Ontem, dia 24 de Março, foi o Dia Nacional do Estudante, criado por decreto da Assembleia da República, em 1987.
Tal data destinava-se a lembrar as revoltas estudantis de 1962 e 1968/69, já amplamente documentadas.
Mas mais do que lembrar, é preciso alertar hoje, amanhã, sempre.
Num momento em que toda uma geração, entre os 25 e os 40 anos, excepcionalmente preparada, é atirada para um desemprego criminoso (mais de 40%) ou "convidada" a emigrar, desqualificando ainda mais este país que deixou de actreditar no futuro, maiores têm de ser a responsabilidade e a mobilização dessa e das futuras gerações.
O "Indignai-vos", de Stéphane Hassel, ganha, de novo toda a actualidade, uma vez que para os actuais estudantes a indignação já é um estado de alma e uma atitude assumidas.
Quem assim despreza o presente e o futuro não pode desejar obediência reverente.
É necessário desobedecer e ser realista, exigindo sempre o impossível (pegando num velho slogan do Maio de 68).
A escola, a universidade, não podem ser tratadas como uma fábrica de enchidos, como o neoliberalismo economicista parece desejar, desprezando a qualidade, e estrangulando as academias.
É urgente lutar pela qualificação, a excelência, e a dignidade, enquanto agentes do processo educativo e cidadãos/cidadãs de corpo inteiro.
Ou será que a juventude quer ser retratada como no cartaz satírico abaixo reproduzido? (Também de Maio/68).
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