sexta-feira, 27 de junho de 2014

Partido Seguro : O PASSADO NÃO PERDOA

"Eu não trago nenhum passado de volta." 
António José Seguro dixit.
E o título deste post ("O passado não perdoa") é o de um grande western de John Houston, de 1960.
E qual é o passado que AJS não traz de volta?
Decerto que não é do "tralha socrática", como elegantemente se anda para aí a escrever.
Nunca defendeu o anterior Governo do seu partido.
Achincalhou-o, deixou o insulto correr à roda livre, aquiesceu às mentiras da direita.
Nunca criticou, aberta e lealmente os erros, que existiram, e não pouco.
Mas nunca defendeu o que foi bem executado, e não foi pouco.
Colou-se à coligação PSD/CDS, sendo o seu verdadeiro Seguro de vida.
Abstenção violenta! O que foi isso?
Também não deve ser esse passado que não volta!
Mas o que não volta, ainda é mais grave.
Não volta a matriz ideológica do Socialismo ou da Social-Democracia.
Tal como os seus amigos da dita "3ª. Via".
Tal como Blair, Schroeder ou Hollande.
A rendição socialista às teses ultra-liberais e monetaristas.
O ajoelhar perante o domínio pangermanista, que a Alemanha sempre tentou desde os 70's do século XIX.
Fechar na gaveta Marx, Jaurès, Proudhon, Keynes, até José Fontana ou António Sérgio.
Esquecer o passado, não aprender com ele.
Os erros e as virtudes.
A frontalidade.
A ideologia.
Mas talvez volte outro passado.
Como o das chapeladas eleitorais.
Em forma de "receita farmacêutica".
Não interessa onde se vota nas legislativas.
Interessa votar Seguro.
E depois votar PSD ou CDS.
Compromisso escrito dos "simpatizantes"?
Deve ser para rir. Só pode...
E depois de Seguro ganhar as primárias? (se ganhar....).
Possivelmente acabam as tiradas inflamadas contra o Governo e a favor da Constituição.
Possivelmente recorda-se o consenso que Cavaco pediu até à apresentação do Orçamento para 2015, ou seja, até 15/10/2015 (recorda-se: as primárias no PS são a 28/09.).
Possivelmente, e face à miragem de uma maioria nas legislativa, Seguro, mais uma vez, cede.
Tudo em nome da estabilidade e do pagamento da dívida.
Argumentando, bom aluno, que, de facto, os portugueses viveram "acima das suas possibilidades"...
E possivelmente teremos consenso.
E Orçamento aprovado.
E maioria de 2/3 para rever a Constituição.
E rasgar ideologia e princípios.
E rasgar o PS.
E rasgar a Constituição.
E rasgar o País!    
E, além do passado, milhões não perdoarão!

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