quarta-feira, 13 de agosto de 2014

HITCHCOCK, OU O CINEMA "SUSPENSO"

 

Vamos esquecer por uns momentos o luto no cinema por estes dias (Robin Williams e Lauren Bacall), e vamos até Inglaterra. 
Quando nasceu em Londres, a 13 de Agosto de 1899, ao pequeno Alfred não lhe passaria pela cabeça que, anos depois, viria a ser consagrado como um dos maiores realizadores da história do Cinema.
Juntou uma vertente irónica, infractora, transgressora, com a sensação de terror, punição, expiação, em grande parte transpostas do período que passou numa escola jesuítica, a uma apurada técnica de filmagem, conjugando inéditos movimentos e ângulos de filmagem, o uso criterioso do som, das luzes da banda sonora, a que não será estranha a sua admiração pelo cinema alemão dos anos 20, com autores como Fritz Lang ou Erich von Stroheim, a segura direcção de actores, a pesquisa no campo da psicanálise, e condimentando tudo ainda com um toque de perversão, terror e suspense quanto baste, e a inclusão do espectador como um actor integrante da acção.
Com efeito, ao assistirmos às suas obras-primas, sente-se que estamos no meio da trama, com as expressões dos actores a fitar-nos olhos nos olhos, desafiando-nos, provocando-nos.
E um calmo Hitchcock a aparecer, fugazmente, como figurante no início dos seus filmes.
Apesar de todo o reconhecimento que universalmente recebeu, uma palavra para a chamada "nouvelle vague" francesa, cujos teóricos (como Godard, Louis Malle ou Truffaut) redescobriram a sua arte de filmar e a verteu para muitas das suas próprias produções.
Ver filmes de Hitchcock é obrigatório.
Títulos como "Rebecca" (Óscar de melhor filme em 1940), "A Casa Encantada", "Marnie", "Vertigo" (3 dos filmes da vida de João Bénard da Costa), "O Desconhecido do Norte-Expresso" (por alguns críticos, especialmente norte-americanos, o melhor filme de sempre), "Janela Indiscreta", "Psico", "Intriga Internacional", "Os Pássaros", "Cortina Rasgada", "Topázio" ou "Frenzy" fazem, ainda hoje, parte da imensa galeria das grandes realizações que a 7ª. Arte nos deu.
Com um enorme denominador comum: Alfred Hitchcock.
("Psico", de 1960, ou como o duche fez mal a Janet Leigh...)
    

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