sexta-feira, 26 de setembro de 2014

GEORGE GERSHWIN, UM AMERICANO NA MÚSICA

George Gershwin nasceu em Brooklin, Nova Iorque, a 26 de Setembro de 1898, tendo falecido prematuramente, em Hollywood, a 11 de Julho de 1937.
Decerto que não será exagero considerá-lo o maior compositor americano de sempre, e um dos marcos de referência da Grande Música em todos os tempos.
Decerto que o facto de, aos 15 anos ter ido trabalhar para Tin Pan Alley, a zona de Nova Iorque onde, no início do século passado, se concentravam os editores de música e compositores de temas populares, ajudou à sua formação.
O seu trabalho consistia, fundamentalmente, em escrever partituras de números em voga para os melómanos comprarem e tocarem em casa, e produzir os chamados "rolos" para pianolas que, uma vez insertos no instrumento musical, reproduziam a música ali inscrita. Um CD pré-histórico...
Posteriormente, aventurou-se no teatro musical e, por uns tempos, no vaudeville.
Num registo inovador e pessoal, juntou os sons do jazz, da música popular americana e da composição clássica europeia da qual, frise-se, foi um dedicado e estudioso aluno tendo, aliás, frequentado aulas de composição durante uma estadia em Paris, durante a qual conheceu o seu grande ídolo Maurice Ravel, para além de Claude Debussy, Darius Milhaud, Igor Stravinsky, Arnold Schoenberg ou Alban Berg.
Compositores cuja influência viria a colocar, de forma genial na sua música.
Deste período parisiense viria a nascer uma das suas grandes obras-primas: "Um Americano em Paris" (1928), a que chamaria um poema sinfónico, inspirado nas deambulações de um americano em Paris, ruas, cafés, lojas, pessoas, sons, cores, automóveis (na estreia viria a utilizar buzinas de táxis parisienses para obter o efeito desejado).  
Importa referir, por importante, a colaboração que sempre recebeu do seu irmão, Ira Gershwin, que escreveu as letras dos seus números musicais.
Como "I've Got Rhythm'", do musical "Girl Crazy" que, em 1930, foi o primeiro a ganhar um Pulitzer.
("I've Got Rhythm)

Anote-se que a colaboração de Gershwin com o teatro musical já vinha de 1924, ano em que compôs uma obra que designaria, inicialmente, com o uma rapsódia americana, inspirada, diz a tradição, numa viagem de comboio entre Nova Iorque e Boston.
Escrita para solo de piano e banda de jazz, viria a atravessar, com fulgor, todos os tempos, estilos e modas, tornando-se no mais sonoro símbolo americano e o hino da sua Nova Iorque natal, e mudando de nome: "Raphsody in Blue".
Em 1935, dois anos antes de morrer, escreve a mais famosa ópera americana de sempre, "Porgy and Bess", com libreto de DuBose Heyward, e letras deste e de Ira Gershwin, baseado no livro homónimo do mesmo Heyward. História de amor, sacrifício, exploração, redenção, situada numa comunidade negra fictícia, dos anos de 1920, localizada em Charleston, na racista Carolina do Sul.
ópera que mistura o jazz, o folk e a técnica orquestral europeia e que, na estreia, por imposição de Gershwin, seria interpretada apenas por cantores e actores negros, uma ousadia para a época.
Nos seus breves 38 anos, Gershwin deixou-nos obra única, genial, extremamente melódica, que cintila e cintilará eternamente por entre as estrelas.
Deixam-se três exemplos e, para quem queira, na página seguinte, a "Rhapsody" integral.

("Summertime", de "Porgy and Bess" - Ellla Fitzgerald & Louis Armstrong - 3 génios - Gershwin incluído)

(excerto de "Um Americano em Paris")       

(George Gershwin, Woody Allen, Nova Iorque, Rhapsody in Blue - é o paraíso!)
("Rhapsody in blue" - magistralmente interpretada por outro grande músico norte-americano: Leonard Bernstein)

Sem comentários:

Enviar um comentário