segunda-feira, 25 de agosto de 2014

PARIS, A LUZ DA LIBERDADE

"Paris ultrajada! Paris Martirizada! Mas Paris Libertada!" (Charles de Gaulle, Paris, 25 de Agosto de 1944)

No dia 25 de Agosto, as tropas nazis renderam-se aos aliados e forças da R francesa, culminando 7 dias de combates que devolveram a Liberdade à cidade-luz.
Tal feito terá evitado, também, a destruição dos monumentos parisienses, que Hitler teria ordenado caso fosse impossível manter a ocupação.
Nesse dia Paris explodiu de alegria e soltou as emoções.
"Paris é uma Festa", como chamou Hemingway ao seu livro das memórias parisienses, ele que a 25 de Agosto resolveu "salvar" a garrafeira do Hotel Ritz.
Mas Paris é, de facto, uma festa.
E não é necessário correr para os locais mencionados em tudo quanto é guia turístico.
Porque não percorrer a cidade e misturar-se com os parisienses? Nos mercados, por exemplo
Como o da Rua Mouffetard (metro Place Monge ou Censier-Daubertin), onde se misturam sons e cheiros, frutas, legumes, peixes, mariscos, queijos, o mercado mais latino e mais popular da cidade.
E ali ao lado, porque não deambular pelo Jardim das Plantas ou visitar a Grande Mesquita de Paris?
 
(Grande Mesquita de Paris)

Ou, então, percorrer o mercado onde deambulam mais turistas, o animado mercado da Bastilha (metro Bastilha), procurado para as compras habituais do dia a dia, repleto de produtos regionais, e que nos pode sugerir um passeio ao longo do Canal de Saint Martin, ali mesmo ao lado, que nos poderá conduzir, se as pernas a tanto nos ajudarem e o ânimo não desfalecer, até La Villette, o parque temático da ciência e inovação ou, se tomarmos a Rue du Chemin Vert, à direita, uma peregrinação a esse verdadeiro monumento da história de Paris, que é o belo cemitério Père Lachaise, onde pode ver, entre muitos outros, os túmulos de Edith Piaf ou Yves Montand, Oscar Wilde ou Jim Morrison.
Mas, na Praça da Bastilha, se optar pela Rue Saint-Antoine, volta à direita e pode admirar, e percorrer, muito devagar, a imponente Place des Vosges, e calcorrear a zona circundante, designada por Marais, onde moda e cultura alternativas vão florescendo. Paris não fica parada.
 
(Place des Vosges)    
E depois pergunta-se: e uma vista panorâmica de Paris? Torre Eiffel, Arco do Triunfo...esqueça, não fique espremido ente filas incontáveis, sujeito a insolações, eimpaciências, com aumento da tensão arterial, o que não é conveniente
Vá até aos chamados Grands Boulevards, especificamente ao 69 do Boulevard Haussmann (metro Opéra ou Havre-Caumartin), onde se situam os Armazéns Printemps e suba ao terraço. Desfruta de um vista inesquecível, e pode limpar a garganta no bar.
Outro local para admirar esta cidade única? Suba até ao Sacré-Coeur (metro Abbesses ou Anvers) subindo, depois, a pé ou utilizando o funicular. E se for a pé, porque não pelos degraus da Rue Foyatier, homenageando, talvez já exangue e de língua de fora, Gene Kelly e "Um Americano em Paris".
Junto à Basílica a vista regala-se com Paris aos nossos pés. Depois, aprecie os artistas de rua na Place du Tertre (cuidado com os preços e os "cravas"!) e, depois, vá pela Rue Saint-Vincent e pela Rue des Saules onde pode contemplar a última vinha de Paris que, ainda hoje produz uvas e vinho o qual, todos os anos em Outubro é vendido em leilão (não se queira saber o preço!), e cujo produto reverte para  obras sociais.
Depois, desça a colina, de seu nome Montmartre (a última de Paris), em direcção à Ópera, e deixe os olhos perscrutar as ruelas, escadinhas, becos, os antigos e renovados cabarets "Moulin de La Gallette" e "Le Lapin Agile".
(Ruelas de Montmartre)
E então não há monumentos, igrejas? Claro que há, mas, e já que evocamos o dia da Libertação de Paris, vamos até ao terreiro onde se situa Notre Dame, em frente à qual se situa a Prefeitura de Polícia.
Aqui, a Resistência ocupou o edifício expulsando os nazis. Se apurarmos a vista, podemos, ao longo das paredes da praça, descobrir placas que evocam os nomes de alguns dos heróis franceses que tombaram nesse dia.
Mas já que falamos de igrejas, porque não atravessar para o outro lado do rio, para a histórica "Rive Gauche", ali onde os Boulevard Saint Germain e Saint Michel (o "Boul'Mich") evocam os idos de Maio de 1968, e onde dá gosto viver e...deixar-se levar. Depois, podemos ir até perto do Panteão bonapartista, a pé de preferência ou transporte (metro Cardinal Lemoine), e ali admirar a singela igreja Saint-Étienne du Mont onde, reza a tradição, está o sarcófago de Sainte Geneviève, a padroeira da cidade. E se for até Á fachada norte da igreja, pode ver os degraus nos quais se sentou a personagem interpretada por Owen Wilson, antes de um táxi o levar para junto de Hemingway, Dali, Picasso, nessa verdadeira declaração de amor que é o filme "Meia Noite em Paris" de Woody Allen.
(Degraus na fachada norte da igreja de Saint-Étienne du Mont)

Agora tem fome? Olhe, dias não são dias, e noites também não! Assim, vamos até a uma ruazinha chamada Rue de L'Ancienne Comédie onde, no número 13, se situa o restaurante, perdão, o botequim "Le Procope", de pedra e cal, entre outros materiais, desde 1686. Aprecie a excelente cozinha e, acima de tudo, o ambiente. Paris Antigo, Paris Moderno.
Depois, se lá estiver num dia 25 de Agosto, vá divertir-se na noite, celebrar a Libertação, não tenha medo dos bailes populares, seja junto à Câmara Municipal ou na Praça da Bastilha.
É que de Paris, cidade única e belíssima, irradia sempre a Luz da Liberdade.


 
("Paris en Colère" - Mireille Mathieu. Letra de Maurice Vidalin. Música de Maurice Jarre)
   


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