terça-feira, 16 de julho de 2013

BANDALHEIRA - PARTE 4 (O ANIVERSÁRIO)


S. Exª., o sr. Silva de Belém, completou ontem 74 anos.
Com que então, caiu na asneira de fazer anos a uma segunda-feira?
Não se assuste, isto é baseado num texto de Fernando Pessoa que, caso não saiba, já que não é dado a grandes leituras, é um dos grandes poetas da Humanidade, português nascido, ele e os mais de 60 heterónimos.
Mas já que fez anos, parabéns, sr. Silva.
Parabéns por tudo quanto não fez enquanto primeiro ministro, designadamente desaproveitando a maré de fundos comunitários para uma efectiva reforma do estado. Mas fez o contrário. Criou o monstro.
Parabéns pela qualidade dos correlegionários com que se rodeou, designadamente os Duarte Lima, Oliveira e Costa, Dias Loureiro. Tudo gente acima de qualquer suspeita. São todos homens nobres diria o Shakespeare, dramaturgo inglês. Não, sr. Silva, não escreveu teatro de revista. Escreveu umas peçazitas representadas por esse mundo fora.
Parabéns pela sua visão abrangente, especialmente quando não defende o regular funcionamento das instituições democráticas, como se comprometeu, ao ampliar escusadamente uma crise já de si grave.
Parabéns por querer balizar as normas eleitorais, forçando consensos, impondo agendas espúrias, destilando vingançazinhas pessoais e exibindo uma mesquinhez de carácter de todo dispensável.
Parabéns, sr. Silva, também, por amparar um governo moribundo e já em adiantado estado de decomposição, ao contrário do desejado pelos seus queridos "mercados", que já tinham interiorizado eleições antecipadas.
Parabéns por ter sempre passado para o lado as suas responsabilidades, delegando-as em terceiros, ou desculpando-se com eles, incluindo a sua obrigação de arbitrar conflitos e não jogar por uma das equipas.
Parabéns, por fim, sr. Silva, e dê-nos uma prenda, ou seja, demita-se, que só está a desacreditar a Presidência da República.
"Que um fraco rei faz fraca a forte gente", já o escrevia Camões, sabe, aquele poeta zarolho que está ali ao pé do Chiado, esse mesmo. Medite, sr. Silva, e em vez de rei escreva "presidente" e veja-se ao espelho!
Mas, para si, talvez melhor seja adaptar as palavras de Almada Negreiros ("Manifesto Anti-Dantas"), que era poeta do Orpheu, futurista e tudo, enfim, areia a mais para quem não tem dúvidas e raramente se engana:
"Morra o Cavaco, morra! Pim!"

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