segunda-feira, 24 de março de 2014

DIA DO ESTUDANTE

 
A Assembleia da República, em 1987, consagrou o dia 24 de Março como o Dia do Estudante.
Tal data homenageia as dezenas de milhares de estudantes que, a 24 de Março de 1962, designadamente em Lisboa e Coimbra, protestavam contra a intromissão do Estado nas associações do estudantes, a recusa em permitir as comemorações de um dia dedicado aos estudantes e seus problemas, a liberdade, a guerra colonial.
A repressão foi feroz. Centenas de estudantes foram presos e espancados. A Cidade Universitária foi ocupada pela polícia de choque, a cantina encerrada, as associações de estudantes encerradas e dirigidas por "comissões administrativas" nomeadas pelo regime (a Associação Académica de Coimbra foi sujeita a este regime por quase 7 anos).
A 26 de Março foi decretado o "luto académico". Realizaram-se dezenas de reuniões, greves a aulas, manifestações sempre brutalmente reprimidas, particularmente no 1º. de Maio desse ano.
Desde as "eleições" presidenciais de 1958, onde a campanha de Humberto Delgado agitou as águas mansas do Estado Novo, que o regime não tinha sido posto em causa de forma tão evidente. Foram 100 dias, até ao refluxo da contestação, que abalaram Salazar e os seus lacaios.
Sobre estes acontecimentos, recomenda-se a leitura de "100 Dias que Abalaram o Regime - A Crise Académica de 1962", da Editora Tinta da China, e com o alto patrocínio do ex-Reitor da Universidade de Lisboa, Prof. Dr. Sampaio da Nóvoa.
     
Decorridos 52 anos, os problemas são, num certo sentido, felizmente diferentes.
Mas a crise gera a crise a nível da educação.
Especialmente se quem governa entende a Educação como mero mercantilismo economicista e descartável, e não como uma ferramenta indispensável ao progresso e à abertura de horizontes largos e à compreensão do mundo e da sociedade. Pode ser perigoso...
Estudar é, cada vez mais, compreender o que nos rodeia.
E tentar transformar para melhor.
E, humildemente, aprender, aprender todos os dias.
Para que, durante o nosso percurso de vida, possamos renascer sempre sedentos do conhecimento.
Sempre jovens. 

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