Os portugueses vivem acima das suas possibilidades!
Passos Coelho e Paulo Portas acreditam piamente e vergastam-nos todos os dias com o chavão.
Cavaco Silva apoia a ideia e, subservientemente, cabeça baixa e chapéu a torcer-se nas mãos, pede desculpa à potência ocupante e garante que aprendeu a lição.
António José Seguro, em surdina, como é seu timbre, também acredita na narrativa.
O Cardeal Patriarca pede paciência para o sofrimento, dos pobres é o reino dos céus...
Enquanto Francisco diz que esta economia mata.
Claro que Carlos Costa, regulador regulado, também diz que sim, que somos despesistas.
E Vitor Bento corre pressuroso, administração na mão, berrando que os portugueses são uns gastadores!
E Ricardo Salgado e Zeinal Bava, mais o Granadeiro, acenam que sim.
E Ulrich, dorido com o BESabcesso, insiste que sim senhor, e ai aguentam mais violência aguentam!
Logo, com todos estes ilustres pensadores concordantes, está visto é que a culpa disto tudo é de 10 milhões de portugueses que são uns mãos largas, preguiçosos, madraços e improdutivos.
Quod Erat Demonstrandum que, de facto, os tugas viviam acima das suas possibilidades...
Pelo que foi e é necessário fazê-los expiar tal pecado mortal e aprender a lição.
Empobrecendo, desinvestindo, despedindo, cortando, emigrando, matar a esperança.
Deve ser a isto que Cavaco de Belém chama de consenso....
Porque, de facto, é que os Espírito Santo e família nunca fomentaram negócios em off-shores, fugindo ao escrutínio e à fiscalização. E ao fisco!
Também nunca injectaram dinheiro improdutivo em projectos que só existiam no papel, para o capital circular entre locais e "empreendedores" sem controlo nem moral.
E, de facto, nunca receberam luvas, perdão, comissões, por fretes a terceiros,
Nem desenvolveram uma rede tentacular entre banca e política, mudando, como peões, governantes para administradores, e vice-versa.
Nem a PT, empresa de comunicação e conteúdos, se substituiu a um banco e emprestou dinheiro a empresas que de Forte nada têm, mas têm relações estreitas e recíprocas entre si, como os tentáculos de um polvo gigantesco.
Nem que, com estas manigâncias todas, a dívida privada, em Portugal, seja muito superior à pública que, por seu turno, absorveu toda a dívida acumulada pela Banca.
Milhares de milhões, acima de tudo o que é imaginável em empresas inseridas numa economia de um país periférico, sem expressão a nível europeu e mundial. Milhões de milhões por aí a voar.
Para os portugueses pagarem. Dívida privada, repete-se.
Nem que, nos últimos anos, dramaticamente, a riqueza produzida seja distribuída em quase 60% para o capital improdutivo e 40% para o trabalho.
Nem que 1% da população concentre 25% de toda a riqueza.
Não, somos nós a divagar...a delirar....
Afinal, QUEM VIVEU, E VIVE, ACIMA DAS SUAS POSSIBILIDADES?
("Money" - Pink Floyd)
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