"Se o país achar que não é possível cumprir os compromissos com esta Constituição, sujeito à incerteza constitucional, o que tem de ser tem muita força”
“Vamos ter de ter um Governo de
maioria depois das eleições. E não acredito que nenhum aceite governar
no estado de submissão aos tribunais que este aceitou”
As frases acima transcritas não foram proferidas por Marine LePen.
Ou por alguém da Aurora Dourada grega ou da escumalha neo-nazi.
São da autoria de Pires de Lima, Ministro de Estado e da Economia.
Do actual Governo de Portugal.
Com o silêncio tácito do Sr. Primeiro-Ministro,
E do Sr. Presidente da República,
E do Sr. António José Seguro,
E, já agora, da oposição em bloco,
Entretidos que andam todos com a telenovela do BES.
Mas as palavras de Pires de Lima são mais perigosas que todos os BES, GES e afins.
No fundo das mesmas está uma incompatibilidade visceral.
Contra a Constituição da República,
Contra o regime democrático saído do 25 de Abri,
Contra a democracia, ela própria.
No governo está gente
Que não aceita nem respeita a Constituição,
Que não aceita o primado da Lei e as decisões dos Tribunais,
Que renega a separação de poderes, entre o executivo, o legislativo e o judicial,
Separação que é matriz da Democracia.
Que, bem no seu fundo ideológico,
Recusa que o Governo possa ser escrutinado pelo Parlamento,
E julgado por quem deve aplicar a Lei.
Que, bem no fundo, desejaria que os juízes não fossem independentes,
Paus mandados acéfalos, obedecendo ao "espírito" do Governo,
Tão cegos como os cegos de Pieter Bruegel,
A quem se ditam sentenças sem julgamento,
Como nos tribunais plenários.
Só falta dar uns "safanões a tempo" a quem se oponha à ideologia Governamental.
Este gente é perigosa.
É, de facto, urgente acordar.
E, em plenário das gentes deste país, dar-lhes uns safanões!
("A Parábola dos Cegos", de Pieter Bruegel, o Velho. É assim que "eles" querem a Justiça?)
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