terça-feira, 14 de março de 2017

O CANTO E AS ARMAS

O Canto e as Armas.
Passam 50 anos desde a primeira edição deste livro, em tempos de servidão, em que se subiam, olhando para todos os lados, as escadas que conduziam à Livrelco, ali para os lados de Entrecampos, mais precisamente na Rua José Carlos dos Santos, cooperativa livreira que viria a ser encerrada pela PIDE após o assassínio de Ribeiro dos Santos, entre outras vicissitudes do tempo em que a "Portugalidade" governava....
E ali, na livraria, manuseavam-se, folheavam-se livros que a indigência lapiazulada proibia.
E entre eles, comprou-se este livro de poemas de Manuel Alegre.
Cinquenta anos depois, fitá-lo, folheá-lo, lê-lo, declamá-lo, não é saudosismo, é homenagear um velho amigo, tornado vivo pela mão e o estro poético de Manuel Alegre, que nos abria os horizontes num túnel escuro, que nos alimentava uma esperança nunca abafada, que se transportava em canções que nos tocavam os sentidos e o coração.
E, 50 anos depois, achamo-nos a ler ou a ouvir, e tudo nos parece hoje, palpável, real.
Porque, 50 anos depois, aqui, agora, nesta Europa, neste Mundo, nesta vertigem, é urgente que alguém resista, que alguém diga Não!
(Trova do Vento que Passa - de O Canto e as Armas. Música de António Portugal)

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