sexta-feira, 21 de março de 2014

NÃO AO RACISMO!

 
O dia 21 de Março foi, em 1969, proclamado pela ONU como o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.
No dia 21 de Março de 1960, em Sharpeville, arredores de Joanesburgo, África do Sul, uma multidão de perto de 20.000 pessoas protestava, pacificamente, e sem armas, contra os baixos salários, as rendas exorbitantes das townships onde eram obrigados a residir, e, acima de tudo, contra a chamada "Lei do Passe", de acordo com a qual todos os não-brancos, desde logo a grande maioria negra, eram obrigados a ter consigo, e a exibir sempre que exigido, um documento que funcionava como um autêntico passaporte no próprio país,  e do qual constavam, além do mais, autorizações de deslocação e para onde se poderiam deslocar e autorizações de residência, proibindo, assim, e de facto, a livre circulação e a liberdade de escolher o local para residir.
Face a esta multidão, uma polícia branca, impreparada, fanatizada, moldada pelo apartheid, resolveu abrir fogo.
Passados poucos minutos, contavam-se 69 mortos, muitos deles pelas costas, e 180 feridos.
A 1 de Abril de 1960, com a abstenção da França e Grã-Bretanha, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução 134, que instava o governo da África do Sul a abandonar a regime do apartheid e a segregação racial.
Em 1961, o país abandonou a comunidade dos países do antigo império britânico, a Commonwealth.
O governo local limitou-se a impôr o estado de emergência face à repulsa, às greves, às manifestações e tumultos que tal massacre tinha originado.
Nas suas memórias ("Longo Caminho para a Liberdade"), Nelson Mandela escreveu que "O tiroteio em Sharpeville provocou uma convulsão nacional e uma crise governamental. Chegaram protestos de todo o mundo...O massacre de Sharpeville criou uma nova situação no país. ..." (pgs. 250/1).
Passaram, ainda, quase 30 anos, até que, a 11 de Fevereiro de 1990, Nelson Mandela era libertado.
E a 10/12/1996 Mandela promulgou, em Sharpeville, a nova Constituição da África do Sul.
Que nesse país, em todo o mundo, entre todos os povos, não se vejam mais placas odiosas como esta: 

 

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