terça-feira, 19 de março de 2013

UM PAR DE CHIPRES

O grupo excursionista que dá pelo nome de União Europeia inventou mais uma, para que descalcemos a bota: a troco de resgate de 10 mil Mio de euros efectuado a Chipre, impôs-se um imposto aos depósitos nos bancos cipriotas, seja qual for a origem do depósito, isto é, desde salários a pensões a operações de branqueamento de capitais, e seja qual for o montante depositado. Vale tudo! E depois os "outros" é que comem criancinhas ao pequeno almoço...
Diz a Reuters que tudo foi congeminado na madrugada de sexta para sábado transactos, numa reunião do Eurogrupo. Enquanto os ministros das finanças entravam e saíam, um núcleo duro mantinha-se em conversações: o presidente do Eurogrupo, o ministro das finanças de Chipre e o inefável ministro da finanças da Alemanha e a sua panzer-cadeirinha.
Ao arrepio da decisão da UE de 2009, na sequência da falência do Lehman Brothers e outros escândalos financeiros, que garantia todos os depósitos até 100.000 euros em toda a UE, vem agora o IV Reich (ele diz que não...) impor uma taxa aleatória sobre todos os depósitos em bancos de Chipre. Em vez de se investigar o crime de branqueamento de capitais, pagam todos, que é mais fácil. Assim se trata um frágil elo da UE e da Zona Euro. Assim se abre um grave precedente. Assim se mina a confiança no sistema bancário europeu. Assim se abre a caixa de Pandora. Dois pesos e duas medidas, Sr. Draghi?
A reacção dos ditos mercados não se fez esperar, e vamos ver quem, de facto, vai descalçar a bota.
Muito irónico seria se o Parlamento cipriota, na sua reunião de hoje, chumbasse a imposição de tais taxas e optasse pela proposta do gigante russo Gazprom, que propôs emprestar o equivalente do resgate a troco da exploração das reservas de gás natural de Chipre!
Era um belo par de Chipres para a querida Reichfuhrer Angela Merkel! (que parece que ainda não percebeu a agonia europeia).
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