sexta-feira, 20 de setembro de 2013

IT'S THE ENGLISH, STUPID!

 
(Alguém me diga o que está escrito ali atrás...por favor!)

D.Nuno, Pior do Crato, decidiu que as aulas de inglês, no 1º. ciclo, integradas nas Actividades de Enriquecimento Cultural, deixassem de ser obrigatórias, como se verificava desde 2006.
Cabe às escolas, agora, decidir "em liberdade", como será gerida essa cadeira.
A "liberdade" concedida a quem tem escassez de professores.
A "liberdade" de algumas escolas públicas não terem condições para decidir.
A "liberdade" de optar pelo ensino privado. Lá está o cheque-ensino a pagar a "liberdade", a "escolha", a "equidade".
E a batota, claro! 
Talvez D.Nuno, Pior do Crato, pense que o inglês é assim uma curiosidade como o esperanto, criado em 1887 por Zamenhof, com o intuito de ser uma língua aglutinante, o que, pese embora os méritos que posa ter, nunca se tornou realidade.
O vertiginoso desenvolvimento das comunicações e da tecnologia, nomeadamente após a II Guerra Mundial, e a crescente influência global dos Estados Unidos, vieram expandir e tornar familiar e indispensável uma língua hoje, de facto, aglutinante: o inglês.
Não há um único aspecto da nossa vida no dia a dia em que não se recorra à língua de Shakespeare e Steinbeck, ou aos seus múltiplos anglicismos: stand-by, bit, logon, paste, yes, rock and roll, briefing (esta o Crato deve conhecer...), refresh, copyright, front office, outsourcing, etc.
Todas as comunicações, entre o solo e os aviões são, de há muitos anos a esta parte, exclusivamente trocadas em inglês.
As novas tecnologias, sem as quais quase não podemos viver, e que são cada vez mais responsáveis pela criação de postos de trabalho, exigem o domínio da língua inglesa.
Mais do que um enriquecimento curricular, o domínio do inglês é, hoje, uma necessidade.
E vem D. Crato, Pior do Nuno, cortá-lo. E, com isso, cortar asas.
E com o argumento, cínico, de "valorizar o ensino da disciplina", impõe-se um exame de inglês no 9º. ano, preparado em Cambridge, claro, como muito parolamente enfatizou.
9º. Ano, que dispõe de 90 minutos semanais de aulas de inglês.
E sem inglês no 1º. ciclo.
Mais um cínico presente envenenado de D.Nuno.
Apenas mais um.
E dizem eles, os deste des-governo, que só pensam nas gerações futuras....
Apetece parafrasear Almada Negreiros e a sua "Cena do Ódio" : "Esta é a Pátria onde às "gerações futuras" se nega o futuro, e onde todos enchem a barriga a falar das "gerações futuras"
Isn't that right, mr. Crato?

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