quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A FACTURA APITOU 3 VEZES

A refundação, reforma, resignação, baralhar e dar de novo do estado, ou o que quer que seja, vai de vento em popa.
Agora ressuscitamos os bufos, aquela espécie rastejante que, para quem não tenha ouvido falar deles, eram  assim, uns vermes viscosos que, fazendo-se passar por conhecidos, amigos, até familiares, escutavam as nossas conversas, desabafos, confissões, e iam logo delatar tudo ao PIDE de serviço, a troco de uma imperial e uma sandoska, ou coisa que o valesse .  
Nos dias que correm, a coisa pia mais fino. Agarramos o comerciante pelos colarinhos e berramos "A FACTURA OU A VIDA", caso contrário denunciamos o gajo à Autoridade Tributária, ou esta trama-nos, por não andarmos com a dita a reboque, ou no bolso traseiro das calças.
E se um conhecido ou amigo não pedir o famigerado papelito, corremos para a rua, braços no ar a clamar : "À TASCA, À TASCA, QUE MATAM O GASPAR!", que é crime grave desvirtuar o Orçamento do Excel.
Qualquer dia, vemos as tascas, cafés, cervejarias, prontos-a-vestir, transformados em saloons de westerns, disparando facturas uns contra os outros, imaginando John Wayne : "Is that a FACTURA you're pointing at me?".
Ou, num registo do detective "Dirty" Harry (Clint Eastwood) : "Make my day, Gaspar".
Para não passarmos por mal educados, conclui-se a prosa com "Stick the FACTURA up your ass, Gaspar!". Como se fala bem em Hollywood...

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