terça-feira, 10 de setembro de 2013

FECHAR PORTAS AOS MERCADOS

 
Paulo Portas é irrevogável!
Revogavelmente falando, claro!
Paulo Portas nunca atravessa a linha vermelha!
Atravessa nas passadeiras brancas.
E, depois de passar, pinta-as de encarnado que, como se sabe. não é vermelho.
Paulo Portas nem gosta de vermelho. Ou vermelhos!
Paulo Portas não tem um partido.
Tem um gabinete particular no Largo do Caldas.
Onde, pressuroso, Pires de Lima vai buscar a bica para o Sr. Doutor.
Paulo Portas fez parte deste governo como Ministro dos Negócios Estrangeiros.
O número três do governo.
Pouco para Paulo Portas.
É agora Vice Primeiro Ministro. O número dois.
Ou será o número um?
Quando perguntam a Paulo Portas se está de alma e coração no governo, invariavelmente responde: "Nim!".
Paulo Portas faz parte de um governo que se auto-gabou que iria recolocar Portugal nos m ercados!
Apesar da troika, do FMI, da UE, do BCE, do resgate!
Apesar das directivas directas de Ângela Merkel, de Martin Schlaube, da Alemanha!
A meta, o golo, a vitória, eram os mercados!
Paulo Portas estremeceu-os com a birra narcísica e egocêntrica de Julho!
Paulo Portas estarreceu-os quando se soube que, logo após a aprovação do resgate, colocou 80.000 euros num banco estrangeiro.
Alemão!
Paulo Portas não confia nos bancos portugueses!
Na economia e nas finanças portuguesas!
Na Sra. Ministra das Finanças!
No Governo de que é membro!
No seu partido!
No povo português!
Paulo Portas só confia nele!
Paulo Portas abriu a boca, de espanto, aos mercados.
Alguém lhe diga que, quanto a mercados, Paulo Portas que se fique pelo Bolhão ou pela Ribeira!
Que é a sua estatura!
Pequena e irrevogavelmente!

 

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