sexta-feira, 14 de março de 2014

EINSTEIN:...E TUDO É RELATIVO!

Ulm é uma das mais aprazíveis pequenas cidades do sul da Alemanha, à beira do Danúbio, que por ali corre, antes de se tornar azul em Viena, ao som de Strauss, e onde se ergue uma das mais belas catedrais góticas que, majestosamente, ostenta a maior torre de igreja do mundo.
Aí, a 14 de Março de 1879, nascia aquele que, em 1999, 100 dos seus pares elegeram como o mais memorável físico de todos os tempos: Albert Einstein.
Autor de uma obra única que, no início do século XX revolucionou quase todas os conceitos da física até aí tidos como certezas, abriu, a par com as teses sobre a mecânica quântica, as portas para um novo entendimento do Universo.
Prémio Nobel da Física em 1921, Einstein deu-nos a hipótese de sermos senhores do tempo e do espaço, humanizou a ciência, e não só, ao proclamar que nenhuma teoria é dogmática, que tudo pode ser relativizado e que certezas absolutas, felizmente, não existem.
Há lugar para a interrogação, para a dúvida, para a imaginação, para a pesquisa, para a investigação.
Einstein também libertou a inteligência.
Por essa razão, não será para a admirar as suas obras terem sido queimadas nos autos de fé nazis.
Os poderes que nunca se enganam e raramente têm dúvidas sempre detestaram a inteligência e quem põe em causa dogmas tidos como intocáveis...
Melómano apaixonado, Einstein, acrescente-se, era um virtuoso do violino, tendo, até tocado com orquestras de renome durante a sua vivência nos Estados Unidos. Interrogado sobre a música de Bach terá declarado: "O que tenho a dizer sobre a música de Bach? Ouvir, tocar, amar, adorar...e ficar calado!".
Acrescente-se que, face à ascensão de Hitler ao poder, em 1933, Einstein exilou-se nos EUA, tendo-se naturalizado americano em 1940.
Simpatizante do socialismo contra o capitalismo, agnóstico, pacifista fervoroso, cabe aqui referir que, quando se soube que os nazis poderiam desenvolver a bomba atómica, Einstein subscreveu uma carta a Roosevelt sugerindo que os EUA se adiantassem na pesquisa tendente ao fabrico dessa arma monstruosa.
No entanto, e fiel aos seus princípios, e pouco antes de morrer, Einstein seria o subscritor do chamado Manifesto Russel-Einstein, tornado público em 9 de Julho de 1955, em que 11 reputados cientistas (como Max Born, Linus Pauling, Frédéric Joliot-Curie ou Bertrand Russel) alertavam a Humanidade, e designadamente os poderes políticos, para a proliferação dos arsenais nucleares nos termos preconizados por Bertrand Russel:
"Esta sombria perspectiva da raça humana está além de qualquer precedente. A humanidade encontra-se perante uma clara escolha: ou adquirimos um pouco de sensatez, ou iremos todos perecer. Uma reviravolta do pensamento político terá que acontecer para que seja evitado o desastre final"
Einstein colocou o Universo nas nossas mãos, humanizado, infinito, musical.
Cabe-nos o legado de o mantermos eterno, no espaço, no tempo, harmónico, em paz.

"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta."
(Einstein)

     

Sem comentários:

Enviar um comentário