sábado, 6 de julho de 2013

BANDALHEIRA

BANDALHEIRA : Acção de bandalho; baixeza; indignidade; situação de grande confusão e desordem.
BANDALHO: Pessoa sem pundonor; indivíduo esfarrapado; trapo grande.
(Sinónimos retirados da Infopédia, Dicionários Porto Editora.
 
(Ou de como a Brigada do Reumático ainda estrebucha, 39 anos depois de 14/03/1974)

1. Gaspar trata o rapazola Coelho abaixo de cão, imputa-lhe falta de liderança, incapacidade de coordenar o jardim infantil que dá pelo nome de Governo da República e, ao confessar por escrito a sua incompetência, e a de outros afins, bate com a porta. a Portas que, num acesso de birra pré-adolescente, não gostou da cerimónia da Brigada do Reumático, vulgo tomada de posse da Luisinha (na feliz expressão de Capitão Ferreira, Diário Económico), e escreve que sai irrevogavelmente, afirma que Passos nunca irrevogavelmente ouvia o CDS, pelo que irrevogavelmente agarrem-me senão eu mato-o.
Estava o senhor Aníbal em sossego, naquele encanto de alma ledo e cego contemplando fotografias das vacas da Graciosa, quando tudo isto lhe cai em cima.
Perante a avalanche de incompetência, irresponsabilidade, manipulação baixa, feira de vaidades que inundava a mansão de Belém; perante esta peixeirada a desenrolar-se à frente de milhões de portugueses, cansados, exangues, roubados até à medula, desempregados, sem perspectivas de futuro, sem esperança, desesperados, sem tempo nem disposição para birras de miúdos mal educados; perante o triste e sabujo episódio do avião de Evo Morales, em que mais parecíamos um posto de fronteira de chicanos às ordens dos gringos; perante as pressões impudicamente assumidas por certos serventuários do poder acoutados na comunicação social; perante a descarada intromissão em assuntos internos quer de Bruxelas, Bona, Eurogrupo, agências de rating e toda a parafernália dos que, a todo o custo, querem manter este status quo, o que fez o Sr. Silva? Lavou as mãos, deu um envergonhado raspanete aos putos, e disse para se sentarem no recreio da escola, conversarem, trocarem cromos (ministérios), e ter juízo, que para a próxima ficavam sem sobremesa, porque vinha o papão das Eleições e comia-os.

2. E Passos e Portas sentaram-se, conversaram, riram alarvemente sobre o sacrifício de todo um país, eh pá desculpa lá qualquer coisinha, porreiro pá, isto até acagaçou o povinho todo e, escutando atentamente os lacaios da comunicação social, as ordens dos gauleiter de Bruxelas e Bona, a encenação dos mercados com a farsa dos juros, a diabolização das eleições, que só são boas se formos nós sempre a ganhar, senão é um desperdício de uma pipa de massa (despudoradamente, e poucos se referiram a isso, a troika até cuspiu viperinamente que as autárquicas poderiam agravar o défice...Para bom entendedor...), os putos chegaram a acordo, irrevogavelmente. Trocaram os berlindes (ministérios), irrevogavelmente, e, perante um país perdido no meio deste telenovelístico turbilhão, irrevogavelmente acordaram que a coligação, irrevogavelmente, estava de boa saúde e, irrevogavelmente, o Governo estava para lavar e durar, Com Passos, Portas e Luisinha, irrevogalmente. E Aníbal, prazenteiro. Irrevogavelmente.

3. O triste espectáculo a que assistimos, talvez o mais confrangedor desde o início da Democracia e da tomada de posse deste des-Governo, revela bem a falta de respeito que essa gente tem pelo povo a quem, todos os dias, todas as horas se pedem sacrifícios e sobre quem, todos os minutos, é cometido o maior dos crimes, que é roubar-lhe a esperança.
O irrevogável é revogável, por que tal é ser patriota! Os fins justificam tudo, por patriotismo! Eleições nunca, porque é anti-patriótico! Vamos sacrificar-nos a continuar no Governo por patriotismo!

Coitados...Na sua imensa ignorância e falta de cultura, mal sabem que o seu patriotismo é o último refúgio dos cobardes!   


      


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