quinta-feira, 2 de outubro de 2014

SALÁRIO MÍNIMO, VERGONHA MÁXIMA!

 
Apressadamente, embora com a solenidade do salão de festas do Conselho Económico e Social, foi assinado o acordo, "negociado" em sede de Concertação Social, que "aumenta", a partir de 1 de Outubro de 2014, o Salário Mínimo Nacional (SMN), para €505,00 euros, e com vigência até 31 de Dezembro de 2015.
A partir dessa data, a evolução do SMN irá depender da evolução da...produtividade (!).
Por outro lado, a Segurança Social, que governo e patrões dizem estar em completa ruptura, financiará o novo montante, através da redução da TSU para as empresas que venham a aplicar o novo salário!
Que patrões e os nabos do Governo aplaudam, compreende-se.
Agora os "dignos representantes" dos trabalhadores?
Vamos lá colocar os pontos nos ii:
-O ´SMN é fixado pelo governo, é uma referência, para patrões e trabalhadores, indicando que qualquer remuneração abaixo daquele valor é ofensivo da dignidade de quem trabalha.
Mais do que um referencial estatístico, é um referencial de decência, humanidade e, lá está, Dignidade!
Daí, não poder nunca depender da evolução da produtividade. Se esta for negativa o SMN volta a baixar?
Ora parece que é esse o entendimento dos "rafeiros" da troika, que já torceram o nariz ao acordo e afirmam, para quem os queira ouvir, que a medida é "temporária".
Ou seja, para esta gente, que quer continuar a mandar no país, a dignidade é "temporária".
E ninguém se levanta e dá um murrro na mesa!
Por aí, podemos estar "descansados"...Quando a França e a Itália, muito justamente, reclamam a flexibilização das metas do défice, e uma leitura mais favorável das medidas do tratado orçamental, acomodando políticas de crescimento e emprego, o que faz Portugal?
Abanando o rabo e salivando abundantemente, vem deitar-se aos pés da Alemanha e das suas teses austeritárias de domínio na Europa, criticando aquelas duas nações.
Com gente desta, sem coluna vertebral, nem à esquina chegamos, quanto mais dobrá-la.
(José Afonso - "Os Eunucos")

 

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