sábado, 13 de junho de 2015

DIA DE PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Há 36 anos que o conhecemos.
Imutável.
A pequenez.
A mesquinhez.
O provincianismo complexado.
O ressentimento ressabiado.
A vingança traiçoeira.
A vileza.
O panfleto da sua ideologia e do governo que concebeu e apadrinha.
A ilusão barata, a prestidigitação de feira, o truque baixo,
O fingimento de um país que não existe,
Gato por lebre,
Bacalhau a pataco,
TAP ao pontapé.
Penduricalhos com fartura, pão e circo. 
O ódio ao diferente, à alternativa, ao pensamento, à cultura.
Ele, sim, profeta da desgraça,
Do desânimo, da desesperança, dos braços caídos, da fome, do desemprego, da pobreza.
Portugal pequenino, vassalo, obediente, 
História esquecida, omitida, apenas
Assoprada da boca para fora, sem quaisquer sentimentos.
Triste fado o nosso...
Que é um fadista que bem o descreve:
E, no meio disto tudo, 10 de Junho é dia de Camões.
E alguém falou ou fala de Camões, tirando os lugares comuns para disfarçar a ignorância?
Como bem escreveu Almada Negreiros (A Cena do Ódio):
E. ainda há quem faça propaganda disto:
a pátria onde Camões morreu de fome
e onde todos enchem a barriga de Camões!

E voltasse Camões a este mundo, e o olhasse, olhos nos olhos, sobranceiro em Belém, mais à feira de vaidades, arrogâncias e ignorâncias que o rodeiam, e decerto voltaria a escrever, como só ele sabia:

Não mais, Musa, não mais, que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida,
O favor com quem mais se acenda o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.

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