quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

VERGÍLIO FERREIRA : LITERATURA COM MAIÚSCULA



Vergílio Ferreira nasceu a 28 de Janeiro de 1916 na aldeia de Melo, concelho de Gouveia, na Beira Alta.
Cedo separado dos pais, que emigraram para o Canadá, fica a tomar conta dos irmãos mais novos.
A neve da sua Beira, a separação, marcá-lo-ão na vida e na obra. Tal como os seis anos que passou no Seminário do Fundão, onde entrou com 12 anos, e cuja vivência recuperará no romance "Manhã Submersa", magistralmente adaptado ao cinema por Lauro António.
Formado em Filologia Clássica, dedicou-se ao ensino, tendo, em 1959, ingressado no Lyceu Camões, onde trabalharia até à reforma. No entanto, mesmo leccionando, nunca descurou a escrita, sendo mais justo dizer que Vergílio Ferreira foi um escritor que dava aulas, e não o contrário.
Abraçando inicialmente o neo-realismo, viria a abraçar o existencialismo e, também, o humanismo.
Na sua obra perpassa uma profunda reflexão sobre a condição humana, as suas angústias, a busca incessante do sentido para a vida e, também, para a obra.
Alguém dirá que a leitura da sua obra pode ser difícil. Decerto, não se trata de literatura de plástico, livros de aeroporto ou escrita fast-food.
Mas, ao contrário desta, quando se lê Vergílio Ferreira, prémio Camões de 1992, sabe-se que, no fim, vamos ficar muito mais ricos, e que já aprendemos algo de novo, para além de podermos apreciar a Língua Portuguesa no seu melhor esplendor.
Leiam-se os seus ensaios, os seus diários ("Conta-Corrente", 2 séries e "Pensar", e romances como, só como exemplos, "Para Sempre", "Alegria Breve", "Aparição" ou "Manhã Submersa".      

(Início do filme "Manhã Submersa", de Lauro António - 1978)

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