segunda-feira, 22 de setembro de 2014

CRÓNICAS DOS BONS MALANDROS - IV *

 
* - com a devida vénia ao grande Mário Zambujal

Pois, para quem esteja distraído anda por aí o senhor Silva, lá para os lados de Belém, que diz que é uma espécie de presidente da república.
Diz, que é como quem diz, porque o homem a maior parte do tempo entra mudo e sai calado.
E quando abre a boca, ou entra mosca ou sai asneira.
Por exemplo, quanto ao BES, o homem fartou-se de dizer que aquilo era bom, era do melhor, dava dinheiro a rodos.
Quando a coisa deu para o torto, escondeu-se, não atrás das saias da mãe, mas atrás daquilo que, segundo afirmava, lhe teriam dito ou segredado.
A culpa não era dele, nunca foi dele, é inimputável.
Aqui, o Coelho afinou as orelhas e, entre dentes, afirmou que se o ginja queria saber mais, metesse os pés ao caminho e fizesse algum.
Depois, perante as sucessivas palhaçadas na Justiça e na Educação, aos costumes disse nada, literalmente nada.
Além do mais, constata que um dos poderes do Estado, e uma dos pilares da democracia está paralisado, o poder judicial, e silêncio absoluto.
Alguém diga à criatura que uma dos deveres de um Presidente (e não presidente) da República e, precisamente, assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas...  
E quanto à pesadissima carga fiscal, alinha meia dúzia de baboseiras, balbucia que os impostos são pesados mas, pronto, aguentem lá, que é que querem, o Coelho diz-lhe que os portugueses viveram acima das possibilidades, que pode um pobre presidente da república fazer?
O Silva é presidente?
Cantigas...

("A Cantiga do Avô Cantigas")


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