos hoje o Dia Mundial do Teatro!
Teatro aqui, ali, espalhado pelo Mundo, dos anfiteatros gregos que aplaudiram Ésquilo, Sófocles, Eurípides ou Aristófanes, aos japoneses do Nô e Kabuki, ao Teatro das Sombras chinês ou ao Teatro Negro de Praga, dos palcos da Broadway de Bob Fosse ou Bernstein, ao Covent Garden ou Old Vic, até ao West End, de Noel Coward ou Lloyd Weber e David Bowie, ou Laurence Olivier e Kenneth Branagh ou os Monty Python, de Shakespeare a Oscar Wilde ou Harold Pinter e Samuel Beckett, aos Campos Elísios do Thêatre des Champs Elysées ou Comédie Française, de Sarah Bernhardt ou Jean Louis Barrault, de Molière a Jacques Prévert ou Jean Giraudoux, até ao Piccolo Teatro di Milano, invocar Pirandello ou Dario Fo, Anna Magnani e Vittorio Gassman, ao calçadão do Rio e das peças de Nelson Rodrigues ou Oswaldo de Andrade, às figuras de Paulo Autran e Fernanda Montenegro, da Espanha telúrica de Arrabal, Garcia Lorca ou Almodóvar, ao teatro empenhado e militante, Mayakovsky e Bertolt Brecht.
Teatro universal, ali ao pé de nós, à distância de uma mão, a vida a passar diante dos olhos, para rir, para chorar, para pensar, reflectir, despertar sentimentos, ambiguidades, paradoxos.
Teatro espectáculo único, irrepetível, respirável, necessário, indispensável como a vida.
  
E o Teatro entre nós.
Tão amado e mal-amado. Especialmente pelo poder, quanto este poder se baseia na ignorância, analfabetismo e economicismo fanático.
Teatro que faz tanta, ou mais falta, do que exportar rolhas de cortiças.
Teatro que é fonte de riqueza, especialmente cultural, mas também financeira, se apoiado, se publicitado, se realçado, se descoberto.
Teatro nosso, e de que nos podemos, e devemos, orgulhar. Da comédia ao drama, da revista à portuguesa ao musical e ao experimental.
De Gil Vicente, António José da Silva O Judeu, Almeida Garrett, Gervásio Lobato, Bernardo Santareno, Francisco Rebello, Jacinto Lucas Pires, Miguel Rovisco.
E de Palmira Bastos, António Silva, Rey-Colaço, Vasco Santana, Beatriz Costa, Carmen Dolores, Ruy de Carvalho, Eunice Muñoz, Joaquim Benite, João Mota, Ivone Silva, José Viana, Rui Mendes, Irene Cruz, Fernanda Lapa, João Lourenço, Hélder Costa, Raul Solnado, Mário Barradas, Jorge Silva Melo, La Féria, Helena Félix, Luís Miguel Cintra, Rita Blanco, Paulo Pires, José Pedro Gomes, Maria Rueff, Miguel Guilherme, e tantos e tantas, e a quem tanto devemos.
E lembrar os teatros, os que, heroicamente, ainda sobrevivem, e os que desapareceram, varridos a camartelo por oportunismo, estupidez, avareza.
Como o Monumental. Ou o Adóque. Ou o Vasco Santana.
Mas o teatro vive, felizmente, e afirma que está vivo.
E, nesta dia, permita-se que se lembre uma das grandes actrizes deste país, e não só, verdadeiro símbolo vivo do Teatro, e que já merecia, de há muito, que se fizesse a justa homenagem oficial, que já está em dívida e que tarda: Maria do Céu Guerra!
E viva o Teatro! 


Sem comentários:

Enviar um comentário